sábado, 14 de novembro de 2015

Bíblia e Moral III


CRITÉRIOS BÍBLICOS PARA A REFLEXÃO MORAL
Paulo da Costa

            No mundo atual na tentativa de oferecer caminhos produtivos numa  expectativa moral baseada nas Escrituras, foi necessário distinguir dois critérios básicos que são o Decálogos e as Bem-Aventuranças. A Escritura Sagrada nos apresenta de forma original na mediação do discernimento dos paradigmas interculturais a partir do processo histórico na  perspectiva da salvação, tendo uma posicionamento baseado nos princípios da criação e da Aliança, convidados a uma comunhão intimam com Deus considerando sempre a dignidade humana que és a imagem e semelhança de Deus. Essa comunhão só é possível se realmente se comprometer de corpo e alma com o projeto salvífico de Deus,  seguindo Cristo como modelo ideal de vida, que perpassa a uma exigência moral baseada nas Bem-Aventuranças na pratica de virtudes que resultem da imitação do agir de Jesus e de um relacionamento de amor com Deus, que são fundamentais  para todos que buscam herdar o reino dos céus.
                Baseando-se nos textos sagrados, mas precisamente o Decálogo e as Bem-Aventuranças, aplicam-se seis critérios específicos buscando sistematizar uma metodologia na abordagem das problemáticas morais. Inicialmente o primeiro critério é a convergência, onde as questões morais permaneçam desde as tradições de diversos povos que se fez presente na história com a sabedoria natural e substancialmente universal, convergindo coma moral bíblica, em diversos tema em comum desde a criação, normas, virtude humanas e etc.. O segundo critério é a contraposição, onde o posicionamento  das praticas e do agir moral fundamentada das Escrituras conduzida na fé em um Deus único e verdadeiro que direciona a seguir seus  preceitos revelados na bíblia, devem rejeitar os contra valores como a idolatria, cultos indevidos, violações, depravações, anti-reino e etc.; Buscando uma vivência madura e responsável de sua liberdade a partir de suas próprias escolhas. Os cristãos são convidados a confrontar as problemáticas que questionam sua concepção de fé e princípios moral e cristão, filtrando no crivo da luz do evangelho todas as ideologias que tende a induzir ao individualismo ou totalitarismo.
                A revelação moral nas Escritura sagrada aconteceu progressivamente(3º critério - Progressão) numa história crescente desde a criação, passando pelos profetas até chegar a o ponto culminante com a vinda de Cristo, que o caminho (modelo) a ser seguido para adesão natural da revelação, Confirmando a dinâmica da justiça em sua progressão na busca da vontade de Deus. No Antigo Testamento os sacrifícios era justificado (quase sempre), como necessidade do povo em expressar o louvor  e de sua lealdade a Deus e sua aliança com seu povo. No Nova e Eterna Aliança, no sacrifício de Cristo  é determinado novo culto (real, autêntico e existencial), estabelecendo a verdadeira e plena comunhão com Deus. Diante das problemáticas da atualidade sendo confrontado ao sacrifício de Cristo, se exorta aos cristão a uma nova prática moral de forma progressiva em seu viver como oferta de sacrifício  vivo em resposta de gratidão ao amor gratuito de Deus.
                O ser humano é cooparticipante de uma comunidade de Aliança que segundo relata a as Sagradas Escrituras, na qual se encontra envolvido e comprometido com seu agir moral de tal modo a resguardar e favorecer o bem comum (4º Critério - Dimensão comunitária). No Antigo Testamento apresenta o caminhar do povo de Deus na história e seu dinamismo, respondendo ao chamado de Deus através das condutas morais e rituais (As Leis da Aliança) se tornado uno com Deus Único e Verdadeiro. O povo da Nova Aliança sua concepção de comunidade se dá através da personificação em Cristo, em uma só fé e um só coração numa convivência fraterna de compromisso moral fundamentada no modelo dado por Jesus, no agir cristão e vivenciada a luz do Santo Espírito. É importante afirmar que na formação desse comunidade, onde o próximo está além dos afins (iguais), mas transcende ao marginalizado (O pobre, a viúva, o órfão e estrangeiro), abrangendo  a todos os seres humanos como parte da criação e imagem de Deus. Um dos maiores paradigmas para o homem é a morte, pois tendo consciência de ser temporal e mortal fica sem resposta diante do seu futuro relacional com Deus, que no Antigo Testamento relata todo o processo gradativo de esperança na vida pós morte através da Aliança, e como sinal de recompensa a fidelidade a Deus teria inicialmente apenas uma vida longa como benção de Deus e que foi posteriormente evoluindo em seus conceitos a uma promessa  de imortalidade da alma, premiado aos justo e temente a Deus. No Novo Testamento todos são convidados a uma unidade plena e permanente com Cristo, que com a sua morte e ressurreição nos aponta uma  perspectiva comunhão escatológica de vida com Deus. As limitações e efemeridade do presente que se vive incitam a esperança de comunhão com o futuro a partir da promessa eterna de Deus, motivando  a adesão às normas e a ações para um ideal de vida que inspira perfeição moral a partir do hoje pela fé no Cristo ressuscitado que aponta o amanha como perfeita união na sua vinda gloriosa (5º critério - Finalidade).
                Para finalizar esse critérios é fundamental o discernimento (6º critério), pois as regras morais apresentam na Sagrada escritura, devem ser profundamente analisada, com bastante zelo, preservando todos os seus fundamentos universais e discernindo progressivamente a consciência moral. Ser bastante criterioso nas analise inter-testamentária  ao atentar-se ao seu contexto histórico, literário, cultural e transcultural como também a sua fundamentação bíblico-teológicos e sua dimensão canônica. A sagrada escritura  nos apresenta a urgência de se pauta as atitudes morais á luz do santo Espírito, com bastante prudência tanto de forma coletiva como de forma pessoal. Concluindo é importante ressaltar algumas considerações, fundamentando-se em dois ponto determinante que nos revela Deus como resposta e a Sagrada Escritura como fundamento, que  aproxima a Teologia (revelação divina) da antropologia (historicidade humana) mostrando que a sagrada Escritura segue critério metodológica de grande seriedade com  ressalva  a contemporaneidade com todas as suas problemáticas e diversidades culturais-ideológica onde a consciência moral sofre fortes influências. Lembrar também a importância da unidade entre o Antigo e o Novo Testamento, pois é a partir da experiência libertadora do povo de Israel com a Primeira Aliança que vem confirmar a promessa revelada por intermédio de Cristo da Nova e Eterna Aliança para todos os povos se apresentando como caminho, verdade e vida até a consumação dos séculos. 

Paz e Bem!

sábado, 7 de novembro de 2015

Reflexão Casual XXXVIII



“Prefiro os vôos solitários dos meus pensamentos que me levam ao infinito da plena consciência, do que a caminhada supérflua em companhia dos tolos que me arrastam para o abismo da insensatez.”

Paulinopax