Paulo
da Costa
“Não acumuleis para vós outros
tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões
escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem
ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o
teu tesouro, aí estará também o teu coração”
(Mateus 6,19-21).
Na vida constantemente somos tentados e
assediados, a sempre comprar tudo que nos é oferecido. Vivemos numa sociedade
capitalista e altamente consumista, onde tudo é oferecido, do mais simples até
o impossível. Por exemplo, na mesma rua podemos encontrar alguém nos vendendo
uma simples caneta para ajudar uma instituição para dependentes químicos como
lá na esquina alguma igreja aberta numa garagem oferecendo um pedaço do céu...
No ocidente tudo se tornou negociável tanto as coisas concretas como as
abstratas, se oferecem diversidade de coisas, até o par perfeito sem você sair
de casa, apenas estando diante de seu computador. Tudo se tornar fácil e com isso
também se torna descartável, e o homem gradativamente corrompem seu princípios,
vendo em tudo até no próximo uma forma de lucrar e de se aproveitar de quem
estar ao seu lado. Quando o outro não tem mais nada a oferecer logo se descarta
como um mero objeto.
No evangelho segundo são Matheus,
Cristo nos orienta a não acumular tesouro na terra, onde as traças arruínam e
os ladrões roubam, pois se tornam visados por muitos que tem sede de poder e ganância
de crescer a qualquer custo, buscando saciar o seus mais mesquinhos desejos abomináveis.
Jesus não deseja que vivamos na miséria, mas os excessos nunca foi uma forma saudável
de se viver, pois os extremos são desequilíbrios que refletem como estar a nossa
vida interior. Enquanto uma minoria vive num consumismo exacerbado, esbaldando
com seus milhões com coisas fúteis outros vivem em total miséria dependendo das
esmolas dos governantes. Assim também o nosso interior (coração e alma), se
estamos visando apenas às coisas materiais além do essencial, como por exemplo,
os supérfluos que nada vai contribuir em nossa vida, onde apenas o objetivo é
saciar caprichos momentâneos, nunca se vai descobrir o que é verdadeiramente
essencial para a vida.
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Paulo da Costa |
É fundamental descobrir o que é
essencial em nossas vidas, mas para isso devemos buscar o caminho do meio
(equilíbrio) e não os caminhos extremos (desequilíbrios). Isso só será possível
tendo um encontro consigo mesmo, no silencio interior refletindo as causas e consequências
acarretados em nossas vidas, retirando as mascaras por mais doloroso que seja e
vendo o seu presente como se encontra na sua essência (alma-espirito). Totalmente desnudo de tudo que possa ser um fardo em sua vida, busque consolo no colo de
Cristo Jesus e dessa forma descobrirá o que é essencial em sua vida, que é a
comunhão com Deus que se faz presente no mistério da trindade como também está
presente na criação com suas criaturas e principalmente na humanidade. A
comunhão com Cristo é o nosso verdadeiro tesouro, que devemos nos aprofundar
cada vez mais no seu mistério que irá se manifestar a partir de nosso próprio
esforço, mas que não depende somente de nós, pois será através da dinâmica da
partilha que encontraremos a verdadeira unidade (irmãos) que se manifesta no
serviço de anunciar reino de Deus principalmente nos atos concretos (tesouros
no céu) de amor ao próximo.
Paz e Bem!