sábado, 28 de março de 2020

Os Upanishads


Os Upanishads


Introdução

Os Upanishads surgiram como comentários sobre os Vedas, sua finalidade e essência, sendo conhecidos como Vedanta (o fim do Veda).

O termo Upanishad deriva das palavras sânscritas upa (perto), ni (embaixo) e chad (sentar), representando o ato de sentar-se no chão, próximo a um mestre espiritual, para receber instrução.

Existem 108 Upanishads, divididos em Rig Veda, Sukla-Yajur Veda, Krisna-Yajur Veda, Sama Veda, Atharva Veda e Outros Upanishads.

Os Upanishads são parte das escrituras Shruti hindus, que discutem principalmente meditação e filosofia, e são consideradas pela maioria das escolas do hinduísmo como instruções religiosas. Contêm também transcrições de vários debates espirituais.

A maior herança deixada pela Índia, com certeza se encontra nos Grandes Upanishads.

O ensinamento dos Upanishads deu clara ênfase às perspectivas espirituais da vida, fazendo uma clara distinção entre conhecimento e sabedoria. Até mesmo os Vedas são considerados conhecimento inferior.

Os videntes e sábios que criaram os Upanishads afirmavam que o mero conhecimento não teria utilidade alguma, e que deveriam ser inspirados pela sabedoria, porém cuidaram para que a chama do conhecimento se mantivesse viva de modo que o aprendizado dos pupilos nunca chegasse ao fim, e indicavam que a luz do conhecimento servia apenas para “tornar visível a escuridão”.

A preocupação dos Upanishads com os aspectos práticos da vida pode ser vista no próprio tema de Brahman e Atman que forma o substrato de toda a sua filosofia.

Brahman e Atman tratam os aspectos Objetivo e Subjetivo da vida, e não podemos compreender um sem o outro. A natureza de Brahman reside em Atman, e que sem conhecer o subjetivo, o conhecimento do objetivo é incompleto e inadequado.

O mistério do mundo objetivo pode ser desvelado somente pela compreensão do segredo que está oculto no subjetivo.

Os instrutores dos Upanishads não apresentaram aos seus discípulos sistemas mecânicos de pensamento, que eles pudessem memorizar. Voaram aos pontos mais altos e convidaram os discípulos a escalar a altura que tinham atingido.

Eles passaram de ideia a ideia, deixando os passos intermediários para serem preenchidos pelos próprios estudantes.

Os ensinamentos parecem esparsos para aqueles que só veem os ápices do pensamento, somente elaborando os passos intermediários podemos descobrir a harmonia, a totalidade na sublime filosofia dos Upanishads.

A menos que cubramos os abismos que separam um ápice do outro, não podemos ver sua totalidade. Quando elaboramos os passos intermediários entre os ápices, os Upanishads não parecem esparsos e desconjuntados, descobrimos sua totalidade, e aquilo que parecia impraticável mostra-se inteiramente pratico.

Esses passos intermediários precisam ser elaborados por um intelecto agudo e uma imaginação sem limites, mas isso não é suficiente, pois precisam ser inspirados por um insight intuitivo.

O misticismo é o próprio âmago dos Upanishads. É significativo observar que a despeito das obscuras predições acerca do mundo e seu futuro, há uma linha luminosa que nos enche de esperança e alegria com relação a civilização do amanhã.

Esta linha de luz está na nova mudança que ocorre no pensamento religioso e filosófico do mundo, claramente na direção do misticismo.

É na visão da vida dado pelos Upanishads que o homem pode encontrar a filosofia fundamental do viver criativo, uma filosofia que pode servir como um farol iluminador mesmo no meio da escuridão, uma filosofia que pode nos levar do irreal para o real, das trevas para a luz, da morte para a imortalidade.



sábado, 14 de março de 2020

Jesus Cristo segundo São João - Capítulo 10

JOÃO 10


Alegorias da porta e do pastor (Sl 23; Jr 23,1-8; Ez 34) - 1«Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. 2Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair. 4Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. 5Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.»

6Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia.


Jesus, Porta e Bom Pastor das ovelhas - 7Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. 8Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção. 9Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem. 10O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

11Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12O mercenário, e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebata-as e espanta-as, 13porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, 15assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas.

16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. 17É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. 18Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai.»

19Estas palavras tornaram a provocar desentendimento entre os judeus. 20Muitos deles comentavam: «Ele tem demónio e está louco. Porque lhe dais ouvidos?» 21Outros diziam: «Estas palavras não são dum possesso. Como é que um demónio pode dar vista aos cegos?»


Auge da controvérsia messiânica: identidade de Jesus com o Pai - 22Em Jerusalém celebrava-se, então, a festa da Dedicação do templo. Era Inverno. 23Jesus passeava pelo templo, debaixo do pórtico de Salomão.

24Rodearam-no, então, os judeus e começaram a perguntar-lhe: «Até quando nos deixarás na incerteza? Se és o Messias, di-lo claramente.»

25Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não credes. As obras que Eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho a meu favor; 26mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me. 28Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão-de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da minha mão. 29O que o meu Pai me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos Um.»

31Então, os judeus voltaram a pegar em pedras para o apedrejarem. 32Jesus replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?» 33Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.»

34Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? 35Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus - e a Escritura não se pode pôr em dúvida - 36a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: ‘Tu blasfemas’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim; 38mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu no Pai.»

39Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos. 40Depois, Jesus voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar, e ali se demorou. 41Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.» 42E muitos ali creram nele.



Continua...

sábado, 7 de março de 2020

Reflexão Casual XCI



" A humanidade a cada dia que passa se torna mais insensível a sua própria semelhança, envenenada pelo ódio que ofende por prazer e se alegra em presenciar a dor e a desgraça do próximo... O futuro me assusta! Onde vamos parar com essa pandemia do desamor? "

Paulinopax