quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Upanishad Kena – A noite silenciosa


Os Upanishads
Upanishad Kena – A noite silenciosa


Em nenhum dos Upanishads o instrutor fala com um ar definitivo, ele encoraja seus alunos para que façam tantas perguntas quanto possível. Um estado de investigação é saudável para a mente humana, mas devemos distinguir entre curiosidade e investigação.

A curiosidade surge de uma mente superficial, a investigação emerge das profundezas da consciência humana. Uma investigação profunda se ocupa com três questões: Como, Porque e O quê.

Toda investigação cientifica física ou oculta relaciona-se com o “Como”. A filosofia com o “Porque” e o misticismo com “O quê” está por trás de todos os padrões e motivações do comportamento.

Quem envia a mente a vagar na distancia? Quem pela primeira vez conduz a vida para iniciar sua jornada? Quem nos impele a proferir essas palavras? Quem é o Espírito por trás do olho e do ouvido?

O questionador não está preocupado com o “Como”e o “Porque”. A resposta do instrutor é iluminadora:
É o ouvido do ouvido, O olho do olho, a palavra das palavras,
a mente da mente e a vida da vida.

Trata-se da força propulsora, é o ouvido do ouvido que impele o ouvido a ouvir, e assim por diante. Há algo mais do que meramente o ouvido, o olho, a fala, ou a mente que impele estes órgãos a desempenhar suas funções.

O instrutor indica que é a Qualidade do ouvir que impele o ouvido a ouvir, até a Qualidade do pensamento que impele a mente a pensar.

A ciência física propõe que o “órgão precede a função”, o que levou a ciência a um beco escuro. Os Upanishads propõem o contrario, “a função precede o órgão”, é a função que impele o órgão. A função pode e trás a existência uma variedade de órgãos.

A função busca criar instrumentos de expressão cada vez mais refinados. A função se expressa através do órgão e ainda assim, está por trás do órgão.

Cientista algum pode encontrar a Qualidade do ouvido dissecando o ar, o mesmo com os outros órgãos.

A fala não é apenas uma coleção de palavras, senão ela nunca se tornaria inteligente, há uma Qualidade que confere “vida”às palavras, outra Qualidade que dá aos pensamentos aquele fator que os torna vivos. Essa força propulsora é a Vida da Vida. Há uma diferença entre Vida e mera existência.

Aquilo que transforma a existência em vida é a Qualidade do viver, e é sua presença que torna tudo vivo.

A beleza de um poema não está só na gramática, está na qualidade viva que foi transmitida em palavras.


Continua...

Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Jesus Cristo segundo São João Capítulo 21

JOÃO 21


Aparição na margem do Lago (Lc 5,1-11) - 1Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo: 2estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. 3Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. 4Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. 5Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» 6Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.»

Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. 7Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. 8Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.

9Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» 11Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.

14Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.


Missão pastoral de Pedro - 15Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» 16Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» 17E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»

19E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»

20Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: ‘Senhor, quem é que te vai entregar?’ 21Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» 22Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!»

23Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?»


Última conclusão - 24Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro.

25Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.



FIM

domingo, 14 de fevereiro de 2021

O CAIBALION 04


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO IV – O TODO

"Sob as aparências do Universo, do Tempo e do Espaço e da Mobilidade, está sempre encoberta a Realidade Substancial: a Verdade fundamental."

A Substância é aquilo que se oculta debaixo de todas as manifestações exteriores, a essência, a realidade essencial, a coisa em si mesma, etc. Substancial é aquilo que existe atualmente, que é elemento essencial, que é real, etc. A Realidade é o estado real, verdadeiro, permanente, duradouro, atual de um ente.
Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestações exteriores, sempre houve uma Realidade substancial. Esta é a Lei. O homem, considerando o Universo, de que é simplesmente uma partícula, observa que tudo se transforma em matéria, em forças e em estados mentais. Ele conhece que nada É real, mas que, pelo contrário, tudo é MÓVEL e CONDICIONAL. Nada está parado; tudo nasce, cresce e morre; no momento em que uma coisa chega a seu auge, logo começa a declinar; a lei do ritmo está em constante ação; não há realidade, qualidade duradoura, fixidez ou substancialidade em qualquer coisa que ,seja; nada é permanente, tudo se transforma. O homem que observa as leis do Universo vê que todas as coisas evoluem de outras coisas, e resolvem−se em outras; vê uma constante ação e reação, um fluxo e refluxo, uma criação e destruição, o nascimento, crescimento e a morte. Nada é permanente, tudo se transforma. Se esse homem for um pensador ativo, ele realizará todas essas coisas mudáveis, que serão, contudo, aparências ou manifestações exteriores da mesma Força Oculta, da mesma realidade substancial. Todos os pensadores de todos os países e todas as épocas compreenderam a necessidade de ser admitida a existência desta Realidade substancial. Todas as filosofias dignas deste nome acham−se baseadas nesta opinião. Os homens deram a esta Realidade substancial muitas denominações: muitos designaram−na sob o termo Divindade (sob diversos títulos); outros chamaram−na a Eterna e Infinita Energia; outros ainda deram− lhe simplesmente o nome de Matéria: mas todos reconheceram a sua existência. Isto é evidente por si mesmo, não é necessário argumentos. Nestas lições seguiremos o exemplo de muitos grandes pensadores antigos e modernos − os Mestres Hermetistas − e designaremos esta Força Oculta, esta Realidade substancial sob o nome de O TODO, termo que consideramos como o mais compreensível dos diversos termos empregados pelo Homem para designar AQUELE que excede toclos os nomes e toclos os termos.
Aceitamos e ensinamos as idéias dos grandes pensadores herméticos de todos os tempos, assim como as destas almas iluminadas, que galgaram elevados Planos de existência, e que afirmam a natureza íntima do TODO ser INCOGNOSCÍVEL. Isto é assim que ninguém pode compreender pelo próprio TODO por a natureza e a existência íntima dele.
Os Hermetistas pensam e ensinam que o TODO, em Si mesmo, é e será sempre INCOGNOSCÍVEL. Eles consideram todas as teorias, conjeturas e especulações dos teólogos e metafísicos a respeito da natureza íntima do TODO, como esforços infantis das mentes finítas para compreender o segredo do Infinito. Tais esforços sempre desviaram e desviarão da verdadeira natureza do seu fim. Uma pessoa que Prossegue em tais investigações vai, de circuito em circuito no labirinto do pensamento, prejudicar o seu são raciocínio, a sua ação e a sua conduta, até ficar totalmente inutilizada para o trabalho da vida. É como o esquilo, que furiosamente corre dentro da redondeza da sua gaiola, caminhando sempre sem nunca chegar em parte alguma, e parando só quando se assusta: é enfim um prisioneiro.
Porém são ainda mais presunçosos os que atribuem ao TODO a personalidade, as qualidades e propriedades − característicos e atributos deles mesmos, e querem que o TODO tenha emoções, sensações e outros característicos humanos que estão abaixo das pequenas qualidades do gênero humano, tais como a inveja, o desejo de lisonjas e louvores, desejo de oferendas e adorações, e todos os outros atributos que sobrevivem desde a infância da raça. Tais idéias não são dignas de pessoas maduras e vão sendo rapidamente abandonadas. (Vem a propósito dizer aqui que fazemos distinção entre a Religião e a Teologia, entre a Filosofia e a Metafísica.) A Religião para nós é a realização institucional da existência do TODO, e sua relação para com ele; ao passo que a Teologia −representa o esforço do homem em atribuir−lhe personalidade, qualidades e característicos, as teorias a respeito dos seus negócios, planos, desejos e vontades, e as apropriações de tudo isso para o ofício de mediadores entre O TODO e O povo. A Filosofia é, para nós, a investigação de acordo com o conhecimento das coisas conhecíeis e concebíveis; ao passo que a Metafísica é o intento de levar a investigação às regiões incognoscíveis e inconcebíveis e além dos seus limites, com a mesma tendência que a Teologia. Por conseguinte, a Religião e a Filosofia são para nós coisas que têm o seu princípio na Realidade, ao passo que a Teologia e a Metafísica parecem delgados caniços, enraizados na areia movediça da ignorância, e nada mais constituem que o mais incerto apoio para a mente ou a alma do Homem. Não insistiremos com os estudantes que aceitam estas definições; só mencionamo−las para mostrar a posição em que nos colocamos neste assunto. Seja como for falaremos muito pouco sobre a Teologia e a Metafísica.
Mas, onquanto a natureza essencial do TODO seja Incognoscível, existem certas verdades conexas com a sua existência que a mente humana foi obrigada a aceitar. E o exame destas verdades forma um assunto próprio para investigações, mormente quando elas concordam com o testemunho do Iluminado nos planos superiores. Nós vos convidamos a fazer estas investigações. "AQUELE que é a Verdade Fundamental, a Realidade Substancial, está fora de uma verdadeira denominação, mas o sábio chama−o O TODO." − O CAIBALION − "Na sua Essência, O TODO é INCOGNOSCIVEL." − O CAIBALION − "Mas os testemunhos da Razão devem ser hospitaleiramente recebidas e tratados com respeito." − O CAIBALION − A razão humana, cujos testemunhos devemos aceitar ao raciocinar sobre alguma coisa, nos diz o seguinte a respeito do TODO, mas sem pretender levantar o véu do Incognoscível:
I. O TODO é Tudo o que É REAL. Nada pode existir fora do TODO, porque do contrário o TODO não seria mais o TODO.
II. O TODO É INFINITO, porque não há quem defina, restrinja e limite O TODO. É Infinito no Tempo, OU ETERNO; existiu sempre, sem cessar; porque nada há que o pudesse criar, e se ele não tivesse existido, não podia existir agora; existirá perpetuamente, porque não há quem o destrua, e ele não pode deixar de existir, porque aquilo que é alguma coisa não pode ficar sendo nada. É infinito no −espaço; está em toda parte porque não há lugar fora do TODO; é contínuo no Espaço Sem cessação, separação ou interrupção, porque nada há que separe, divida ou interrompa a sua continuidade, e nada há para encher lacunas. É Infinito ou Absoluto em Poder; porque não há nada para limitá−lo, restringi−lo ou acondicioná−lo; não está sujeito a nenhum outro Poder, porque não há outro Poder.
III. O TODO É IMUTÁVEL, ou não está sujeito a ser mudado na sua natureza real, nada há que possa operar mudanças nele, nada há em que possa ser mudado nem nada que tenha sido mudado. Não pode ser aumentado nem diminuído, nem ficar maior ou menor, seja qual for o motivo. Ele sempre foi e sempre será tal como é agora: O TODO; nada houve, nada há e nada haverá em que ele possa ser mudado. TODO sendo Infinito, Absoluto, Eterno e Imutável, segue−se que tudo o que é finito, passageiro, condicional e Mutável não é o Todo. E como não há nada Real fora do TODO, todas as coisas fínitas não são Reais. Não deveis ficar admirados e espantados das nossas palavras; não queremos levar−vos à Ciência Cristã fundada sobre a parte inferior da Filosofia hermética. Há uma Reconciliação para o aparente estado contraditório atual do assunto. Tende paciência, que nós trataremos deste assunto em seu tempo.
Vemos ao redor de nós que aquilo que se chama Matéria constitui O Princípio de todas as formas. É O TODO Simplesmente Matéria? Absolutamente não! A Matéria não pode manifestar a Vida ou a Mente, e como a Vida e a Mente são manifestadas no Universo, Porque nada é superior à sua própria origem, nada se manifesta como efeito que não esteja na causa, nada evolui como conseqüente, que não tenha involuído como antecedente. Quando a ciência moderna nos diz que não há realmente outra coisa senão Matéria, devemos saber que aquilo que ela chama Matéria é simplesmente uma energia eu força interrompida, isto é, uma energia ou força com poucos graus de vibração. Disse um recente escritor, "a Matéria obscureceu−se no Mistério". Mesmo a ciência materialista já abandonou a teoria da Matéria e agora se apóia sobre a base da Energia.
Então o TODO é simplesmente Energia ou Força? Não é Energia ou Força como os materialistas empregam estes termos, porque a energia e força deles são coisas cegas e mecânicas, privadas de Vida ou de Mente. A Vida ou a Mente não pode evoluir da Energia ou Força cega, pela razão dada acima, que: Nada é superior à sua própria origem, nada evolui que não tenha involuído, nada se manifesta como efeito que não tenha a sua causa. E assim O TODO não pode ser simplesmente Energia ou Força, porque, se assim fosse, não teriam existência a Vida e a Mente, e nós sabemos muito bem que elas existem, porque somos nós os que temos Vida, e que empregamos a Mente para considerar esta questão, assim como os que pretendem que a Energia ou Força é Tudo.
Que é, pois, que sabemos existir no Universo, que é superior à Matéria ou Energia? A VIDA E A MENTE! A Vida e a Mente em todos os seus diversos graus de desenvolvimento! "Então, perguntais, quereis dizer que O TODO É VIDA E MENTE? Sim e Não! é a nossa resposta. Se entendeis a Vida e a Mente como nós pobres mortais conhecêmo−las, diremos, Não! O TODO não é isto! "Mas, que natureza de Vida e de Mente quereis significar?", direis vós. A resposta é: "A MENTE VIVENTE, muito acima do que os mortais conhecem por essas palavras, como a Vida e a Mente são superiores às forças mecânicas ou à matéria; A INFINITA MENTE é Muito superior em comparação à Vida e à Mente finita." Queremos exprimir o que as almas iluminadas significam ao pronunciarem reverentemente a palavra ESPÍRITO! O TODO é a Infinita Mente Vivente; o Iluminado chama−a ESPÍRITO!


Continua..

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Reflexão Casual CII



"O ódio é o maior empecilho para evolução de todo ser racional, sendo que o amor que cativa ao seu semelhante abre caminhos para a sua própria redenção."

Paulinopax