quinta-feira, 30 de maio de 2019

O Livro Perdido de Dzyan IV

A EVOLUÇÃO CÓSMICA 
NAS SETE ESTÂNCIAS DO LIVRO DE DZYAN
Helena Blavatsky


ESTÂNCIA IV

1. ...Escutai, ó Filhos da Terra. Escutai os vossos Instrutores, os Filhos do Fogo.
Sabei: não há nem primeiro nem último; porque tudo é Um Número que procede do Não-Número.

2. Aprendei o que nós, que descendemos dos Sete Primeiros, nós, que nascemos da Chama Primitiva, temos aprendido de nossos Pais...

3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas Eternas — surgem no Espaço as Energias despertadas de novo; o Um do Ovo, o Seis e o Cinco. Depois o Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco, o duplo Sete, a Soma Total. E estas são as Essências, as Chamas, os Construtores, os Números, os Arûpa, os Rûpa e a Força ou o Homem Divino, a Soma Total. E do Homem Divino, a Soma Total. E do Homem Divino emanaram as Formas, as Centelhas, os Animais Sagrados e os Mensageiros dos Sagrados Pais dentro do Santo Quatro.

4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do Sétimo dos Sete. Estas Centelhas são chamadas Esferas, Triângulos, Cubos, Linhas e Modeladores; porque deste modo se conserva o Eterno Nidâna — o Oi-Ha-Hou.

5. O Oi-Ha-Hou — as Trevas, o Sem Limites, ou o Não-Número, Âdi-Nidâna, Svabhâvat, .

I. O Âdi-Sanat, o Número; porque ele é Um.
II. A Voz da Palavra, Svabhâvat, os Números; porque ele é Um e Nove.
III. O "Quadrado sem Forma".
E estes Três, encerrados no , são o Quatro Sagrado; e os Dez são o Universo Arûpa. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz.

6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos pelos Três. O Filho excluído é Um. Os "Filhos-Sóis" são inumeráveis.

sábado, 18 de maio de 2019

Rei Mendigo ...

O Orgulho

Paulo da Costa Paiva


Falar sobre orgulho é algo não tão difícil, o difícil seria é em reconhecê-lo dentro de nós, de mim e de você. O orgulho está tão presente no ser humano como o próprio ar que se respira, está presente desde que nasce e se impregna após a morte física como contraparte da alma. O homem desde criancinha é bombardeado de todas as direções por antigas falácias e tradições retrógradas e novidades midiáticas inúteis que torna o humano cada vez mais vazio de si (essência) e lotado ao ponto de estourar de tanto fugacidade e orgulho que o arrasta para os demais pecados capitais e para sua própria perdição, existem diversas forma sintomáticas de orgulho, desde as mais sutis as mais explicitas, e que causam reações das mais diversas possíveis, desde uma chateação a extinção de etnias. A história é a nossa maior delatora da estupidez humana sem limite e tão bestial diante de tantas mortes, dores e lagrimas causado pelo o orgulho. 

              O orgulho que nos acompanha desde criancinha, revela que nunca estamos satisfeitos com a nossa situação no mundo tanto externo como interno, para se sentir melhor é necessário se sentir superior ao outro, e jamais podemos esquecer que esse outro é o nosso semelhante independente de situação social, étnica, religiosa ou ideologia política. O coração orgulhos não mede consequências, independente em que situação ele se encontre sendo um rei ou um mendigo. Pegando como exemplo um mendigo, que pode se sentir-se melhor (superior) do que outro mendigo, só porque ter um cobertor, mas colorido e quente e conseqüentemente se achando no direito de menosprezar e humilhar o outro em situação menos favorável, e por ai vai inúmeras situações em diversas camadas da sociedade. 

Escrevendo esse texto me veio à compreensão que orgulho mata o amor, o amor próprio, através do veneno do orgulho que nasce do egoísmo, e que cega e destrói tudo ao redor. E mata também a caridade, que poderia experimentar que de tão divino és, nessa dinâmica amorosa junto ao próximo, que contagia e cura o nosso coração, a nossa alma. O orgulho dependendo em que grau se encontra, aborta toda possibilidade de caridade e comunhão com Deus, pois um simples orgulho pode se fortalecer juntos com outros afins orgulhosos formando um grupo (égregora), e conseqüentemente podendo alimentar o ódio irracional a aqueles que são diferenciados, causando perseguições, humilhações, torturas e mortes. O ódio pode surgir tanto do orgulhoso como da vitima que se assemelha pelo rancor, causando orgulho ferido e dessa forma disseminando o mal, pois ambos estão adormecidos pela ignorância e pela ingenuidade tola, motivando conflitos, chegando às grandes guerras onde muitos morrem e outros levam consigo cicatrizes profundas por toda a vida. Por fim todos saem perdendo pelo orgulho, orgulho esse que está presente no coração de todos nós desde sempre, desde os primórdios onde o homem se entende como gente (ser racional). 

É necessário despertar, deixar cair por terra todas as mascara entre elas uma das mais nocivas, que se chama orgulho, e todos têm, é fundamental se reconhecer que temos misérias e que nos causam mal como também machucam os outros, assim como temos virtudes que devemos desenvolver, devemos também diagnosticar o germe do mau presente em nós, buscando a luz do divino que bate a porta para nos libertar. Claro que isso não é tão rápido e sem dor, é um processo doloroso e exaustante de muita vigilância e oração, é preciso silenciar ouvir o coração, de inicio não é nada fácil, pois silenciar nos faz pensar e pensar para muitos que são acostumados a se condicionar por terceiros é algo torturante, porque o silenciar da alma nos mostra como somos realmente e nem sempre somos tão belos por dentro, o feio dar repulsa, e fugir das misérias para viver de ilusões é mais cômodo, vivendo uma eterna mentira num mundo de faz de conta, mas que um dia vai ter que encarar essa dura realidade de ilusões, e a verdade nessa situações é bastante dolorosa. Somente em vigilância da alma, numa vida pratica de estudos, meditações e orações é que podemos nos trabalhar e ter o domínio da fera presente em nós, mas não como um adestrador carrasco, mas como amigo e irmão da fera que se torna uma companheira da alma.

Paz e Bem!

sábado, 11 de maio de 2019

Corpus Hermeticum V

CORPUS HERMETICUM
De Hermes Trismegisto


V - DE HERMES A SEU FILHO TAT

Que Deus é ao mesmo tempo inaparente e o mais aparente.

1 - Eis ainda uma doutrina, ó Tat, que eu quero expor totalmente, a fim de que não permaneças não iniciado nos mistérios d'Aquele que é muito grande por ser chamado Deus. Perceba como o ser que parece à maioria inaparente vai tornar-se para ti o mais aparente. Com efeito, ele não poderia existir sempre se não fosse inaparente; pois tudo o que é aparente foi engendrado, pois apareceu um dia. Contrariamente o inaparente existe sempre pois não tem necessidade de aparecer: é eterno, com efeito, e é ele que faz aparecer todas as outras coisas sendo ele mesmo inaparente pois existe sempre. Fez aparecer todas as coisas, mas não aparece, engendra, mas não é engendrado, não nos oferece uma imagem sensível, mas dá uma imagem sensível às coisas. Pois não há apresentação em imagem sensível além daquela dos seres engendrados: efetivamente vir a ser é aparecer aos sentidos. É portanto evidente que o único não engendrado é ao mesmo tempo não suscetível de se apresentar numa imagem sensível e inaparente, mas que, como ele dá uma imagem sensível às coisas, aparece através de todas e em todas e aparece sobretudo àqueles aos quais quis aparecer. Portanto, ó meu filho Tat, ora ao Senhor, Pai e Único, e que não é o Um mas fonte do Um, para que se mostre propício, a fim de que possas alcançar pelo pensamento esse Deus que é tão grande, para que ele faça luzir nem que seja apenas um de seus raios sobre a tua inteligência. Somente, com efeito, o pensamento vê o inaparente, pois é também inaparente. Se o podes, ele aparecerá então aos olhos de teu intelecto, ó Tat, pois o Senhor se manifesta em plena liberdade através do mundo inteiro. Podes ver teu pensamento, alcançá-lo com tuas próprias mãos e contemplar a imagem de Deus? Mas se mesmo o que está em ti, te é inaparente, como Deus se manifestará a ti através de teus olhos carnais?
3 Se desejas ver a Deus, considera o sol, considera o curso da lua, considera a ordem dos astros. Quem é que os mantém em ordem? Toda ordem supõe, de fato, uma delimitação quanto ao número e ao lugar. O sol, deus supremo entre os deuses do céu, a quem todos os deuses celestes cedem passagem como a seu rei e dinasta, sim, o sol com seu talhe imenso, ele que é maior que a terra e o mar, suporta ter acima de si cumprindo suas revoluções os astros menores que ele. A que reverencia ou teme, meu filho? Todos esses astros que estão no céu não cumprem, cada um deles, um curso semelhante ou equivalente? O que determinou para cada um deles o modo e a amplitude do curso?
4 Veja a Ursa, que gira ao redor de si mesma, arrastando na sua revolução o céu inteiro: que é que possui este instrumento? Que é que encerrou o mar em seus limites? Que estabeleceu a terra em seus fundamentos? Pois existe alguém, ó Tat, que é o criador e o mestre das coisas. Não poderia efetivamente o lugar, ou o número, ou a medida serem observados com cuidado se não existisse alguém que os tivesse criado. Toda boa ordem com efeito supõe um criador, somente a ausência de lugar e de medida não o supõe. Mas esta ausência mesmo, possui mestre, meu filho. E com efeito, se o desordenado é deficiente, não obedece menos ao mestre que não impôs ainda a boa ordem à ausência de lugar e de ordem.
5 Apraz aos céus que te fosse dado asas e o voar, e colocado ao meio da terra e do céu, ver a massa sólida da terra, as ondas imensas do mar, os cursos fluentes dos rios, os movimentos livres do ar, a penetração do fogo, o curso dos astros, a rapidez do céu, seu circuito em redor dos mesmos pontos! Ah que esta vista é a mais feliz, criança, quando se contemplam de uma só vez todas essas maravilhas, o imóvel posto em movimento, o inaparente tornando-se aparente através das obras que criou.
Tal é o ordenamento deste mundo e tal a bela ordem deste ordenamento.
6 Se quiseres contemplar a Deus através dos seres mortais, desses que vivem sobre a terra e desses que vivem no abismo, considera, meu filho, como o ser humano é gerado no ventre materno, examina com cuidado a técnica dessa produção e aprenda que esta que produz esta bela imagem, esta divina imagem que é o homem. Quem traçou o círculo dos olhos? Quem fez o buraco das narinas e das orelhas? Quem fez a abertura da boca? Quem esticou os músculos e os prendeu? Quem conduziu os canais das veias? Quem solidificou os ossos? Quem recobriu toda a carne de pele? Quem separou os dedos? Quem alargou a planta dos pés? Quem perfurou os cóndutos? Quem fez o coração em forma de pirâmide? Quem conjuntou os nervos? Quem ampliou o fígado? Quem fez as cavidades do pulmão? Quem construiu este amplo receptáculo  do baixo ventre? Quem fez as partes nobres bem em evidência e escondeu as reservadas?
7 Veja, quantas técnicas diferentes aplicadas a uma matéria, quantas obras de arte reunidas em uma única figura, e todas admiravelmente belas, todas exatamente medidas, todas diferentes umas das outras. Quem criou todas essas coisas? Qual mãe, qual pai senão o Deus, o Deus invisível que pela sua própria vontade tudo fabricou? Ninguém afirma que uma estátua ou uma pintura possam existir sem escultor ou pintor e esta Criação existiria sem Criador? Oh! cúmulo de cegueira, cúmulo de impiedade, oh! cúmulo de irreflexão! Não separa jamais, meu filho Tat, as obras criadas de seu Criador... Antes, ele é ainda maior que o que implica o nome de Deus: tal é a grandeza do pai de todas as coisas; pois em verdade, ele é o único que é pai e isso constitui sua função própria: ser pai.
9 E mesmo, se me forças a dizer qualquer coisa ainda mais ousada, sua essência, é criar e produzir as coisas e pelo fato de que sem produtor nada pode vir a ser, da mesma forma Deus não poderia existir sempre, se não criasse sempre todas as coisas, no céu, no ar, na terra, no abismo, em toda região do mundo, no todo do Todo, no ser e no nada. Pois, nesse mundo inteiro, nada existe que não seja ele próprio. Ele é ao mesmo tempo as coisas que são e as coisas que não são. Pois as coisas que são ele as faz aparecer e as que não são contém em si mesmo. Ele é um Deus muito grande por ter um nome, é inaparente e muito aparente; ele que contempla o intelecto, que vê os olhos; é incorporal, multiforme, e mais claramente omniforme. Nada existe que não seja Ele também: pois tudo que é, é Ele. E portanto tem todos os nomes porque todas as coisas nascem desse único pai; e portanto também daí advém o fato de não possuir nenhum nome, porque é o pai de todas as coisas.
Quem então poderá te bendizer, falando de ti ou dirigindo-se a ti? Para onde dirigir o meu olhar quando quero te bendizer, para cima, para baixo, para dentro, para fora? Nenhuma via, nenhum lugar ao meu redor, nem absolutamente nenhum ser: tudo está em ti, tudo vem de ti. Tudo dás e nada recebes: pois tu possuis todas as coisas e nada existe que não possuas.
11 - Quando eu to cantarei? Pois não posso conceber nem estação nem tempo que te sejam concernentes. E por que cantaria? Pelas coisas que criaste ou pelas coisas que  não criastes? Pelas coisas que fizeste aparecer ou que escondeste? Por qual razão eu te cantarei? Como pertencente a mim mesmo, como tendo qualquer coisa de próprio, como sendo outro que tu? Pois tu és tudo o que sou, tu és tudo o que eu faço, tu és tudo o que eu digo. Pois és tudo e nada existe além de ti, e até o que não existe é igual a Ti. És tudo que veio a ser e tudo que não veio a ser, tu és pensamento enquanto pensando, pai, fazendo o mundo, Deus, como energia em ato, bom, pois criou todas as coisas.

Continua...

sábado, 4 de maio de 2019

Reflexão Casual LXXX‏‏I‏


“ Se não há respeito e tolerância se manifesta então a estupidez, refletindo a mediocridade latente que existe em cada ser humano dentro de uma sociedade demente.”

Paulinopax