quinta-feira, 27 de junho de 2019

O Livro Perdido de Dzyan V

A EVOLUÇÃO CÓSMICA 
NAS SETE ESTÂNCIAS DO LIVRO DE DZYAN
Helena Blavatsky


ESTÂNCIA V

1. Os Sete Primordiais, os Sete Primeiros Sopros do Dragão de Sabedoria, produzem por sua vez o Torvelinho de Fogo com os seus Sagrados Sopros de Circulação giratória.

2. Dele fazem o Mensageiro de sua Vontade. O Dzyu converte-se em Fohat; o Filho veloz dos Filhos Divinos, cujos Filhos são os Lipika, leva mensagens circulares. Fohat é o Corcel, e o Pensamento, o Cavaleiro. Ele passa como um raio através de nuvens de fogo; dá Três, Cinco e Sete Passos através das Sete Regiões Superiores e das Sete Inferiores. Ergue a sua Voz para chamar as Centelhas inumeráveis e as reúne.

3. Ele é o seu condutor, o espírito que as guia. Ao iniciar a sua obra, separa as Centelhas do Reino Inferior, que se agitam e vibram de alegria em suas radiantes moradas, e com elas forma os Germes das Rodas. Colocando-as nas Seis Direções do Espaço, deixa uma no Centro: a Roda Central.

4. Fohat traça linhas espirais para unir a Sexta à Sétima — a Coroa. Um Exército dos Filhos
da Luz situa-se em cada um dos ângulos; os Lipika ficam na Roda Central. Dizem eles: "Isto é bom." O primeiro Mundo Divino está pronto; o Primeiro, o Segundo. Então o "Divino Arûpa" se reflete no Chhâyâ Loka, a Primeira Veste de Anupâdaka.

5. Fohat dá cinco passos, e constrói uma roda alada em cada um dos ângulos do quadrado para os Quatro Santos... e seus Exércitos.

6. Os Lipika circunscrevem o Triângulo, o Primeiro Um, o Cubo, o Segundo Um e o Pentágono dentro do Ovo. É o Anel chamado "Não Pássaras", para os que descem e sobem; para os que, durante o Kalpa, estão marchando para o Grande Dia "Sê Conosco"... Assim foram formados os Arûpa e os Rûpa: da Luz Única, Sete Luzes; de cada uma das Sete, sete vezes Sete Luzes. As Rodas velam pelo Anel...

terça-feira, 25 de junho de 2019

O sentido bíblico do Dizimo

DÍZIMO PARA IGREJAS?
Paulo da Costa Paiva

                     Dízimo para igrejas? Isso é realmente bíblico? Estão agindo por ignorância ou leviandade? Onde fica os pobres, marginalizados e excluídos da sociedade? Cadê as pastorais sociais, os trabalhos caritativos com os menos favorecidos? Do que adianta tantos grupos e comunidades religiosas se deixam os pequeninos de Cristo em situação de total abandono... Buscam Cristo nos templos arrumados e perfumados, mas Ele, o Cristo está sujo, podre e desdentados em casebres e calçadas, doente, às vezes bêbado ou surtando pelas ruas. Mas a pastoral do dízimo não pode deixar de existir, pois tem que manter o templo de pedra, as veste litúrgicas impecável, mas o Cristo... Deixa lá na calçada mesmo, com fome, doente e nu, esse Divino tão miserável, pois não é nada atraente esse pobre sofredor. Vamos buscar nos iludir e alienarmos nos cultos shows e missas shows, com cânticos estridentes, línguas esquisitas que nada diz, e se jogando adormecidos no chão uns em cima dos outros, totalmente embriagados na estupidez , tremendo histericamente numa verdadeiro espetáculo de horrores pentecostais e carismáticos, para depois pagarmos ingresso dessa grande palhaçada, cobrando de um deus uma vida que nada se esforçamos para melhorar , mas que tudo cobrarmos para nos enganarmos numa grande encenação de uma mentira bem vivida. Existe muita hipocrisia nas religiões onde se poderia fazer muita coisa boa realmente em benefício do próximo, mas se preferiu saciar caprichos prazerosamente mesquinhos e doentio. Lamentável!


sábado, 22 de junho de 2019

Jesus Cristo segundo São João - Capítulo 01

PRÓLOGO


PRÓLOGO (1,1-18)

1No princípio existia o Verbo;
o Verbo estava em Deus;
e o Verbo era Deus.
2No princípio Ele estava em Deus.
3Por Ele é que tudo começou a existir;
e sem Ele nada veio à existência.
4Nele é que estava a Vida
de tudo o que veio a existir.
E a Vida era a Luz dos homens.
5A Luz brilhou nas trevas,
mas as trevas não a receberam.
6Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. 8Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz.

9O Verbo era a Luz verdadeira,
que, ao vir ao mundo,
a todo o homem ilumina.
10Ele estava no mundo
e por Ele o mundo veio à existência,
mas o mundo não o reconheceu.
11Veio para o que era seu,
e os seus não o receberam.
12Mas, a quantos o receberam,
aos que nele crêem,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
13Estes não nasceram de laços de sangue,
nem de um impulso da carne,
nem da vontade de um homem,
mas sim de Deus.
14E o Verbo fez-se homem
e veio habitar connosco.
E nós contemplámos a sua glória,
a glória que possui como Filho Unigénito do Pai,
cheio de graça e de verdade.
15João deu testemunho dele ao clamar:
«Este era aquele de quem eu disse: ‘O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.’»

16Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças. 17É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo.

18A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.


I. MANIFESTAÇÃO DE JESUS AO MUNDO ATRAVÉS DE SINAIS, DISCURSOS E ENCONTROS (1,19-12,50)

1. Primeiro Ciclo Da Manifestação de Jesus (1,19-4,54)

Testemunho de João Baptista (Mt 3,1-12; Mc 1,2-8; Lc 3,1-20) - 19Este foi o testemunho de João, quando as autoridades judaicas lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: «Tu quem és?» 20Então ele confessou a verdade e não a negou, afirmando: «Eu não sou o Messias.» 21E perguntaram-lhe: «Quem és, então? És tu Elias?» Ele disse: «Não sou.» «És tu o profeta?» Respondeu: «Não.» 22Disseram-lhe, por fim: «Quem és tu, para podermos dar uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?» 23Ele declarou:

‘«Eu sou a voz
de quem grita no deserto:
Rectificai o caminho do Senhor’,
como disse o profeta Isaías.»
24Ora, havia enviados dos fariseus que lhe perguntaram: 25«Então porque baptizas, se tu não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» 26João respondeu-lhes: «Eu baptizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. 27É aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.» 28Isto passou-se em Betânia, na margem além do Jordão, onde João estava a baptizar.

29No dia seguinte, ao ver Jesus, que se dirigia para ele, exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30É aquele de quem eu disse: ‘Depois de mim vem um homem que me passou à frente, porque existia antes de mim.’


Baptismo de Jesus (Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22) - 31Eu não o conhecia bem; mas foi para Ele se manifestar a Israel que eu vim baptizar com água.» 32E João testemunhou: «Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele. 33E eu não o conhecia, mas quem me enviou a baptizar com água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires descer o Espírito e poisar sobre Ele, é o que baptiza com o Espírito Santo’. 34Pois bem: eu vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus.»


Primeiros discípulos (Mt 4,18-22; Mc 1,16-20; 3,13-19; Lc 5,1-11; 6,12-16; Act 1,13) - 35No dia seguinte, João encontrava-se de novo ali com dois dos seus discípulos. 36Então, pondo o olhar em Jesus, que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus!» 37Ouvindo-o falar desta maneira, os dois discípulos seguiram Jesus. 38Jesus voltou-se e, notando que eles o seguiam, perguntou-lhes: «Que pretendeis?» Eles disseram-lhe: «Rabi - que quer dizer Mestre - onde moras?» 39Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.» Foram, pois, e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Eram asquatro da tarde.

40André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João e seguiram Jesus. 41Encontrou primeiro o seu irmão Simão, e disse-lhe: «Encontrámos o Messias!» - que quer dizer Cristo. 42E levou-o até Jesus. Fixando nele o olhar, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, o filho de João. Hás-de chamar-te Cefas» - que significa Pedra.

43No dia seguinte, Jesus resolveu sair para a Galileia. Encontrou Filipe, e disse-lhe: «Segue-me!» 44Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro. 45Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: «Encontrámos aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José de Nazaré.» 46Então disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe respondeu-lhe: «Vem e verás!» 47Jesus viu Natanael, que v inha ao seu encontro, e disse dele: «Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.»

48Disse-lhe Natanael: «Donde me conheces?» Respondeu-lhe Jesus: «Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» 49Respondeu Natanael: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» 50Retorquiu-lhe Jesus: «Tu crês por Eu te ter dito: ‘Vi-te debaixo da figueira’? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» 51E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»


Continua...

sábado, 8 de junho de 2019

Corpus Hermeticum VI

CORPUS HERMETICUM
De Hermes Trismegisto


VI - O BEM EXISTE APENAS EM DEUS E EM NENHUMA OUTRA PARTE.

1 - O Bem não existe, Asclépios, em nada além de Deus ou melhor, o Bem é eternamente o próprio Deus. Assim sendo, o Bem deve ser a Substância de onde procede todo movimento e toda geração (não existe nenhum ser que seja desprovido dela) e que possui, concentrada sobre si mesma uma energia que mantém em repouso, sem deficiência e sem excesso, plena, soberana, poderosa, na origem de todas as coisas. Pois quando digo que este que tudo pode é bom entendo que é absoluta e eternamente bom.
Ora, esta qualidade não pertence a nenhum outro ser senão Deus. Pois não há nada que lhe falte, de modo que nenhum desejo de posse pode torná-lo mau e não há nada entre os seres que possa perder e cuja perda possa amargurá-lo (pois o desgosto é parte do mal) e nada existe que seja mais forte que ele e que possa tratá-lo como inimigo (pois não é coerente à sua natureza receber qualquer ultraje), nem nada que seja mais belo e possa inspirar-lhe amor, nem nada que lhe recuse obediência e contra quem tenha de se irritar, nem nada que possa ser mais sábio e despertar o seu ciúme.
2 Então se nenhuma dessas paixões pertence à Substância, que lhe resta senão o Bem somente? Ora, da mesma forma que nenhum daqueles atributos podem ser encontrados numa substância assim constituída, nenhum dos outros seres possuirá o Bem. Com efeito, todos os outros atributos encontram-se em todos os seres, nos pequenos e nos grandes, em cada um dos seres isoladamente e nesse Vivente que é maior e mais potente de todos: pois tudo que é engendrado está repleto de paixões pois a própria geração implica uma afecção. Ora, onde há sofrimento, não existe lugar para o Bem e onde está o Bem nenhum lugar há para a paixão. Onde está o dia, não há lugar para a noite e onde está a noite não há lugar para o dia. É esta a razão porque o Bem não tem lugar no que veio a ser, mas somente no não engendrado. Todavia como a matéria recebeu por dom a participação em todos arquétipos, recebeu também a participação do Bem. É desta maneira que o mundo é bom, pois produz todas as coisas, de modo que, tendo em vista a sua função de produzir, é bom. Mas para tudo o mais, não é bom: e com efeito, é passível e móvel e produtor de seres passíveis.
3 Quanto ao ser humano, o bem se mede nele por comparação com o mal. Pois o mal que não é grande, é aqui embaixo o bem e o bem daqui embaixo é a menor porção do mal. É impossível portanto, que o bem daqui seja inteiramente desprovido de toda malícia: cá embaixo, de fato, o bem foi tornado mal; ora tendo sido tornado mal, não pode permanecer sendo bom e se não é bom, torna-se mal. Portanto, o Bem só existe em Deus, ou melhor, Deus é o próprio Bem. Entre os homens então, ó Asclépios, do Bem só se encontra o nome, mas na realidade não se o  vê em parte alguma. É efetivamente impossível. Pois não há lugar para ele num corpo material que é tocado pelo mal, pelas penas e sofrimentos, pelas concupiscências e as cóleras, as ilusões e as opiniões insensatas. E o pior de tudo ó Asclépios, é que se confia em cada uma das coisas que acabo de dizer como se fora o maior bem, ainda que seja antes de mais nada o mal insuperável.  A glutoneria é a fautora de todos os males... O engano é aqui a ausência do bem.
4 Por mim, rendo graças a Deus do que pôs em meu intelecto, entre outras coisas, isto ainda relativamente ao conhecimento do Bem, que é impossível que o bem exista no mundo. Pois o mundo é a totalidade do mal, como Deus é a totalidade do Bem ou o Bem a totalidade de Deus. . . Pois se se encontram sem dúvida as excelências das belas coisas na vizinhança da essência divina, aquelas que constituem o próprio Deus parecem por assim dizer mais puras ainda e mais autênticas. É preciso ousar dizer, Asclépios, a essência de Deus, se pelo menos possui ele uma essência, é o belo e é impossível aprender o belo-e-bom em nenhum dos seres que estão no mundo. Com efeito, todas as coisas que caem sob o sentido da visão são simplesmente imagens ilusórias e, de algum modo, silhuetas, mas as coisas que não caem sob esse sentido, e sobretudo a essência do belo e do bem e, da mesma forma que o olho não pode ver a Deus, também não pode ver o belo e o bem. Pois estas são partes de Deus, inteiras e perfeitas, propriedades d'Ele somente, particulares a Ele, inseparáveis de sua essência, soberanamente amoráveis e das quais é preciso dizer que delas é o amor de Deus, ou que elas são amantes de Deus.
5 Se podes conceber Deus, conceberás também o belo-e-bom, o soberanamente luminoso, o soberanamente iluminado por Deus; pois aquela beleza é incomparável e aquela bondade é inimitável, totalmente o próprio-Deus. Portanto, a idéia que fazes de Deus, deves fazer do belo- e-bom, pois, são inseparáveis de Deus, essas coisas são incomunicáveis aos outros viventes que não Deus. Quando pesquisas a Deus, é também à procura do belo que vais. Pois não existe mais que um caminho daqui até o belo, a piedade acompanhada de conhecimento. Logo, aqueles que não possuem conhecimento e que não seguiram a rota da piedade, têm a audácia de dizer que o ser humano é belo e bom, ele que jamais viu, mesmo em sonho, o que pode existir de bom, mas que foi substituído por toda espécie de mal, e que foi levado até a tomar o mal por bem e também emprega o mal sem se satisfazer jamais, temendo ser dele privado, e lutando com todas as suas forças não somente para dele ter possessão como para mais ainda acrescê-lo. Tais são as coisas boas e belas no julgamento dos humanos, ó Asclépios. E não podemos delas fugir nem odiá-las: pois o mais penoso é que temos necessidade delas e viver sem elas, ser-nos-ia impossível.

Continua...

sábado, 1 de junho de 2019