quinta-feira, 25 de abril de 2019

O Livro Perdido de Dzyan III

A EVOLUÇÃO CÓSMICA 
NAS SETE ESTÂNCIAS DO LIVRO DE DZYAN
Helena Blavatsky


ESTÂNCIA III

1. ...A última Vibração da Sétima Eternidade palpita através do Infinito. A Mãe entumece e se expande de dentro para fora, como o Botão de Lótus.

2. A Vibração se propaga, e suas velozes Asas tocam o Universo inteiro e o Germe que mora nas Trevas; as Trevas que sopram sobre as adormecidas Águas da Vida.

3. As Trevas irradiam a Luz, e a Luz emite um Raio solitário sobre as Águas e dentro das Entranhas da Mãe. O Raio atravessa o Ovo Virgem; faz o Ovo Eterno estremecer, e desprende o Germe não Eterno, que se condensa no Ovo do Mundo.

4. Os Três caem nos Quatro. A Essência Radiante passa a ser Sete interiormente e Sete exteriormente. O Ovo Luminoso, que é Três em si mesmo, coagula-se e espalha os seus Coágulos brancos como o leite por toda a extensão das Profundezas da Mãe: a Raiz que cresce nos Abismos do Oceano da Vida.

5. A Raiz permanece, a Luz permanece, os Coágulos permanecem; e, não obstante, Oeaohoo é Uno.

6. A Raiz da Vida estava em cada Gota do Oceano da Imortalidade, e o Oceano era Luz Radiante, que era Fogo, Calor e Movimento. As Trevas se desvaneceram, e não existiram mais: sumiram-se em sua própria Essência, o Corpo de Fogo e Água, do Pai e da Mãe.

7. Vê, ó Lanu! o Radiante Filho dos Dois, a Glória refulgente e sem par: o Espaço Luminoso, Filho do Negro Espaço,, que surge das Profundezas das Grandes Águas Sombrias. É Oeaohoo, o mais Jovem, o***. Ele brilha como o Sol. É o Resplandecente Dragão Divino da Sabedoria. O Eka152 é Chatur, e Chatur toma para si Tri, e a união produz Sapta, no qual estão os Sete, que se tornam o Tridasha, as Hostes e as Multidões. Contempla-o levantando o Véu e desdobrando-o de Oriente a Ocidente. Ele oculta o Acima, e deixa ver o Abaixo como a Grande Ilusão. Assinala os lugares para os Resplandecentes,  e converte o Acima num Oceano de Fogo sem praias, e o Uno Manifestado nas Grandes Águas.
 (152 Eka = Um, Chatur = Quatro, Tri = Três, Sapta = Sete. Tri x Dasha (dez) = Tridasha = três dezenas, ou uma hoste.)

8. Onde estava o Germe, onde então se encontravam as Trevas? Onde está o Espírito da Chama que arde em tua Lâmpada, ó Lanu? O Germe é Aquilo, e Aquilo é a Luz, o Alvo e Refulgente Filho do Pai Obscuro e Oculto.

9. A Luz é a Chama Fria, e a Chama é o Fogo, e o Fogo produz o Calor, que dá a Água — a Água da Vida na Grande Mãe.

10. O Pai-Mãe urde uma Tela, cujo extremo superior está unido ao Espírito, Luz da Obscuridade Única, e o inferior à Matéria, sua Sombra. A Tela é o Universo, tecido com as Duas Substâncias combinadas em Uma, que é Svabhâvat.

11. A Tela se distende quando o Sopro do Fogo a envolve; e se contrai quando tocada pelo Sopro da Mãe. Então os Filhos se separam, dispersando-se, para voltar ao Seio de sua Mãe no fim do Grande Dia, tornando-se de novo uno com ela. Quando esfria, a Tela fica radiante. Seus Filhos se dilatam e se retraem dentro de Si mesmos e em seus Corações; elas abrangem o Infinito.

12. Então Svabhâvat envia Fohat para endurecer os Átomos. Cada qual é uma parte da Tela. Refletindo o "Senhor Existente por Si Mesmo" como um Espelho, cada um vem a ser, por sua vez, um Mundo.

sábado, 20 de abril de 2019

Retornando ao Pai...

“ A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA 
NO CAMINHO ESPIRITUAL "

Paulo da Costa Paiva


A disciplina no caminho espiritual é algo muito essencial para quem ser quer despertar para transcendência em unidade com cosmo, mas para se chegar a essa profunda intimidade e êxito com o divino é necessário autodisciplina, Mas essa disciplina não se deve ser imposta por se torna um fardo e consequentemente está fadado ao fracasso que foi motivado exclusivamente pela própria pessoa que por sua imaturidade culpa a todos e nunca a si mesmo. Mas essa revolução e evolução se devem partir da própria pessoa como uma chave que se abre de sua alma (consciência) para o infinito do cosmo na eternidade que se origina todas as vidas em todos os seus reinos, nas diversas evoluções em retorno ao Pai. 

        Como o despertar também é algo processual, acontece gradativamente podendo ser mais lentamente ou rapidamente, dependendo ou não diretamente da pessoa, isso vai levar em conta sua dedicação, disciplina e entrega a sua missão que se revela na intimidade do ser em unidade com o divino, claro que raríssima vezes pode ser revelado diretamente como algo excepcional e extraordinário, mas normalmente isso acontece com muita peleja de erros e acertos para que com o tempo se compreenda seus talentos e objetivos na terra para dar continuidade a sua missão como também a sua evolução para a eternidade.

A disciplina espiritual mexe com toda a realidade, nas diversas dimensões do ser humano, do físico, perpassando pelo psíquico até atingir sua própria transcendência em alma e espírito. Da forma de se alimentar até como lidarmos com o semelhante, tudo conta do mais simples observar do cantar dos pássaros como salvar a vida de alguém. É profundamente essencial se autoconhecer para poder dominar o animal humano para a sim atingir o objetivo necessário no processo evolutivo em parceria com os grandes mestres espirituais deixando dessa forma legados (setas) para contribuição no processo evolutivo da humanidade tanto coletiva como pessoal das futuras gerações. 

        Um dos frutos da disciplina espiritual é o senso existencial temporal e atemporal, tendo a consciência do “eu sou”, sabendo que existe uma fagulha divina dentro de si, mesmo continuando sua vida na simplicidade sem jamais se ensoberbecer, lendo e relendo tudo que se passa no cotidiano de sua vida como também aos fatos históricos de sua época buscando a compreensão e as respostas para o que se passa no interior de sua alma em unidade com o todo, que se passa com seus semelhantes, com a natureza e o cosmo, numa verdadeira harmonia existencial.  

Para que se frutifique o caminho espiritual com certeza se deve disciplina, mas não sumariamente, pois não se deve se escravizar pela rotina e nem pelos costumes, sendo que a vida deve estar à cima de tudo, sempre, pois o objetivo da oração é a comunhão com o transcendente e fazer acontecer à vontade divina como se fosse nossa própria numa única vontade em um único coração. Existem situações que nos impossibilita de não concluir nossos hábitos de orações, estudos e meditações, como por exemplos doenças, contratempos na família, no trabalho e na faculdade apesar do ideal é conciliar dentro das tribulações, mas nem sempre é possível, pois se torna inviável, ai se ver na necessidade de escolher entre a vida e o instrumento. 

           O perigo que pode existir é do resfriamento espiritual e deixando de lado o processo evolutivo, retornando as trevas dos caprichos da alma preguiçosa que só quer viver na soberba da carne, sendo escravo e compulsivo feito um bicho irracional sempre no cio ou na total libertinagem da alma de porco que se envaidece de suas podridões existenciais. O ideal deve ser sempre buscar o caminho do meio, do bom senso, fugindo sempre do radicalismo e do fundamentalismo, que torna o belo em feio, o prazer e o gozo em dor e sofrimento que busquemos sempre a luz que é eterna e nuca que se apaga, e que fujamos sempre das trevas e das fagulhas mentirosas que seduzem para a perdição.   
                                                  
Paz e Bem!

sábado, 13 de abril de 2019

Corpus Hermeticum IV

CORPUS HERMETICUM
De Hermes Trismegisto


IV - DE HERMES A TAT: A CRATERA OU A MÔNADA

1 Desde a criação deste mundo pelo Demiurgo, não com as mãos, mas pela palavra, concebeu-o como presente e sempre existente e tendo tudo feito e sendo Um-Único, tendo formado os seres pela sua própria. Pois eis seu verdadeiro corpo, que não se pode tocar, nem ver, nem medir, que não possui dimensão, que não é semelhante a nenhum outro corpo. Pois não é fogo, nem água, nem ar, nem sopro, mas as coisas provém de si. Ora, como ele é bom, não quis dedicar essa oferenda a si somente, nem para si unicamente ornar a terra, mas enviou para cá, como ornamento desse corpo divino, o ser humano, vivente mortal, ornamento do vivente imortal. E se o mundo o situou sobre os vivos pela eternidade da vida, o ser humano situou-o acima do mundo pela razão e pelo intelecto.
O homem, com efeito, tornou-se o contemplador da obra de Deus e prostou-se maravilhado, aprendendo a conhecer o Criador.
3 A razão então, oh! Tat, Deus distribuiu-a em partilha a todos os humanos, mas não fez o mesmo quanto ao intelecto.
Não que ele tenha provado alguns pela inveja, pois a mesma não deriva do alto, mas é aqui embaixo que ela se forma nas almas dos humanos que não possuem intelecto. - Por que então, pai, Deus não estendeu a todos o intelecto? - É que ele pretendeu, meu filho, que o intelecto fosse dado às almas como um prêmio que quisessem conquistar.
4 E onde ele o colocou? - Encheu uma grande cratera que havia enviado à terra e ordenou a um arauto que proclamasse ao coração dos homens estas palavras: "Mergulha-te, tu que o podes, nesta cratera, tu que crês que subirás para Aquele que enviou à terra a cratera, tu que sabes porque vieste a ser."
Todos aqueles que atentaram à proclamação e que foram batizados neste batismo de intelecto, tomaram parte no conhecimento e tornaram-se seres humanos perfeitos porque receberam o intelecto. Aqueles que negligenciaram a escuta da proclamação, aqueles são os "logikoi" porque não adquiriram o intelecto e ignoram porque nasceram e quais os autores disto.
5 As sensações desses homens são todas vizinhas daquelas dos animais sem razão e, como seu temperamento permanece num estado de paixão e de cólera não admiram as coisas dignas de contemplação, fixam-se apenas nas volúpias e apetites corporais e crêem que é para estas coisas que o ser humano veio a ser. Contrariamente todos aqueles que tiveram parte no dom vindo de Deus, aqueles, oh! Tat, quando se comparam as suas obras com as da outra classe, são imortais e não mais mortais, pois atingiram a todas as coisas pelo seu próprio intelecto, as da terra, as do céu e o que se pode encontrar ainda acima do céu. Tendo-se elevado a uma tal altura, viram o Bem e tendo-o visto, consideraram a permanência cá embaixo como uma infelicidade. Então, tendo desprezado todos os seres corporais e incorpóreos, desejam o UM-Único.
6 Tal é, oh! Tat, a ciência do intelecto, possessão em abundância das coisas divinas e a compreensão de Deus, pois a cratera é divina. - Eu também quero ser batizado, ó pai. - Se não desprezas o teu corpo, meu filho, não podes amar a ti mesmo. Mas se amas a ti mesmo possuirás o intelecto, e possuindo o intelecto terás também parte na ciência. - Como dizes isto, ó pai? - impossível, meu filho, prender-se ao mesmo tempo a essas duas coisas, às coisas mortais e às coisas divinas. Pois como há duas espécies de seres, o corpóreo e o incorpóreo, e que essas duas categorias dividem o mortal e o divino, resta apenas escolher uma ou outra, caso se queira
escolher: pois não é possível tomar ao mesmo tempo a uma e a outra; e quando só resta escolher, o defeito de uma mostra a potência ativa da outra.
7 Portanto, a escolha do melhor não somente mostra sua existência para aquele que a fez, a mais gloriosa, mas ela diviniza o ser humano, e manifesta ainda a piedade para Deus. Ao contrário a escolha do pior acarretou a perda do ser humano e por outro lado, se não foi, de resto, uma ofensa a Deus, recaiu pelo menos nisto: como as procissões avançam no meio da turbamulta sem serem capazes de produzir coisa alguma por si mesmas, mas não sem oprimir a marcha dos outros, estes seres humanos verossimilhantemente a elas nada mais fazem que procissionar no mundo, arrastados que são pelas volúpias corporais.
8 Já que é assim, ó Tat, nós tivemos e teremos sempre à nossa disposição o que vem de Deus: mas que aquilo que vem de nós lhe corresponda e não seja falto, pois Deus, não é responsável, nós é que somos responsáveis pelos nossos males naquilo em que os preferimos aos bens. Vês, meu filho, quantos corpos nos é necessário atravessar, quantos coros demoníacos, e que sucessão contínua e quais cursos de astros para nos lançarmos ao Um-Único? Pois o Bem é intransponível, sem limite e sem fim e relativamente a si próprio, sem princípio também, ainda que para nós pareça ter um quando o conhecemos. Apossemo-nos portanto desse começo e percorramo-lo. com todo desejo: pois é uma via tortuosa abandonar os objetos familiares e presentes para arrepiar caminho para as coisas antigas e primordiais. Com efeito, isto que aparece aos olhos faz nossas delícias enquanto que o inaparente desperta a nossa dúvida. Ora, as coisas más são mais aparentes aos olhos, o Bem, contrariamente, é invisível aos olhos visíveis. Não possui efetivamente nem forma, nem figura. É por isso que é semelhante a si mesmo e é dissemelhante de tudo o mais, pois é impossível que um incorporal torne-se aparente a um corpo. 10 Tal é a diferença entre o semelhante e o dissemelhante e a deficiência que afeta o dissemelhante considera particularmente o semelhante. Ora, a mônada, sendo princípio de todas coisas, existe em todas as coisas, enquanto raiz e princípio. Ora nada existe sem princípio. Quanto ao próprio princípio, não sai de nada, a não ser de si mesmo, pois é com efeito o princípio de tudo o mais. Sendo então princípio, a mônada compreende todo número, sem ser compreendida em nenhum deles. E engendra todo número sem ser engendrada por nenhum outro número.
11 Efetivamente tudo o que é engendrado é imperfeito e divisível, extensível e redutível, ora, nada disso afeta o perfeito. E se o que é extensível deriva sua extensão da mônada, sucumbe por outro lado à sua própria fraqueza quando não é mais capaz de conter a mônada.
Tal é portanto, ó Tat, a imagem de Deus, que desenhei para ti com o melhor de minhas forças: se a contemplas como é, e a representas com os olhos do coração, creia-me, criança, encontrarás o caminho que leva às coisas do alto. Ou, antes, é a própria imagem que te mostrará a rota. Pois a contemplação possui uma virtude própria: àqueles que uma vez já a contemplaram, toma em sua posse e os atrai a si como, diz-se, o ímã atrai o ferro.

Continua...

sábado, 6 de abril de 2019

Reflexão Casual LXXX‏‏


" Os vícios se manifestam quando dominados plenamente pelos impulsos que os levam a atos irracionais em conivência de uma razão corrompida e pervertida." 

Paulinopax