quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 7


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 7


O que é que tudo permeia – obviamente a imensidão do espaço. Só no imenso vazio é que o Único pode nascer. Somente na consciência que tem o espaço infinito é que pode nascer Brahman, ele não pode ser experenciado por uma consciência que não tem espaço.

Mas o que é criar espaço na consciência? É o estado de Amor, e a criação só é possível no estado de Amor, é uma condição de virgindade, de total vazio. Uma consciência que está sujeita a modificações não tem espaço em si. As modificações surgem por causa do jogo dos opostos.

Como pode haver Amor onde existe oposto ou dualidade? O Espírito é uma condição onde os opostos foram suprimidos, e há espaço claro e aberto, não interrompido por objetos, sem qualquer objeto.

Como chegar a esta experiência de imensidão do espaço? O solo virgem não é morto e, entretanto nada possui. O solo deve ter sido transformado em algo vivo, senão seria estéril.

Portanto a consciência antes de chegar a imensidão do Espaço deve ter sido transformada em uma realidade viva e ainda assim vazia. É a única forma de conhecer Brahman.

O Vazio do espaço não pode ser criado. O espaço que é criado é sempre um espaço com Objeto. O espaço sem um objeto vem à existência, ele não pode ser trazido à existência.

Como ele vem à existência? O solo que é vivo está sempre vazio, pronto para uma nova criação. Este é o solo da consciência humana, ele deve ser mantido vivo e essa qualidade viva irá criar a imensidão do espaço, na qual Brahman pode nascer.

Como a consciência humana pode ser mantida viva? Ao comungar com o Único, o homem chega à comunhão com Brahman, e tal comunhão só é possível quando há imensidão de espaço na consciência humana.

A consciência que está viva contem os fatores Kavi e Manishi. Kavi é um vidente com sensibilidade da percepção, vê todo o seu Ser, há uma paixão em sua percepção, ele vê muitas coisas que a maioria não percebe, a consciência de Kavi é sobrecarregada de emoção.

Continua...


domingo, 18 de outubro de 2020

Jesus Cristo segundo São João Capítulo 17

JOÃO 17


Oração Sacerdotal de Jesus - 1Assim falou Jesus. Depois, levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória, 2segundo o poder que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. 3Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste. 4Eu manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a obra que me deste a realizar. 5E agora Tu, ó Pai, manifesta a minha glória junto de ti, aquela glória que Eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir.

6Dei-te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, me deste. Eles eram teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra. 7Agora ficaram a saber que tudo quanto me deste vem de ti, 8pois as palavras que me transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles receberam-nas e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste. 9É por eles que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu e o que é teu é meu; e neles se manifesta a minha glória.

11Doravante já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda-os em ti, para serem um só, como Nós somos! 12Enquanto estava com eles, Eu guardava-os em ti, em ti que a mim te deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o homem da perdição, cumprindo-se desse modo a Escritura. 13Mas agora vou para ti e, ainda no mundo, digo isto para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria. 14Entreguei-lhes a tua palavra, e o mundo odiou-os, porque eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. 15Não te peço que os retires do mundo, mas que os livres do Maligno. 16De facto, eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo.

17Faz que eles sejam teus inteiramente, por meio da Verdade; a Verdade é a tua palavra. 18Assim como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo, 19e por eles totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus inteiramente, por meio da Verdade.

20Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, 21para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. 22Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. 23Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim.

24Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo.

25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. 26Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»



Continua...

domingo, 11 de outubro de 2020

O CAIBALION


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


INTRODUÇÃO.

Temos grande prazer em apresentar aos estudantes e investigadores da Doutrina Secreta esta pequena obra baseada nos Preceitos herméticos do mundo antigo. Existem poucos escritos sobre este assunto apesar das inúmeras referências feitas pelos ocultistas aos Preceitos que expomos, de modo que por isso esperamos que os investigadores dos Arcanos da Verdade saberão dar bom acolhimento ao livro que agora aparece. O fim desta obra não é a enunciação de uma filosofia ou doutrina especial, mas sim fornecer aos estudantes uma exposição da Verdade que servirá para reconciliar os fragmentos do conhecimento oculto que adquiriram, mas que são aparentemente opostos uns aos outros e que só servem para desanimar é desgostar o principiante neste estudo. O nosso intento não é construir um novo Templo de Conhecimento, mas sim colocar nas mãos do estudante uma Chave−Mestra com que possa abrir todas as portas internas que conduzem ao Templo do Mistério cujos portais já entrou. Nenhum fragmento dos conhecimentos ocultos possuídos pelo mundo foi tão zelosamente guardado como os fragmentos dos Preceitos herméticos que chegaram − até nós através dos séculos passados desde o tempo do seu grande estabelecedor, Hermes Trismegisto, o mensageiro dos deuses, que viveu no antigo Egito quando a atual raça humana estava em sua infância. Contemporâneo de Abraão e se for verdadeira a lenda, instrutor deste venerável sábio, Hermes foi e é o Grande Sol Central do Ocultismo, cujos raios têm iluminado todos os ensinamentos que foram publicados desde o seu tempo. Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinos esotéricos de cada raça foram formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos preceitos da índia tiveram indubítavelmente a sua fonte nos Preceitos herméticos originais.
Da terra do Ganges muitos mestres avançados se dirigiram para o país do Egito para se prostrarem aos pés do Mestre. Dele obtiveram a Chave−Mestra que explicava e reconciliava os seus diferentes pontos de vista, e assim a Doutrina Secreta ficou firmemente estabelecida. De outros países também vieram muitos sábios, que consideravam Hermes como o Mestre dos Mestres; e a sua influência foi tão grande que, apesar dos numerosos desvios de caminho de centenas de instrutores desses diferentes países, ainda se pode facilmente encontrar uma certa semelhança e correspondência nas muitas e divergentes teorias admitidas e combatidas pelos ocultistas de diferentes países atuais. Os estudantes de Religiões comparadas compreenderão facilmente a influência dos Preceitos herméticos em qualquer religião merecedora deste nome, quer seja uma religião apenas conhecida atualmente, quer seja uma religião morta, ou uma religião cheia de vida no nosso próprio tempo. Existe sempre uma correspondência entre elas, apesar das aparências contraditórias, e os Preceitos herméticos são como que o seu grande Conciliador.
A obra de Hermes parece ter sido feita com o fim de plantar a grande Verdade−Semente que se desenvolveu e germinou em tantas formas estranhas, mais depressa do que se teria estabelecido uma escola de filosofia que dominasse o pensamento do mundo. Todavia as verdades originais ensinadas por ele foram conservadas intatas na sua pureza original, por um pequeno número de homens, que, recusando grande parte de estudantes e discípulos pouco desenvolvidos, seguiram o costume hermético e reservaram as suas verdades para os poucos que estavam preparados para compreendê−las e dirigi−Ias. Dos lábios aos Ouvidos a verdade tem sido transmitida entre esses poucos. Sempre existiram, em cada geração e em vários países da terra, alguns Iniciados que conservaram viva a sagrada chama dos Preceitos herméticos, e sempre empregaram as suas lâmpadas para reacender as lâmpadas menores do mundo profano, quando a luz da verdade começava a escurecer e a apagar−se por causa da sua negligência, e os seus pavios ficavam embaraçados com substâncias estranhas. Existiu sempre um punhado de homens Para cuidar do altar da Verdade, em que mantiveram sempre acesa a Lâmpada Perpétua da Sabedoria. Estes homens dedicaram a sua vida a esse trabalho de amor que o poeta muito bem descreveu nestas linhas: "Oh! não deixeis apagar a chama! Mantida De século em século Nesta escura caverna,Neste templo sagrado!Sustentada por puros ministros do amor! Não deixeis apagar esta divina chama!"
Estes homens nunca procuraram a aprovação popular, nem grande número de prosélitos. São indiferentes a estas coisas, porque sabem quão poucos de cada geração estão preparados para a verdade, ou podem reconhecê−la se ela Ihes for apresentada. Reservam a carne para os homens feitos, enquanto outros dão o leite às crianças. Reservam suas pérolas de sabedoria para os poucos que conhecem o seu valor e sabem trazê−las nas suas coroas, em vez de as lançar ao porco vulgar, que enterrá−las−ia na lama e as Misturaria com o seu desagradável alimento mental. Mas esses poucos não esqueceram nem desprezaram os preceitos originais de Hermes, que tratam da transmissão das palavras da verdade aos que estão preparados para recebê−la, a respeito dos quais diz o Caibalion:"Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu Ensinamento se abrirão, completamente. " E ainda: "Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para enchê−los com sabedoria. " Mas a sua atitude habitual sempre esteve estritamente de acordo com outro aforismo hermético também do Caibalion: "Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento."
Os que não podem compreender são os que criticaram esta atitude dos Hermetistas e clamaram que eles não manifestavam o verdadeiro espírito dos seus ensinamentos nas astuciosas reservas e reticências que faziam. Porém um rápido olhar retrospectivo nas páginas da história mostrará a sabedoria dos Mestres, que conheciam que era uma loucura pretender ensinar ao mundo o que ele não desejava saber, nem estava preparado para isso. Os Hermetistas nunca quiseram ser mártires; antes pelo contrário, ficaram silenciosamente retirados com um sorriso de piedade nos seus fechados lábios enquanto os bárbaros se enfureciam contra eles nos seus costumeiros divertimentos de levar à morte e à tortura os honestos mas desencaminhados entusiastas, que julgavam ser possível obrigar uma raça de bárbaros a admitir a verdade, que só pode ser compreendida pelo eleito já bastante avançado no Caminho. E o espírito de perseguição ainda não desapareceu da terra. Há certos preceitos herméticos que, se fossem divulgados, atrairiam contra os divulgadores uma gritaria de desprezo e de ódio por parte da multidão, que tornaria a gritar: "Crucificai−os! Crucificai−os!
Nesta obra nós nos esforçamos por vos oferecer uma idéia dos preceitos fundamentais do Caibalion, procurando dar os Princípios acionantes e vos deixando o trabalho de os estudar, em vez de tratarmos detalhadamente dos seus ensinamentos. Se fordes verdadeiros estudantes podereis compreender e aplicar estes Princípios; se o não fordes deveis vos desenvolver, porque de outra maneira os Preceitos herméticos serão para vós somente palavras, palavras, palavras!!! ...


Continua...