Jesus, Conhecimento e Loucura de Deus
Paulo da Costa Paiva
Deus se fez a
conhecer a todos, mas nem todos estavam dispostos a enxergá-lo. Muitos não
queriam deixar e rebaixar-se da posição na qual se achava que verdadeiramente
se encontravam e também se reconheciam como os únicos detentores da verdade
assim como os ricos, os intelectuais, sacerdotes, governantes e autoridade
oficiais em gerais por exemplo. E o mais
agravante é que se apoderavam e interpretavam segundo seus interesses e somente
os ricos e letrados teriam acesso ao conhecimento, para os pobres ignorantes e
analfabetos, restava obedecer sem jamais questionar e mendigar sabedoria por
parte deles (lideres religioso). Poucos iam a encontro de Jesus publicamente,
porque preferiam se encontrar as escondida (Jo 3, 1-21), pois Ele primeiramente
estava junto com os miseráveis e excluídos da sociedade, que para eles (a
elites) os consideravam impuros e verdadeiramente lixos humanos.
A sabedoria
revelada por Jesus aos pequeninos e marginalizada pela sociedade foi próprio
viver para se conhecer Deus de forma concreta, um Deus que se fez presente que
se mostra misericordioso com os que sofrem, pois cada um de nós tanto no
presente como no passado e futuro seria inacessível conhecer a Deus se não
fosse pelo Cristo, Ele é o caminho a verdade e a vida, o único mediador entre a
humanidade e Deus, esse Cristo que futuramente entrará em comunhão com toda
humanidade e nos tornaremos um só corpo, ai sim podendo encontrá-lo e
mergulharmos no insondável de Deus, em espírito e em verdade, não somente nos
templos externo de pedra, mas no santuário do Senhor que se faz presente em
nossos corações.
A vida de Jesus
assim como a sua crucificação, foi um desafio para cristologia como toda Igreja
encara alguns questionamentos que surgiram desde dos seus primórdios, como
"a essência divina que é imperecível, imortal, imutável e impassível pode
ser aplicado esses atributos a pessoa Jesus, como foi já apresentado aqui e
depois de ser-nos revelado como a encarnação do próprio Deus entre nós e sofrer
e morrer numa cruz? Como um Deus imperecível pode existir ao mesmo tempo em um
homem perecível fora da oração?
(J.Moltmann) " Tudo isso pode parecer uma grande blasfêmia pegando
os próprios conceitos de Paulo apóstolo sobre a loucura e a fraqueza de Deus,
mas analisando os primeiros séculos de evangelização por parte dos Apóstolos
que anunciavam a partir da pequena Palestina até chegar a Roma e todo o império
com suas fronteiras teve que enfrentar varias problemáticas na sua doutrina que
foi amadurecendo pouco a pouco baseados nos ensinamentos e do testemunho das
palavras e vida do Mestre (Jesus) somado com as suas experiências iluminada
pelo Santo Espirito que os faziam compreender a essência do cristianismo.
Anunciar um Deus
crucificado não seria nada fácil para os povos pois para os judeus seria um
escândalos, porque baseado nas próprias escritura do antigo testamento todo
aquele suspenso no madeiro eram considerado maldito (Dt 21, 23), assim como
para os gregos (pagãos) anunciar e associar divindade a uma cruz seria pura
loucura, coisa de gente que havia perdido toda fé e toda religiosidade, por
isso muitas vezes os cristãos eram acusados de serem ateus, sendo considerados
réus do crime de irreligiosidade. Isso tudo mostra a gravidade que enfrentaram
os primeiros cristãos pois são extremos inalcançáveis de uma lado uma Deus na
sua excelência perfeição encarnado em nosso meio e de outro a cruz que era
morte reservados aos mais insignificantes da sociedade, os escravos e aos
malfeitores. Então diante disso tudo além de um
Deus encarnado "morrer", e morrer numa morte de cruz, Ele se
rebaixou além da própria dignidade humana.
O auto-despojamento
de Deus na pessoa de Jesus chegou as suas últimas consequências até ao
inconcebível, pois Jesus se esvaziou-se de sí para se tornar um escravo como
nós. Jesus não se apegou a sua divindade, mesmo sendo rico se fez pobre para
entrar na mais profunda comunhão com a humanidade na suas dores e angustias,
tudo se assemelhou a humano menos no pecado. Mas diante disso tudo nos
perguntamos, Deus se auto destruiu na cruz? Claro que não, Jesus não é a
aniquilação de Deus, mas o contrario é plena e a mais profunda revelação de Deus entre nós que teve seu ápice na
ressurreição onde Jesus, por intermédio
de seu Pai(Deus) que por amor e obediência foi levado as últimas consequência
que foi a morte mais indigna para salvar a todos de suas próprias iniquidades,
foi exaltado acima de todo nome (Fl 2, 9), sendo constituído filho Deus,
Messias e Senhor nosso e de todas as coisas, na qual todos nos Céus, na terra e
debaixo da terra se prostraram (Fl 2, 10).
Paz e Bem!!
Imagem: Filme, A Ultima Tentação de Cristo