Gênesis da
Espiritualidade Medieval
Paulo da Costa Paiva
A espiritualidade
medieval, pode-se dizer que poderia ter iniciado pelos reinos bárbaros que se
edificaram sobre as ruínas do Império Romano ou através do surgimento do monarquismo,
sendo considerado como o grande fenômeno da idade média. Não se pode esquecer
também dos soberanos carolíngios que tinham como ideal de construção de uma
sociedade cristã regendo a Igreja como regiam a sociedade profana, onde se
consideravam como responsáveis pela salvação do seu povo. A Igreja nesse
período foi particularmente atraída pelos textos do Antigo Testamento,
vivenciada num período onde o ocidente superficialmente cristianizado e que o
poder centralizador buscava unificar com o
apóio do clero. E para se concretizar seus objetivos foi necessário o
apoio dos soberanos, impondo como força de lei os decretos eclesiásticos,
obrigando o povo a se batizar, impondo uma respeitosa submissão ao clero e
total obediência aos superiores hierárquicos, numa velada pratica judaizante no
seio cristão como a assimilação do domingo ao Shabat e a obrigação legal do
dizimo e etc.
Nesse período também
foi qualificada pelo seu espírito litúrgico, sendo conhecido como civilização
da liturgia. Por esse motivo influenciado consideravelmente pela tradição do
Antigo Testamento, onde se via um grande zelo litúrgico. O culto prestado a Deus só seria possível
pelos seus ministros ordenados mostrando sua fundamental importância sendo eles
o elo entre Deus e o povo que ficavam geralmente numa entediante passividade
que pouco ou nada entendia dos ritos e cânticos em latim que estranhamente
acompanhava por obediência. Na dimensão moral conhecida como a moral
carolíngia, buscava conscientizar os indivíduos sobre as exigências éticas do
cristianismo, reproduzindo ao domínio político as noções sobre justiça e
virtudes através da ideologia imperial. O soberano tinha a função junto a
sociedade e a Igreja de ser o verdadeiro pastor responsável pelas almas, dessa forma
tanto o rei como toda nobreza estavam a serviço da Igreja assim como todo o
povo em geral.
Percebe-se claramente
o esforço dos leigos em geral de uma busca de maior intimidade com Deus, apesar
de toda resistência por parte do clero resumindo a fé dos cristãos em
participar das missas dominicais, das penitências (Jejuns e abstenções...) e de
pagar o dízimo. Muitas das vezes
buscavam se aprofundar dessa mística sem nenhuma orientação da Igreja correndo
grandes risco de cair nas heresias, e foi nesse período diante dessas situações e da proliferações de
crendices e superstições que a Igreja acolheu certas orientações de piedade
popular que lhe apareciam compatível com a doutrina cristã como o culto dos
mortos, a festa de todos os santos, veneração aos anjos.
Continua...
Pax!
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