sábado, 17 de novembro de 2012

Unidade e Paz


A Importância Histórica do
Ecumenismo

Paulo da Costa

          O Surgimento do Movimento ecumênico foi a partir do século XIX dentro de movimentos missionários protestantes e movimentos sociais que lutavam por melhorias de vida, principalmente e emergentemente dos menos favorecidos que estavam às margens da sociedade e desassistido por seus governantes. O objetivo inicial era de evangelizar os povos não cristãos e para isso via-se a importância da busca da unidade na missão por parte de igrejas protestante, apesar de algumas divergências doutrinarias. Teve sua primeira conferencia realizada em 1810 na cidade do Cabo (África do sul) com a participação de apenas seis entidades protestantes, e a partir de então foram surgindo diversas denominações que abraçaram a causa que culminou na fundação de diversas entidades ecumênicas, mas infelizmente as problemáticas permaneciam, pois não havia uma verdadeira unidade nas missões.

            Inicialmente o movimento ecumênico não tinha muito interesse no dialogo inter-religiosos, queria apenas angariar mais fieis as suas igrejas, dessa forma, violentando e inculturando diversas etnias como se via em séculos passados por cristãos tanto católicos como protestante em diversas colônias, massacrando e obrigando povos nativos a aceitarem suas religiões. Mas existiam as exceções tanto naquela época como hoje, através do dialogo e respeitando suas culturas, como nos casos das tribos indígenas nas Américas, como também as tribos de negros provindos do continente africano. Com o passar dos anos via-se o amadurecimentos por parte das igrejas protestantes e até a própria igreja católica que resistia qualquer dialogo ecumênico, aos pouco foi se abrindo porta para o dialogo até que na década de 60 com o Papa João XXIII se cria um Secretariado Romano para a Unidade dos Cristãos, e a partir de então a Igreja Católica abraça esse movimento dando uma contribuição significativa. O ecumenismo com o decorrer do tempo percebe-se em novas situações, transcendendo para uma busca além do horizonte do próprio cristianismo para se concretizar a máxima de Cristo e a partir de Cristo de uma unidade plena de todos os povos (macro Ecumenismo), numa expectativa de um diálogo inter-religioso, que busca a luta comum pela prática do bem, do amor, da justiça e da liberdade a favor do ser humano e isto só é possível entre as religiões, pois todas têm um ponto em comum, a referência de um Deus de amor e paz.

              O essencial no macro Ecumenismo é buscar estar em comunhão com a compreensão de Deus, tendo como referência maior, o Cristo Jesus que amou e acolheu a todos sem distinção, nos ensinado a chamar Deus de pai e nos tornando filhos de uma única família onde todos somos irmãos apesar das diferenças e que isso não seja causa de divisão, e sim de diversidade que acolhe a todos os povos, emergencialmente os marginalizados e oprimidos a partir da fé concreta. O movimento busca como objetivo trabalhar a paz a partir da diversidade e tem como regrar maior o amor, superando todo preconceito, indiferenças, ódio e toda essa cultura de morte por intermédio da caridade concretizando o reino de Deus entre nós.


Paz e Bem!

sábado, 3 de novembro de 2012

Teologia caminhando com a História


Itinerário Teológico
Paulo da Costa


                A teologia tem como objetivo a revelação divina através da pessoa de Jesus Cristo. Jesus se torna o sujeito na economia da salvação, que tem como pilares a sagrada Escritura, a tradição e seu magistério. Para se compreender melhor a teologia cristã na contemporaneidade precisamos trilhar todo o seu itinerário, a partir dos séculos, mas precisamente do século XX até a atualidade. Baseado no texto de João Bastita Libanio (Mestre em filosofia e doutor em teologia). Ele nos apresenta inicialmente a teologia fundamental tradicional, que tem como objetivo a justificação de forma racional da revelação divina, ou melhor, dizendo da própria fé, combatendo todo tipo de ataque provindo das ideias iluministas. Mas com o tempo os conteúdos estudados estavam se tornando ultrapassados diante dos grandes avanços da sociedade pós-guerra.

            Então surge a teologia da revelação que se diferencia em três pontos básico da teologia tradicional que seria na dimensão da existencialidade, historicidade e caráter bíblico numa adesão com Jesus pelo Santo Espírito. Percebe-se o grande valor crítico e científico da sagrada Escritura, baseado em novas descobertas arqueológicas que fortaleceram uma visão mais panorâmica de um cristianismo que se afirma num caráter histórico de revelação superando dessa forma um caráter mais intelectualista. A teologia da revelação buscou através de seu dinamismo e inovação, ser menos subjetiva buscando se tornar cada vez mais objetiva. Infelizmente ainda parecia demasiadamente intelectualista, faltava algo que se se torna pleno ou se aproximasse de uma possibilidade da praxidade do reino de deus no meio de nós.

            Na América latina no final da década de 60, onde se havia um grande temor por partes dos governantes, do avanço do comunismo exemplificado com o ocorrido em Cuba, a grande parte dos países latino-americanos se fechou e houve uma pandemia militar contra a democracia fragilizada pelo contexto político-econômico, Surgindo então os golpes militares e predominando os governos ditatórios. A população reagiu através das militâncias contra a opressão violenta em clima de libertação onde as alas cristãs encaravam os novos desafios na luz da Sagrada Escritura, bebendo de novos e modernos direcionamentos do concilio do vaticano II, TSurgindo dessa forma uma teologia voltada à luz do evangelho diante dos problemas emergenciais e problemáticas das nações latino americana, onde a censura e o silencio predominada pela opressão dos governos militares, mas surge uma possibilidade de esperança e libertação em favor dos oprimidos e marginalizados na luz do evangelho na pessoa de Cristo por uma nova sociedade justa e fraterna.

            Surge em Medellín (Colômbia) em 1968 a primeira Conferencia Geral do Episcopado Latino Americano – CELAM. Onde a própria Igreja (Leigos, religiosos, movimentos e Bispos progressistas) debatia a discutir as problemáticas situações da Igreja nesse contexto político de opressão. Muitos teólogos abraçaram essa nova expectativa de Igreja, surgindo muitos movimentos como as CEBs e diversas pastorais sociais onde o pobre e o marginalizado se organizavam e se fortalecia em busca de melhorias e dignidade humana. Já a partir da década de 80 com o papado de João Paulo II, percebia o surgimento de uma nova geração, que nesse novo contexto histórico as ditaduras militares sendo abolidas, nasce um novo tempo, com uma nova expectativa cheio de esperança, o resurgimento da democracia que se via ao longe, e breve se afirmaria em toda América latina. Claramente nota-se que muitas militâncias progressista e libertadora se amornaram como a própria teologia da libertação, que aos pouco foram perdendo espaço para uma teologia muito mais centrada nela mesma, de uma subjetividade exacerbada, vivendo uma fé sem reflexão e supervalorizando o quesito emocional. Esquecendo ou deixando de lado a problemáticas sociais e nossos irmãos marginalizados.

Paulo da Costa
            A Igreja que antes era o povo-Igreja se fortalecendo nas suas estruturas (Base), tanto na fé como na praxidade do reino de Deus, desandou nessas ultimas décadas. Onde o pentecostalismo se mascara dentro da própria igreja, vivendo mais dos excessos da religiosidade, da superficialidade e do midiático. Numa experiência individualista com Deus mesmo em multidões, que é arrastado pelos mega shows e padres pop-stars. Hoje o grande desafio dos teólogos e dos estudantes de teologia é buscar uma teologia centrada e tendo sempre Jesus Cristo como suma referencia, dessa forma identificando e neutralizando os excessos (extremos), desenvolvendo uma visão panorâmica das problemáticas de nossa sociedade em busca de oportunidades para uma nova sociedade onde a praxidade do reino de Deus se manifeste para todos.
               
Paz e Bem!