sábado, 18 de maio de 2019

Rei Mendigo ...

O Orgulho

Paulo da Costa Paiva


Falar sobre orgulho é algo não tão difícil, o difícil seria é em reconhecê-lo dentro de nós, de mim e de você. O orgulho está tão presente no ser humano como o próprio ar que se respira, está presente desde que nasce e se impregna após a morte física como contraparte da alma. O homem desde criancinha é bombardeado de todas as direções por antigas falácias e tradições retrógradas e novidades midiáticas inúteis que torna o humano cada vez mais vazio de si (essência) e lotado ao ponto de estourar de tanto fugacidade e orgulho que o arrasta para os demais pecados capitais e para sua própria perdição, existem diversas forma sintomáticas de orgulho, desde as mais sutis as mais explicitas, e que causam reações das mais diversas possíveis, desde uma chateação a extinção de etnias. A história é a nossa maior delatora da estupidez humana sem limite e tão bestial diante de tantas mortes, dores e lagrimas causado pelo o orgulho. 

              O orgulho que nos acompanha desde criancinha, revela que nunca estamos satisfeitos com a nossa situação no mundo tanto externo como interno, para se sentir melhor é necessário se sentir superior ao outro, e jamais podemos esquecer que esse outro é o nosso semelhante independente de situação social, étnica, religiosa ou ideologia política. O coração orgulhos não mede consequências, independente em que situação ele se encontre sendo um rei ou um mendigo. Pegando como exemplo um mendigo, que pode se sentir-se melhor (superior) do que outro mendigo, só porque ter um cobertor, mas colorido e quente e conseqüentemente se achando no direito de menosprezar e humilhar o outro em situação menos favorável, e por ai vai inúmeras situações em diversas camadas da sociedade. 

Escrevendo esse texto me veio à compreensão que orgulho mata o amor, o amor próprio, através do veneno do orgulho que nasce do egoísmo, e que cega e destrói tudo ao redor. E mata também a caridade, que poderia experimentar que de tão divino és, nessa dinâmica amorosa junto ao próximo, que contagia e cura o nosso coração, a nossa alma. O orgulho dependendo em que grau se encontra, aborta toda possibilidade de caridade e comunhão com Deus, pois um simples orgulho pode se fortalecer juntos com outros afins orgulhosos formando um grupo (égregora), e conseqüentemente podendo alimentar o ódio irracional a aqueles que são diferenciados, causando perseguições, humilhações, torturas e mortes. O ódio pode surgir tanto do orgulhoso como da vitima que se assemelha pelo rancor, causando orgulho ferido e dessa forma disseminando o mal, pois ambos estão adormecidos pela ignorância e pela ingenuidade tola, motivando conflitos, chegando às grandes guerras onde muitos morrem e outros levam consigo cicatrizes profundas por toda a vida. Por fim todos saem perdendo pelo orgulho, orgulho esse que está presente no coração de todos nós desde sempre, desde os primórdios onde o homem se entende como gente (ser racional). 

É necessário despertar, deixar cair por terra todas as mascara entre elas uma das mais nocivas, que se chama orgulho, e todos têm, é fundamental se reconhecer que temos misérias e que nos causam mal como também machucam os outros, assim como temos virtudes que devemos desenvolver, devemos também diagnosticar o germe do mau presente em nós, buscando a luz do divino que bate a porta para nos libertar. Claro que isso não é tão rápido e sem dor, é um processo doloroso e exaustante de muita vigilância e oração, é preciso silenciar ouvir o coração, de inicio não é nada fácil, pois silenciar nos faz pensar e pensar para muitos que são acostumados a se condicionar por terceiros é algo torturante, porque o silenciar da alma nos mostra como somos realmente e nem sempre somos tão belos por dentro, o feio dar repulsa, e fugir das misérias para viver de ilusões é mais cômodo, vivendo uma eterna mentira num mundo de faz de conta, mas que um dia vai ter que encarar essa dura realidade de ilusões, e a verdade nessa situações é bastante dolorosa. Somente em vigilância da alma, numa vida pratica de estudos, meditações e orações é que podemos nos trabalhar e ter o domínio da fera presente em nós, mas não como um adestrador carrasco, mas como amigo e irmão da fera que se torna uma companheira da alma.

Paz e Bem!

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