sexta-feira, 27 de setembro de 2019

O Livro de Dzyan / Antropogênese - 1ª Parte

ANTROPOGÊNESE 
-  O LIVRO DE DZYAN -
Helena Blavatsky


Das  Estâncias do Livro de Dzyan*
* São dadas somente quarenta e nove Slokas de algumas centenas. Nem todos os versos são traduzidos literalmente. Às vezes é usada uma perífrase para maior clareza e inteligibilidade onde uma tradução literal causaria inteligibilidade.

ESTÂNCIA I

1. O Lha que faz girar a quarta é subserviente ao Lha dos Sete, eles que giram conduzindo seus carros em torno de seu Senhor, o Olho Uno. Seu Sopro deu vida aos Sete; deu vida ao primeiro.

2. Disse a Terra: – "Senhor da Face Brilhante: minha casa está vazia. . . . envia teus filhos para povoar esta roda. Enviaste teus sete filhos para o Senhor da Sabedoria. Sete vezes te vê mais perto de si, sete vezes mais ele te sente. Tu proibiste teus servos, os pequenos anéis, de absorver tua luz e calor, de interceptar tua generosidade em sua passagem. Manda agora, à tua serva, o mesmo."

3. Disse o "Senhor da Face Brilhante": – "Enviarei a ti um fogo quando tua obra começar. Levanta tua voz aos outros Lokas; pede a teu pai, o Senhor do Lótus, para que te envie seus filhos. . . . Teu povo deverá estar sob o governo dos Pais. Teus homens serão mortais. Os homens do Senhor da Sabedoria, não os Filhos Lunares, são imortais. Cesse tuas lamentações. Tuas sete peles ainda estão em ti. . . . Não estás pronta. Teus homens não estão prontos."

4. Depois de uma grande convulsão, ela jogou fora suas três velhas peles e vestiu suas sete novas peles e permaneceu com a sua primeira.

ESTÂNCIA II

5. A roda girou por mais trinta crores**. Ela construiu os rupas: pedras moles que se solidificaram. O visível a partir do invisível, insetos e pequenas vidas. Ela os sacudia de suas costas cada vez que invadiam a mãe. . . . Depois de trinta cores ela mudou sua posição. Ela se deitou de costas; de lado . . . Ela não queria chamar nenhum filho do Céu, não queria pedir nenhum filho da Sabedoria. Ela criou de seu próprio seio. Desenvolveu os homens aquáticos, terríveis e perversos.
  **Termo que se usa em Bengala para significar dez milhões

6. Os homens aquáticos terríveis e perversos ela mesma os criou com os restos dos outros, com as escórias e limo de sua primeira, segunda e terceira, ela os formou. Os Dhyanis vieram e olharam – os Dhyanis do brilhante Pai-Mãe, das regiões brancas eles vieram, das moradas dos mortais imortais.

7. Eles estavam descontentes. Nossa carne não está lá. Esses não são rupas adequados para nossos irmãos da quinta. Não são moradas para as vidas. Água pura, não turva, eles deviam beber. Sequemo-las.

8. As chamas vieram. Os fogos com as centelhas; os fogos da noite e os fogos do dia. Secaram as turvas águas escuras. Com seu calor, as evaporaram. Os Lhas do Alto, os Lhamayin de abaixo vieram. Eles destruíram as formas de duas e quatro faces. Eles lutaram com os homens-cabras e com os homens com cabeça de cachorro e os homens com corpos de peixe.

9. A água-Mãe, o grande mar, chorou. Ela se levantou, desapareceu na lua que a tinha levantado, que lhe deu nascimento.

10. Quando eles foram destruídos, a Terra-Mãe ficou nua. Ela pediu para ser secada.

ESTÂNCIA III

11. O Senhor dos Senhores veio. Ele separou, do corpo da Mãe-Terra, as águas e estas eram o Céu de cima, o primeiro Céu. .

12. Os grandes Chohans chamaram os Senhores da Lua de corpos aéreos. "Produzis homens, homens de vossa natureza. Dai-lhes vossas formas internas. Ela construirá as vestimentas externas. Masculinos-femininos eles serão. Também Senhores da Chama. . . ."

13. Cada um foi para sua terra destinada: sete deles, cada um na sua zona. Os Senhores da Chama ficaram para trás. Eles não queriam ir, eles não queriam criar.

ESTÂNCIA IV

14. As Sete Legiões, os "Senhores nascidos da Vontade", impulsionados pelo Espírito que dá a Vida, separaram os homens de si mesmos, cada um em sua própria zona.

15. Sete vezes sete Sombras dos homens futuros nasceram, cada um com sua própria cor e espécie. Cada um inferior ao seu pai. Os pais, os sem ossos, não podiam dar vida aos seres com ossos. A progênie deles era Bhûta, sem forma e sem mente. Por isso, eles foram chamados Chhaya.

16. Como o Manushya nasceu? Os Manus com mentes, como eles foram feitos? Os pais pediram ajuda a seu próprio fogo; que é o fogo que arde na Terra. O Espírito da Terra chamou, para sua ajuda, o Fogo Solar. Esses três produziram, em seu esforço conjunto, um bom rupa. Ele podia ficar em pé, andar, correr, reclinar ou voar. Mas ainda assim era apenas um Chhaya, uma sombra sem mente.

17. O sopro precisava de uma forma; os Pais a deram. O sopro precisava de um corpo grosseiro; a Terra o moldou. O sopro precisava do Espírito da Vida; os Lhas Solares o sopraram em sua forma. O sopro precisava de um Espelho de seu Corpo; "Nós lhe demos o nosso" disseram os Dhyanis. O sopro precisava de um Veículo dos Desejos; "Ele o tem", disse o que esgotou as Águas. Mas o Sopro precisa de uma mente para abraçar o Universo; "Não podemos dá-la" disseram os Pais. "Eu nunca a tive" disse o Espírito da Terra. "A forma seria consumida se eu lhe desse a minha", disse o Grande Fogo. . . . O homem permaneceu um Bhûta vazio e sem mente. . . . Assim os sem ossos deram vida àqueles que se tornaram homens com ossos na terceira.

ESTÂNCIA V

18. A primeira eram os filhos da Yoga. Seus filhos, os filhos do Pai Amarelo e da Mãe Branca.

19. A Segunda Raça foi o produto do desabrochar e da expansão, A Assexuada procedente da Sem-Sexo.* Assim foi, ó Lanu, a Segunda raça produzida.
* Aqui são dados a idéia e o espírito da sentença, uma vez que uma tradução literal seria pouco inteligível para o leitor.

20. Seus pais foram os nascidos por si mesmos. Os nascidos por si mesmos, os Chhaya procedentes dos corpos brilhantes dos Senhores, os Pais, os Filhos do Crepúsculo.

21. Quando a raça envelheceu, as águas antigas misturaram-se com as águas novas. Quando suas gotas ficaram turvas, elas esvaeceram e desapareceram na nova corrente, na corrente cálida da vida. O exterior da primeira tornou-se o interior da segunda. A Asa velha transformou-se na nova sombra e na Sombra da Asa.

ESTÂNCIA VI

22. Então a Segunda desenvolveu os Nascidos do Ovo, a Terceira. O suor aumentou, suas gotas cresceram e as gotas se solidificaram e tomaram forma globular. O Sol aqueceu a grande gota; a Lua a esfriou e a moldou; o vento a alimentou até que ela amadureceu. O cisne branco da abóbada estrelada iluminou a grande gota. O ovo da raça futura, o Homem-Cisne da terceira seguinte. Primeiro, macho-fêmea, depois homem e mulher.

23. Os nascidos por si mesmos eram os Chhayas: as Sombras dos corpos dos Filhos do Crepúsculo.

Continua...


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