Os Upanishads
Upanishad Ishavasya –
O Véu Dourado 9
Aquele
que conhece o conhecimento e a ação, com a ação vence a morte e com o
conhecimento alcança a imortalidade.
Não
há contradição entre ação e conhecimento desde que sejam simultâneos. Na
maioria de nós, o pensamento procede à ação. Criamos um pensamento padrão e
depois lentamente buscamos criar um comportamento padrão.
Esse
processo pode ser revertido? Se pudesse então haveria ação primeiro e o
pensamento seria usado apenas como meio de descrever a ação. Quando uma pessoa
descobre algo deste tipo de experiência (primeiro agir), surge uma expressão
que é natural e simultânea com a ação.
Não
há uma brecha entre a experiência e a expressão, embora sempre haja uma brecha
entre a crença e o comportamento. Uma ponte jamais poderá ser construída entre
o pensamento e a ação, mas entre a ação e o pensamento não há necessidade de
ponte alguma.
Se
a ação pudesse preceder o pensamento, então todo o problema da frustrante luta
entre o preceito e a prática seria eliminado. “Com a ação ele vence a morte e
com o conhecimento alcança a imortalidade”.
O
Upanishad diz: “reverta o problema de modo que a ação venha antes e o
pensamento siga depois”. “Primeiro morra e, a seguir nessa experiência da
morte, chegará o conhecimento da imortalidade”. O conhecimento da imortalidade
nasce natural e espontaneamente, ele vem com o próprio despertar da experiência
da morte.
Lembramos
que a precedência da ação sobre o pensamento não é uma defesa para a ação
impensada. Uma ação impensada é uma ação impulsiva, nascida do hábito ou do
instinto, é nascida da inércia.
Mas
a precedência da ação sobre o pensamento é um estado no qual a ação ocorre
quando o pensamento ainda nem mesmo nasceu.
A
morte demanda uma ação total, pois não deixa nada para trás. Esta ação só é
possível quando a ação procede ao pensamento, onde o pensamento intervém a ação
está fadada a ser incompleta (quem morreria se pensasse primeiro e agisse
depois?).
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário