Exegese Patrística
- 2ª Parte
Paulo
da Costa
Sobre
a escola de Alexandria (Inicio do III século), se valorizava a interpretação
alegórica principalmente haurida da etimológica de nomes hebraica. Percebe-se
claramente uma forte relação com a religião judaica e a filosofia grega. Entre
seus representantes temos Clemente de Alexandria como também seu discípulo
Orígenes ambos consideravam as Sagradas Escrituras como palavra inspirada por
Deus, que em seu método, mesmo reconhecendo a importância do sentido literal
dos escritos, buscava valorizar, sobretudo a interpretação espiritual
(Alegórica), compartilhando da união corrente de que, regras especiais tinha
que ser aplicadas na interpretação das mensagens divina.
A
escola de Antioquia (Final do III século), conhecida por uma leitura baseada,
mas no sentido literal, tem Lúcio e Doroteu como prováveis fundadores que
incentivaram os estudos das línguas originais das escrituras sagradas (hebraico
e o grego), como também tiveram a iniciativa de redigir os comentários
bíblicos. Com o objetivo de se determinar o sentido original da bíblia,
desenvolveram uma exegese verdadeiramente cientifica. Como seus principais
representantes, temos Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo que se diferem um
pouco entre si seus pontos de vista. Teodoro era mais intelectualista e
dogmático, um famoso crítico e interprete histórico-gramátical das sagradas
escrituras, já o João era mais espiritualista e prático, mesmo sendo um grande
exegeta foi um púlpito orador. Pelo o esplendor de sua eloquência foi
popularmente conhecido como Crisóstomo (Boca de Ouro).
A
escola ocidental (Entre os séculos V e VI) surge de maneira que busca uma
síntese, através de um tipo intermediário de exegese bíblica, acolhendo alguns
elementos tanto da escola de Alexandria (alegórica) como também reconhecendo
alguns princípios da escola de Antioquia (Literal). Tendo como diferencial o
fato de promover algo que passou despercebido com o decorrer dos tempos, que
foram à autoridade da tradição e da Igreja na interpretação das Sagradas
Escrituras. Essa exegética teve como seus representantes, principalmente
Hilária e Ambrósio e especialmente Jerônimo e Agostinho.
São
Jerônimo inicialmente trabalhava sua exegese na alegórica de Orígenes, mas com
o decorrer do tempo viu a necessidade de uma exegese mais fiel as suas
originalidades da língua mater, buscando o sentido literal, pois acreditava que
esse método desvendava de forma mais profunda as escrituras. Escreveu vários
comentários sobre diversos livros da bíblia, como também traduziu para o latim,
sua maior obra foi a vulgata. Santo Agostinho que anteriormente era maniqueísta
(Desvalorização do NT e uma ressalta antropomórfica absurda do AT), que através
de uma exposição de santo Ambrosio em Milão Agostinho passa adotar uma
sistemática alegórica, mas de uma forma bem peculiar (enfatizar considerações
pelo sentido literal e de basear o alegórico sobre ele), apesar de seus
conhecimentos sobre as línguas originais ser bem deficiente, sua originalidade
e inteligência, o tornou uma das maiores referência teológica e filosófica
dentro do Cristianismo de sua época como na atualidade também.
Pax!
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