Os Upanishads
Upanishad Ishavasya –
O Véu Dourado 7
O
que é que tudo permeia – obviamente a imensidão do espaço. Só no imenso vazio é
que o Único pode nascer. Somente na consciência que tem o espaço infinito é que
pode nascer Brahman, ele não pode ser experenciado por uma consciência que não
tem espaço.
Mas
o que é criar espaço na consciência? É o estado de Amor, e a criação só é
possível no estado de Amor, é uma condição de virgindade, de total vazio. Uma
consciência que está sujeita a modificações não tem espaço em si. As
modificações surgem por causa do jogo dos opostos.
Como
pode haver Amor onde existe oposto ou dualidade? O Espírito é uma condição onde
os opostos foram suprimidos, e há espaço claro e aberto, não interrompido por
objetos, sem qualquer objeto.
Como
chegar a esta experiência de imensidão do espaço? O solo virgem não é morto e,
entretanto nada possui. O solo deve ter sido transformado em algo vivo, senão
seria estéril.
Portanto
a consciência antes de chegar a imensidão do Espaço deve ter sido transformada
em uma realidade viva e ainda assim vazia. É a única forma de conhecer Brahman.
O
Vazio do espaço não pode ser criado. O espaço que é criado é sempre um espaço
com Objeto. O espaço sem um objeto vem à existência, ele não pode ser trazido à
existência.
Como
ele vem à existência? O solo que é vivo está sempre vazio, pronto para uma nova
criação. Este é o solo da consciência humana, ele deve ser mantido vivo e essa
qualidade viva irá criar a imensidão do espaço, na qual Brahman pode nascer.
Como
a consciência humana pode ser mantida viva? Ao comungar com o Único, o homem
chega à comunhão com Brahman, e tal comunhão só é possível quando há imensidão
de espaço na consciência humana.
A
consciência que está viva contem os fatores Kavi e Manishi. Kavi é um vidente
com sensibilidade da percepção, vê todo o seu Ser, há uma paixão em sua
percepção, ele vê muitas coisas que a maioria não percebe, a consciência de
Kavi é sobrecarregada de emoção.
Continua...