quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Upanishad Kena – A noite silenciosa 11


Os Upanishads
Upanishad Kena – A noite silenciosa


Há um mantra para aplacar o senhor da morte, nesse caso Shiva é adorado em sua forma conhecida como Tryambaka, e ele pode prolongar a extensão da continuidade fazendo recuar as forcas da descontinuidade ou vice-versa. Ele é o guardião do Intervalo entre o Manifesto e o Imanifesto.

Brahman surge somente naquele intervalo sobre o qual Shiva preside. Shiva é um errante a noite, e só pode ser encontrado na escuridão da noite, e é aí que Shiva transmite as intimações do Imanifesto. Neste intervalo o manifesto não está e o Imanifesto não chegou. A chegada do Imanifesto é proclamada por Shiva.

O homem precisa descobrir diretamente a natureza de Brahman, o que só será possível após a liberação de todos os atributos da mente, e permanece imóvel na noite escura e silenciosa. Então a noite transmite sua dádiva ao aspirante.

Essa dádiva vem anonimamente, pois o aspirante não sabe quem a deu, e dádiva vem subitamente. Brahman nunca será alcançado pelo pensamento, Ele surge no pensamento daqueles cujas mentes foram liberadas dos três atributos.

Brahman vem na natureza como o flash de um relâmpago. Ninguém sabe quando Ele virá. O relâmpago desaparece tão subitamente quanto surgiu, não pode ser agarrado nem colocado numa estrutura de tempo. Mesmo que dure por um momento, esse momento é tão brilhante de luz que o caminho é visto em toda a sua vividez.

Brahman não pode ser percebido gradualmente, Ele surge instantaneamente, e aquele que está desperto pode ver. Aquele que teve essa visão não pode ser o mesmo homem outra vez, cada parte da existência do homem é transformada.

Qualquer desejo de estender o momento significaria trazer a percepção de Brahman para o processo do tempo. Somente no momento atemporal é que Brahman pode ser conhecido.

Aquele que obteve este vislumbre de Brahman retorna ao processo do tempo com um sentido de êxtase, e preenche o processo do tempo com esse êxtase. Ele não é mais a mesma pessoa.

Brahman é Tadvanam, o Bem-amado de todos, e adoramos o Bem-amado através do Amor. Somente a adoração do Amor nos conduz a experiência de Brahman. Esta realidade não chega ao homem através de um estado de suspensão ou mortificação.

O Amor é um estado de total simplicidade. O Amor não é um produto do cultivo da mente. O Amor surge em uma mente liberta de todas as suas acumulações. Ao se aproximar do Bem-amado, o amor joga fora todos os seus acúmulos e oferece a si mesmo ao Bem-amado.

O instrutor do Upanishad Kena recomenda ao discípulo cultuar Brahman como Tadvanam, pois ele é o Bem-amado de todos, e somente ao longo caminho do Amor Ele pode ser encontrado.


Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/

domingo, 19 de dezembro de 2021

APÓCRIFO DE JOÃO X


O Livro Secreto de João
A Revelação Secreta de João


E os poderes começaram: o primeiro, bondade, criou uma alma-osso; e o segundo, previsão, criou uma alma-nervo; o terceiro, divindade, criou uma alma-carne; e o quarto, senhoria, criou uma alma-medula; o quinto, reino, criou uma alma-sangue; o sexto, inveja, criou uma alma-pele, o sétimo, compreensão, criou uma alma-cabelo. E a multidão de anjos o ajudou, e eles receberam dos poderes as sete substâncias da forma natural para criar as proporções dos membros, a proporção do quadril, e o funcionamento correto do conjunto de cada uma das partes.

O primeiro começou a criar a cabeça. Eteraphaope-Abron criou a cabeça dele; Meniggesstroeth criou o cérebro; Asterechme (criou) o olho direito; Thaspomocha, o olho esquerdo; Yeronumos, a orelha direita; Bissoum, a orelha esquerda; Akioreim, o nariz; Banen-Ephroum, os lábios; Amen, os dentes; Ibikan, os molares; Basiliademe, as amídalas; Achcha, a úvula; Adaban, o pescoço; Chaaman, a vértebra; Dearcho, a garganta; Tebar, o ombro direito; [...], o ombro esquerdo; Mniarcon, o cotovelo direito; [...], o cotovelo esquerdo; Abitrion, a axila direita; Evanthen, a axila esquerda; Krys, a mão direita; Beluai, a mão esquerda; Treneu, os dedos da mão direita; Balbel, os dedos da mão esquerda; Kriman, as unhas dos dedos; Astrops, o seio direito; Barroph, o seio esquerdo; Baoum, a articulação do ombro direito; Ararim, a articulação do ombro esquerdo; Areche, a barriga; Phthave, o umbigo; Senaphim, o abdome; Arachethopi, as costelas da direita; Zabedo, as costelas da esquerda; Barias, o quadril direito; Phnouth o quadril esquerdo; Abenlenarchei, a medula; Chnoumeninorin, os ossos; Gesole, o estômago; Agromauna, o coração; Bano, os pulmões; Sostrapal, o fígado; Anesimalar, o baço; Thopithro, os intestinos; Biblo, os rins; Roeror, os nervos; Taphreo, a espinha do corpo; Ipouspoboba, as veias; Bineborin, as artérias; Atoimenpsephei, os seus são as respirações que estão em todos os membros; Entholleia, toda a carne; Bedouk, a nádega direita; Arabeei, o pênis; Eilo, os testículos; Sorma, os genitais; Gorma-Kaiochlabar, a coxa direita; Nebrith, a coxa esquerda; Pserem, os rins (músculos?) da perna direita; Asaklas, o rim (músculo) esquerdo; Ormaoth, a perna direita; Emenun, a perna esquerda; Knyx, a tíbia direita; Tupelon, a tíbia esquerda; Achiel, o joelho direito; Phnene, o joelho esquerdo; Phiouthrom, o pé direito; Boabel, os dedos do pé direito; Trachoun, o pé esquerdo; Phikna, os dedos do pé esquerdo; Miamai, as unhas dos pés; Labernioum - .

E aqueles que foram designados sobre todos estes são: Zathoth, Armas, Kalila, Jabel, (Sabaoth, Caim, Abel). E aqueles que são especialmente ativos nos membros (são) a cabeça Diolimodraza, o pescoço Yammeax, o ombro direito Yakouib, o ombro esquerdo Verton, a mão direita Oudidi, a mão esquerda Arbao, os dedos da mão direita Lampno, os dedos da mão esquerda Leekaphar, o seio direito Barbar, o seio esquerdo Imae, o peito Pisandriaptes, a articulação do ombro direito Koade, a articulação do ombro esquerdo Odeor, as costelas da direita Asphixix, as costelas da esquerda Synogchouta, a barriga Arouph, o útero Sabalo, a coxa direita Charcharb, a coxa esquerda Chthaon, todos os genitais Bathinoth, a perna direita Choux, a perna esquerda Charcha, a tíbia direita Aroer, a tíbia esquerda Toechtha, o joelho direito Aol, o joelho esquerdo Charaner, o pé direito Bastan, os dedos do pé direito Archentechtha, o pé esquerdo Marephnounth, os dedos do pé esquerdo Abrana.


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domingo, 12 de dezembro de 2021

O CAIBALION 11


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO XI – O RITMO

"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; a ritmo é a compensação."

O Quinto Grande Princípio Hermético − o Princípio de Ritmo − encerra a verdade que em tudo se manifesta um movimento proporcional, um movimento de um lugar para outro, um fluxo e refluxo, um movimento para diante e para trás, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré baixa e uma maré alta entre os dois Pólos que se manifestam nos planos físico, mental e espiritual. O Princípio de Ritmo está em relação com o Principio de Polaridade descrito rio capítulo precedente. O Ritmo se manifesta entre os dois Pólos estabelecidos pelo Princípio de Polaridade. Isto não significa, porém, que o pêndulo do Ritmo vibra nos pólos extremos, porque isto raramente acontece; com efeito, na maioria dos casos, é muito difícil estabelecer o extremo polar Oposto. Mas a vibração vai primeiro para o lado de um Pólo e depois para o do outro. Há sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa, manifestadas em todos os tons e, fenômenos do Universo. Os sóis, os mundos, os homens, os animais, as plantas, os minerais, as forças, a energia, a mente a matéria e mesmo o Espírito manifestam este Princípio. O Princípio se manifesta na criação e destruição dos,mundos, na elevação e queda das nações, na vida histórica de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do Homem.
Começando com as manifestações do Espírito ou do TODO, pode−se dizer que existem a Elusão e a Infusão; a "Expiração e a Inspiração de Brahm", como diz a expressão dos Brâmanes. Os Universos são criados; eles chegam ao ponto mais baixo de materialidade, e logo começam a sua vibração para cima. Os sóis nascem à existência, e sendo atingida a sua maior força, o processo de retrocesso começa, e depois de eons de tempo eles se tornam inertes massas de matéria, esperando um outro impulso que novamente ponha as suas energias interiores na atividade e começa um novo ciclo de vida solar. E assim é com todos os mundos; nasceram, viveram e morreram: é só renascer. E,assitn é com todas as coisas de figura e forma; elas vibram da ação para a reação, do nascimento para a morte, da atividade para a inatividade voltam para trás. Assim é com todas as coisas viventes; nasceram, cresceram, morreram, e depois tomaram a nascer. Assim é com todos os grandes movimentos, as filosofias, os credos, os costumes, os governos, as nações e todas as outras coisas: nascer, crescer, amadurecer, decair, morrer e depois renascer. A vibração do pêndulo está sempre em evidência.
A noite segue o dia, e o dia segue a noite. O pêndulo vibra do Outono ao Inverno, e depois volta para trás. Os corpúsculos, os átomos, as moléculas e todas as massas de matéria vibram ao redor do círculo da sua natureza. Não há coisa alguma de absoluta inércia ou cessação de movimento, e todo movimento −participa do Ritmo. O princípio é de aplicação universal. Pode ser aplicado a qualquer questão ou fenômeno de qualquer dos diversos planos de vida. Pode ser aplicado a todas as fases da atividade humana. Sempre existe a vibração rítmica de um pólo a outro. O Pêndulo Universal sempre está em movimento. As marés da Vida sobem e descem de acordo com a Lei.
O Princípio de Ritmo acha−se bem entendido pela ciência moderna, e é considerado como uma lei universal aplicada às coisas materiais. Mas os hermetistas levam o princípio muito além, e sabem que as suas manifestações e influências se estendem às atividades mentais do Homem, e que isto se explica pela contínua sucessão de condições, estados, emoções e outras incômodas e embaraçosas mudanças que observamos em nós mesmos. Mas os hermetístas, estudando as operações deste Princípio, aprenderam a escapar da sua atividade pela Transmutação.
Os Mestres hermetistas há muito tempo descobriram que, conquanto o Princípio de Ritmo seja invariável, e sempre esteja em evidência nos fenômenos mentais, ainda existem dois planos de sua manifestação tanto quanto os fenômenos mentais estão incluídos. Descobriram que existem dois planos gerais de Consciência, o Inferior e o Superior, o conhecimento deste fato habilita−os a subir ao plano superior e assim escapar da vibração do pêndulo rítmico que se manifesta no plano inferior. Em outras palavras, a vibração do pêndulo se realiza no Plano Inconsciente, e a Consciência não é afetada. A isto eles chamam a Lei de Neutralização. As suas operações consistem na elevação do Ego acima das vibrações do Plano Inconsciente da atividade mental, de modo que a vibração negativa do pêndulo não é manifestada na consciência, e por esta razão eles não são afetados, É semelhante à elevação acima de uma coisa, deixando−a passar debaixo de vós. Os Mestres hermetistas, ou os estudantes adiantados, polarizando−se no pólo desejado, e por um processo semelhante à recusa de participar da vibração que desce, ou, se preferis, à negação da sua influência sobre eles, sustêm−se firmes na sua posição polarizada, e deixam o pêndulo mental vibrar para trás no plano inconsciente. Todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio próprio realizam isto mais ou menos inconscientemente, e recusando deixar as suas condições e os seus estados mentais negativos dominá−las, aplicam a Lei de Neutralização. O Mestre, contudo, leva−os a um grau muito elevado de progresso, e pelo uso da sua Vontade atinge um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível de ser crido pelos que deixam mover−se à direita e à esquerda pelo pêndulo mental das condições e emoções.
A importância disto pode ser apreciada por qualquer pensador que compreende que a maioria das pessoas são criaturas de condições, emoções e sensações, e que só manifestam um domínio próprio muito insignificante. Se quiserdes deter−vos e examinar um momento, vereis como muitos movimentos de Ritmo vos afetaram em vossa vida, como um período de Entusiasmo foi invariavelmente seguido por uma sensação e condição de Depressão. Do mesmo modo, as vossas condições e períodos de Coragem foram seguidos por iguais condições de Medo. E assim sempre aconteceu com a maioria das pessoas: tempos de sensação sempre apareceram e desapareceram com elas, mas elas não suspeitaram a causa ou razão do fenômeno mental. A compreensão das operações deste Princípio dará à pessoa a chave para o Domínio destes movimentos rítmicos de emoções, e habilitá−la−á a conhecer melhor a si mesma e a evitar de ser levada por estes fluxos e refluxos. A Vontade é superior à manifestação consciente deste Princípio, todavia o próprio Princípio não pode ser destruído. Podemos escapar dos seus efeitos, porém, apesar disso, o Princípio está em operação. O pêndulo sempre se move, porém, nós podemos escapar de sermos levados por ele. Há outras espécies de operações deste Princípio de Ritmo ,ck− que queremos falar agora. Acha−se na sua ação aquilo que é conhecido como a Lei de Compensação. Uma das definições ou significações da palavra Compensação é contrabalançar, que é o sentido em que os hermetistas empregam o termo. É a esta Lei de Compensação a que se refere o Caibalion, quando diz: "A medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação." A Lei de Compensação é que o movimento numa direção determi na o movimento na direção oposta, ou para o pólo oposto; um balança ou contrabalança o outro. No Plano Físico vemos −muitos exemplos desta Lei. O pêndulo do relógio move−se em certa distância à direita, e depois numa igual distância à esquerda. As estações balançam−se umas às outras da mesma forma. As marés seguem a mesma Lei. E a mesma Lei é manifestada em todos os fenômenos de Ritmo. O pêndulo com brevidade move−se numa direção, e com a mesma brevidade na outra; um movimento extenso à direita representa invariavelmente um movimento extenso à esquerda. Um objeto atirado para cima a uma certa altura tem uma igual distância para atravessar na volta. A força com que um projétil é arremessado uma milha para cima é reproduzida quando o projétil volta à terra. Esta Lei é constante no Plano Físico, como vos mostrará uma referência às autorídades−modelos.
Porém, os hermetistas levam isto muito mais longe. Eles ensinam que os estados mentais de um homem estão sujeitos à mesma Lei. O homem que goza sutilmente está sujeito a sofrimentos sutis; ao passo que aquele que sente poucas penas só é capaz de sentir pouco gozo. O porco sofre porém muito pouco mentalmente, e também goza muito pouco: é compensado. E do outro lado, temos outros animais que gozam sutilmente, mas cujo organismo nervoso e temperamento lhes faz sofrer esquisitos graus de penas. E assim é com o Homem. Existem temperamentos que permitem um grau muito inferior de gozo, e igualmente um grau inferior de sofrimento−) enquanto que há outros que permitem um gozo mais intenso, mas também um sofrimento mais intenso. A verdade é que a capacidade para o sofrimento ou gozo é contrabalançada em cada indivíduo. A Lei de Compensação está aí em constante operação. Contudo, os Hermetistas ainda vão mais além neste assunto. Eles ensinam que antes que alguém possa gozar um certo grau de prazer, deverá ter movido, proporcionalmente para o outro pólo da sensação. Dizem, contudo, que o Negativo é procedente do Positivo, nesta questão, quer dizer que experimentando um certo grau de prazer não se segue que se deverá pagar por isto com um grau correspondente de sofrimento; pelo contrário, o prazer é o movimento rítmico, concordando com a Lei de Compensação, para um grau de sofrimento precedentemente experimentado na vida presente, ou numa encamação precedente. Isto traz nova luz sobre o Problema do sofrimento.
Os Hermetistas consideram a cadeia das vidas como contínua, e como formando parte de uma vida do indivíduo, demodo que, por, conseguinte, o movimento rítmico por esta forma é compreendido enquanto que não teria significação sem que fosse admitida a verdade da reencarnação. Porém, os hermetistas pregam que o Mestre ou o estudante adiantado está habilitado’ em grau elevado, a escapar o movimen,to para o Sofrimento, pelo processo de Neutralização antes mencionado. Elevando−se ao plano superior do Ego, muitas das experiências que acontecem aos que vivem no plano inferior são evitadas e escapadas.
A lei da Compensação toma uma parte importante nas vidas dos homens e das mulheres. É sabido que geralmente uma pessoa paga o preço de ttdo o que possui ou carece. Se tem alguma coisa, carece de outra: a balança é equilibrada. Ninguém pode guardar o seu dinheiro e ter a migalha de pão ao mesmo tempo. Todas as coisas têm os seus lados prazenteiro e desprazenteiro. As coisas que se ganham são sempre pagas pelas coisas que se perdem. O rico possui muito do que falta ao pobre, ao mesmo tempo que o pobre também possui coisas que estão fora do alcance dos ricos. O milionário poderá ter inclinação para muitos festins, e a opulência com que sustentar todas as delícias e luxúrias da mesa, mas carece do apetite para gozar dela; ele inveja o apetite e a digestão do trabalhador, que carece da opulência e das inclinações do milionário, e que tem mais prazer com o seu simples alimento do que o milionário poderia ter, se o seu apetite não fosse mau, nem a sua digestão arruinada, porque as necessidades, os hábitos e as inclinações diferem. E assim é através da vida. A Lei de Compensação está sempre em ação, esforçando−se para balançar e contrabalançar, e sempre vindo a tempo, sendo necessário diversas vidas para o movi mento de volta do Pêndulo do Ritmo.


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domingo, 5 de dezembro de 2021

Reflexão Casual CXII



Se o fim único do bem que você faz é buscar a sua salvação, quão mentirosa é a sua fé e sua religião, que se baseia na mesquinhez do dar para receber, e não no amor desinteressado ao semelhante que juntos podem levar a redenção pela compaixão.

Paulinopax

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Upanishad Kena – A noite silenciosa 10


Os Upanishads
Upanishad Kena – A noite silenciosa


Se nesse estagio a mente chama isso de vazio, se ela lhe dá um nome, então sutilmente a mente se emaranha novamente com seus atributos. Indra viu Nada, e então surgiu Uma naquele Nada. Se sua mente tivesse projetado algo naquele vazio, Uma não teria aparecido.

Mas quando todas as projeções da mente tiverem cessado, inclusive de sattva, então naquele Nada surge de “algum lugar” uma mulher de beleza insuperável na forma de Uma.

Um dos significados da palavra Uma é Noite, outro é tranquilidade, ou seja, a mente liberada se encontra com a noite silenciosa. A noite representa um estado de indiferenciação, é durante o dia que as diferenciações são vistas.

Indra não estava com medo desse vazio silencioso, pois perguntou a Uma sobre a natureza do Ser supremo. Se as atrações do conhecido tiverem desaparecido completamente, então do Desconhecido surge na forma de Uma, uma mulher de esplendida beleza.

Uma é a consorte de Shiva, a trindade hindu consiste de Brahma, Vishnu e Shiva. Enquanto Brahman continua o imanifesto, ele não é cultuado como uma deidade, exceto muito raramente.

Vishnu simboliza o Manifesto. Shiva é a deidade que preside aquilo que pode ser chamado de um intervalo entre o Manifesto e o Imanifesto. Ele é conhecido como o destruidor. Ele está onde a continuidade do manifesto termina e a descontinuidade do Imanifesto inicia. Ele é único e venceu a morte.


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Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/

domingo, 21 de novembro de 2021

APÓCRIFO DE JOÃO IX


O Livro Secreto de João
A Revelação Secreta de João


E uma voz veio do aeon-céu sublime: 'O Homem existe, e o filho do Homem também.' E o chefe arconte Yaldabaoth ouviu isto, e achou que a voz tinha vindo da mãe dele. E ele não sabia de onde tinha vindo realmente: a Mãe-Pai perfeita e sagrada, a previsão completa, a imagem do invisível que é o Pai de tudo, e através do qual surgiu tudo, o Primeiro Homem. Porque ele revelou sua aparência numa forma humana.

E o universo inteiro do arconte chefe estremeceu, e os alicerces do abismo balançaram. E o fundo das águas que estão sobre a matéria foi iluminado pelo aparecimento da imagem Dele, que havia sido revelada. E quando todas as autoridades e o arconte chefe olharam, eles viram a região inteira do fundo que estava iluminada. E, através da luz, eles viram a forma da imagem na água.

E ele disse para as autoridades que o servem, 'Venham, vamos criar um homem de acordo com a imagem de Deus e de acordo com a nossa forma, para que a imagem dele se torne uma luz para nós.' E eles criaram, por meio de seus respectivos poderes, de acordo com as características que foram dadas. E cada autoridade forneceu uma característica nos moldes da imagem que eles tinham visto na forma natural. Eles criaram um ser segundo a aparência do Primeiro Homem perfeito. E eles disseram, 'Vamos chamá-lo de Adão, para que o nome dele se torne um poder de luz para nós.'


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domingo, 14 de novembro de 2021

O CAIBALION 10


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO X - A POLARIDADE

"Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias−verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados."

O Quarto Grande Princípio hermético − o Princípio de Polaridade − contém a verdade que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois aspectos, dois pólos opostos, com muitos graus de diferença entre os dois extremos. Os velhos paradoxos, que ainda deixaram perplexa a mente dos homens, são explicados pelo conhecimento deste Princípio.
O homem também reconheceu muitas coisas− semelhantes a este Princípio e tentou exprimi−lo por estas máximas e aforismos: Tudo existe e não existe ao mesmo tempo, todas as verdades são meias−verdades, todas as verdades são meio−falsas, há dois lados em tudo, todo verso tem o seu reverso, etc. Os Ensinos herméticos são, com efeito, que a diferença entre as coisas que se parecem diametralmente opostas é simplesmente questão de graus. Eles ensinam que os pares de opostos podem ser reconciliados, e que a reconciliação universal dos opostos é efetuada pelo conhecimento deste Princípio de Polaridade. Os instrutores dizem que os exemplos deste Princípio podem ser dados a qualquer pessoa, e por meio de uma examinação da natureza real das coisas. Eles conhecem porque afirmam que o Espírito e a Matéria são simplesmente dois pólos da mesma coisa, sendo os planos intermediários simplesmente graus de vibração@ Eles afirmam que o ToDo e o Muito são a mesma coisa, a diferença sendo simplesmente questão de grau de manifestação mental. Assim a LEi e as Leis são os dois pólos de uma só coisa. Do mesmo modo o PRINcípio e os Princípios, a Mente Infinita e a mente finita.
Então passando ao Plano Físico, eles explicam o Princípio dizendo que o Calor e o Frio são idênticos em natureza, as diferenças sendo simplesmente questão de graus. O termômetro marca diversos graus de temperatura, chamando−se o pólo mais baixo frio, e o mais elevado calor. Entre estes dois pólos estão muitos graus de calor ou frio, chamai−os qualquer dos dois que não cometereis erro algum. O mais elevado dos dois graus é sempre o mais quente, enquanto que o mais baixo é sempre o trais frio. Não há demarcação absoluta; tudo é questão de grau. Não há lugar no termômetro em que cessa o calor e começa o frio. Isto é questão de vibrações mais elevadas ou menos elevadas. Mesmo os termos alto e baixo (inferiores e superiores), que ’somos obrigados a usar, são unicamente pólos da mesma coisa; os termos são relativos. Assim como o Oriente e o Ocidente; viajai ao redor do mundo e na direção do Oriente, e chegareis a um ponto que é chamado Ocidente, ao vosso ponto de partida, e voltareis deste ponto oriental. Viajai para o Norte e parecer−vos−á viajar no Sul, ou vice−versa.
A Luz e a Obscuridade são pólos da mesma coisa, com muitos graus entre elas. A escala musical é a mesma coisa: vibrando o ponto "C" movei−o para cima até que encontrais outro ponto "C", e assim por diante, a diferença entre as duas extremidades da corda sendo a mesma, com muitos graus entre os dois extremos. A escala das cores é a mesma: pois que as mais elevadas e as mais baixas vibrações são simplesmente diferenças entre o violeta superior e o vermelho inferior. O Grande e o Pequeno são relativos. Assim também o Ruído e o Silêncio, o Duro e o Flexível. Tais são o Agudo e o Liso. O Positivo e o Negativo são dois pólos da mesma coisa, com muitos graus entre eles. O Bem e o Mal não são absolutos; chamamos uma extremidade da escala Bem e a outra Mal. Uma coisa é menos boa, que a coisa mais elevada na escala, mas esta coisa −menos boa, por sua vez, é mais boa (melhor) que a coisa imediatamente inferior a ela; e assim por diante, o mais ou o menos sendo regulado pela posição na escala.
E assim é no Plano Mental. O Amor e o ódio são geralmente considerados como sendo coisas diametralmente opostas entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. Mas aplicamos o Princípio de Polaridade, e supomos que não há coisa de Amor Absoluto ou de ódio Absoluto, como distintos um do outro. Ambos são simplesmente termos aplicados aos dois pólos da mesma coisa. Começando num ponto da escala encontramos mais amor ou menos ódio, conforme subirmos a escala; e mais ódio e menos amor, conforme descermos: sendo verdade que não há matéria de cujo ponto, superior ou inferior, possamos admirar. Há graus de Amor e de Ódio, e há um ponto médio em que o semelhante e o dessemelhante tornam−se tão insignificantes que é difícil fazer distinção entre eles. A Coragem e o Medo seguem a mesma regra. Os pares de opostos existem em toda parte. Onde encontrardes uma coisa encontrareis o seu oposto: os dois pólos.
E é este fato que habilita o hermetista a, transmutar um estado mental, em outro, conforme as linhas da Polarização. As coisas pertencentes a diferentes classes não podem ser transmutodas em uma outra, mas as coisas da mesma classe podem ser transmutadas, isto é, podem ter a sua polaridade mudada. Assim o Amor pode ser Oeste ou Leste, Vermelho ou Violeta, mas pode tornar−se e imediatamente se torna em ódio, e do mesmo modo, o ódio pode ser transformado em Amor, pela mudança da polaridade. A Coragem pode ser mudada em Medo e vice−versa. As coisas duras podem ficar moles. As coisas agudas podem ficar lisas. As coisas frias podem ficar quentes. E assim por diante, a transmutação sendo sempre entre coisas da mesma natureza, porém de graus diferentes. Tomemos o caso de um homem medroso. Elevando as suas vibrações mentais na linha do Medo e da Coragem, pode chegar a possuir maior grau (e Coragem e Intrepidez. E de igual modo um homem preguiçoso pode mudar−se em um indivíduo ativo, enérgico, simplesmente pela polarização na direção da qualidade desejada.
O estudante que está familiarizado com os processos pelos quais as diversas escolas de Ciência mental, etc., produzem modificações nos estados mentais dos que empregam os seus ensinos, poderá não compreender o princípio que opera estas mudanças. Contudo, quando o Princípio de Polaridade é compreendido, ele vê que as mudanças mentais são ocasionadas por uma mudança de polaridade, uma descida na mesma escala: o assunto é facilmente compreendido. A mudança não é da natureza de uma transrnutação de uma coisa em outra coisa inteiramente diferente, mas é simplesmente uma mudança de grau nas mesmas coisas, uma diferença muito importante. Por exemplo, tomando uma analogia do Plano Físico, é impossível mudar o Calor em Agudeza, Ruído, Altura, etc., mas o Calor pode ser transmutado em Frio, simplesmente pela diminuição dás ’vibrações. Da mesma forma o ódio e o Amor são mutuamente transmutáveis; assim também o Medo e a Coragem. Mas o Medo não pode ser mudado em Amor, nem a Coragem em Mo. Os estados mentais pertencem a inúmeras classes, cada classe deles tem dois pólos opostos, entre os quais a transmutação é possível. O estudante reconhecerá facilmente que nos estados mentais, bem como nos fenômenos do Plano Físico, os dois pólos podem ser classificados como Positivo e Negativo, respectivamente. Assim o Amor é Positivo para o ódio, a Coragem para o Medo, a Atividade para a Indolência, etc. E também pode−se dizer ainda que aos que não estão familiarizados com o Princípio de Vibração, o pólo Positivo parece ser de um grau mais elevado que o pólo Negativo, e dominá−lo imediatamente. A tendência da Natureza é na direção da atividade dominante do pólo Positivo. Para acrescentar mais alguma coisa à mudança dos pólos dos próprios estados mentais de cada um pela operação da arte de, Polarização, os fenômenos da Influência mental, nas suas diversas fases, nos mostram que este princípio pode estender−se até ao fenômeno da influência de uma mente sobre outra, de que muito se tem escrito nos últimos anos.
Quando se compreende que a Indução mental é possível, isto é, que estes estados mentais são produzidos pela indução de outros, então se pode ver imediatamente como um certo grau de vibração, ou a polarização de um certo estado mental, pode ser comunicado a outra pessoa, e assim se muda a sua polaridade nesta classe de estados mentais. É conforme este princípio que os resultados de muitos tratamentos mentais são obtidos. Por exemplo, uma pessoa é azul, melancólica e cheia de medo. Um cientista mental adestrando pela sua própria vontade a sua mente à desejada vibração, obtém a desejada polarização no seu próprio caso, então produz um estado mental semelhante no outro por indução, o resultado sendo que as vibrações são elevadas e a pessoa polarizada no lado Positivo da escala em vez do lado Negativo, transmutadas em e o seu Medo e outras emoções negativas são , Coragem e nos estados mentais positivos similares. Um pequeno estudo mostrar−vos−á que estas mudanças mentais são quase todas de conformidade com a linha de Polarização, a mudança sendo de grau e não de espécie. O conhecimento da existência deste grande Princípio hermético habilitará o estudante a compreender melhor os seus próprios estados mentais e o das outras pessoas. Ele verá que estes estados são todos questão de graus, e vendo assim, ele poderá elevar ou a− baixar a vibração à vontade, mudar os seus pólos mentais, em vez de ser o seu servo e escravo. E por este conhecimento poderá auxiliar inteligentemente os seus semelhantes, e pelo método apropriado mudar a −polaridade quando desejar. Aconselhamos todos os estudantes a familiarizarem−se com este Princípio de Polaridade, porque uma exata compreensão dó mesmo esclarecerá muitos assuntos difíceis.


Continua...

domingo, 7 de novembro de 2021

Reflexão Casual CXI



As religiões se automutilam ao se escravizarem a cada verdade absolutizada, arrastando milhares ao abismo da ignorância.

Paulinopax

terça-feira, 2 de novembro de 2021

 A Cadeia da Alma 

Paulo da Costa Paiva


Você é um cara confuso e cheio de duvidas, um dia percebe que está numa cela de um gigantesco presidio, nessa cela está além de você mas três pessoas: Um compulsivo, um arrogante narcisista e um cara calado e muito observador que quase passa desapercebido por todos, durante horas, dias, semanas, meses e anos.
Na cela, você, confuso por natureza se deixa envolver com os dois que sempre estão na sua cola para tirar proveito, que são o compulsivo e o narcisista arrogante, o compulsivo vai te apresentar uma vida fácil e cheio de prazer que não se importa com as consequência. O Narcisista arrogante vai te apresentar uma realeza divina onde você é o grande senhor que tudo sabe e tudo merece, ambos na verdade te iludem com falácias para te dominar e escravizar, por puro bel-prazer e depois te sacaneiam zombando da sua cara, e te jogam no lixo. Mas você assim como os dois não tem meta e nem foco, sempre flertando com o que há do outro lado da cela, do outro lado das grades que são outras celas com grades e pessoas que também estão confusas e cegas. Diante dessa situação você passar dias, meses, anos e todo uma vida dando atenção ao compulsivo e ao arrogante narcisista que sempre te batem e exploram, só porque você enxerga eles e outros cegos confusos.

Já o observador tá na dele, só observando você no seu drama cósmico, esse observador pode te apontar as verdades e os caminhos que te levem a verdadeira paz que tanto necessita, mesmo na cela junto com dois malfeitores você pode ter deslumbres dessa paz e das verdades eternas, mas para isso tem que se afastar deles e se impor, mostrando que diante de você deve se ter respeito e dialogo sincero para poder ter a sua atenção, não como um fantoche, mas como o Senhor da cela, ai sim poderá caminhar com o observador, e mesmo na cela vivenciar os céus , numa verdadeiro deslumbre da paz e das verdades eternas.


Paz e Bem!

domingo, 31 de outubro de 2021

Upanishad Kena – A noite silenciosa 9


Os Upanishads
Upanishad Kena – A noite silenciosa


Em tamas rajas e sattva estamos ocupados com iniquidade, retidão e farisaísmo. Em tamas a mente é muito preguiçosa para diferenciar entre o certo e o errado. Em rajas há uma luta entre o certo e o errado, é uma luta da mente para estabelecer a supremacia do que a mente considera como certo.

Sattva representa uma solução temporária do conflito, e isso resulta em farisaísmo, pois confere a mente um senso de poder e de comando, quando a mente acha que pode manter os dois opostos sob controle.

Agni e Vayu representando a mente libertada de tamas e rajas falharam em descobrir a natureza de Brahman. Indra é na verdade o deus dos deuses, e representa o mais elevado que a mente pode oferecer, Indra preside seu reino que é o céu. Sattva é realmente o céu da mente, é um reino onde prevalece a harmonia.

Porém de acordo com a tradição hindu o homem retorna a terra após uma estadia temporária no céu (Devachan, Swarga), Indra é o soberano desse estado celeste.

Indra indica aquela condição da mente em que ela é liberada inclusive de sattva. O fator limitador de sattva é o farisaísmo, quando a mente agarra às suas virtudes e realizações. A mente governada por sattva teme macular seus ditos mantos espirituais, esta mente não pode abandonar a si mesma e dar o que possui.

Mas Indra simboliza um estado onde há generosidade sem qualquer reserva. Indra brande o raio como sua arma e com sua arma, a partir do choque de nuvens opostas, ela atrai o raio para a terra seca para saciar a sua sede.

Mas o que a mente liberada de tamas, raja e sattva vê?. Na estória que relatamos, Indra se aproxima do Ser supremo e ele desaparece da sua vista, e naquele Nada surge uma bela mulher cujo nome era Uma, e foi ela que comunicou a Indra a natureza do Ser supremo.

Isso significa que a mente liberada de todos os seus atributos deve se defrontar frente a frente com Nada, a mente encara o vazio.


Continua...

Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/

domingo, 17 de outubro de 2021

APÓCRIFO DE JOÃO VIII


O Livro Secreto de João
A Revelação Secreta de João


Mas Yaldabaoth tem muitas faces, mais do que todos eles, para que ele pudesse por uma face diante deles quando ele desejasse, quando ele está no meio dos serafins. Ele compartilhou seu fogo com eles; por isto ele se tornou senhor sobre eles. Por causa da glória e do poder que ele possuía da luz da mãe dele, ele se chamou Deus. E ele não respeitou o lugar de onde ele veio. Ele uniu os sete poderes no seu pensamento com as autoridades que estavam com ele. E quando ele falou, aconteceu. E ele nomeou cada poder, começando pelo mais alto; bondade, com a primeira autoridade, Athoth; previsão com o segundo, Eloaio; divindade com o terceiro, Astaphaio; senhoria com o quarto, Yao; reino com o quinto, Sabaoth; inveja com o sexto, Adonein; compreensão com o sétimo, Sabbateon. E estes têm um firmamento correspondente a cada aeon-céu. Eles foram nomeados de acordo com a glória que pertence ao oitavo céu, para a destruição dos poderes. E havia poder nos nomes que foram dados a eles pelo seu Originador. Mas os nomes que foram dados a eles, de acordo com a glória que pertence ao oitavo céu, significam para eles destruição e impotência. Portanto, eles têm dois nomes.

E tendo criado [...] tudo, ele organizou de acordo com o modelo dos primeiros aeons que tinham surgido, para que ele pudesse criá-los como aqueles indestrutíveis. Não porque ele tinha visto aqueles indestrutíveis, mas o poder dentro dele, que ele tinha tomado de sua mãe, produziu nele a aparência do cosmos. E quando ele viu a criação que o rodeava, e a multidão dos anjos em sua volta que tinha vindo através dele, ele disse para eles, 'Eu sou um Deus ciumento, e não há outro Deus além de mim.' Mas, anunciando isto, ele indicou aos anjos que o servem que existe outro Deus. Porque se não houvesse outro, de quem ele teria ciúmes?

Então a mãe começou a se mover para lá e para cá. Ela percebeu a deficiência quando o brilho da luz dela diminuiu. E ela ficou escura, porque seu cônjuge não havia concordado com ela."

E eu disse "Senhor, o que significa ela se moveu para lá e para cá?" Mas ele sorriu e disse, "Não pense que é como Moisés falou, 'sobre as águas.' Não, mas quando ela havia visto a perversidade que tinha ocorrido, e o roubo que o filho dela tinha cometido, ela se arrependeu. E ela foi dominada pelo esquecimento da escuridão da ignorância, e ela começou a ficar envergonhada. E ela não ousou retornar, mas ela estava circulando. E a movimentação é o ir para lá e para cá.

E aquele arrogante tomou um poder da mãe dele. Porque ele era ignorante, pensando que não havia outro além da mãe dele. E quando ele viu a multidão dos anjos que ele havia criado, então ele se exaltou acima deles.

E quando a mãe reconheceu que a vestimenta da escuridão era imperfeita, aí ela soube que seu cônjuge não havia concordado. Ela se arrependeu com muito choro. E o pleroma inteiro escutou a oração do arrependimento dela, e em nome dela, eles solicitaram a bênção do Espírito puro invisível. Ele consentiu; e quando o Espírito invisível havia consentido, o Espírito sagrado, a partir do pleroma deles inteiro, derramou a bênção sobre ela. Porque não foi o cônjuge dela que veio, mas ele veio até ela pelo pleroma, para que ele pudesse corrigir a deficiência. E ela foi levada, não para o seu aeon, mas para um lugar mais elevado do que o filho dela, para que ela esteja no nono céu até que ela tenha corrigido sua deficiência.


Continua...

domingo, 10 de outubro de 2021

O CAIBALION 09

O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO IX – A VIBRAÇÃO
"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra." – CAIBALION –
O Terceiro Grande Princípio hermético − o Princípio de Vibração − compreende a verdade que o Movimento é manífestado em tudo no Universo, que nada está parado, que tudo se move, vibra e circula. Este princípio hermético foi reconhecído por muitos dos maiores filósofos gregos que o introduziam em seus sistemas. Mas, depois, por muitos séculos, foram perdidos pelos pensadores que estavam fora das fileiras herméticas. Mas no 9." século a ciência física descobriu novamente a verdade e as descobertas científicas do século XX acrescentaram as provas de exatidão e verdade da secular doutrina hermética. Os Ensinamentos herméticos são que não somente tudo está em movimento e vibração constante; mas também que as diferenças entre as diversas manifestações do poder universal são devidas inteiramente à variação da escala e do modo das vibrações. Não só isto, mas também que O TODO em si Mesmo manifesta uma constante vibração de um grau tão infinito de intensidade e movimento rápido que praticamente pode ser considerado como estando parado. Os instrutores dirigem a atenção do estudante para o fato de que, ainda no plano físico, um objeto que se move rapidamente (como uma roda girante) parece estar parado. Os Ensinamentos são que com efeito o Espírito está num lado do Pólo de Vibração, e o outro Pólo é certa forma extremamente grosseira da Matéria. Entre estes dois pólos estão milhões de milhões de escalas e modos de vibração. A Ciência Moderna provou que o que chamamos Matéria e Energia é simplesmente modo de movimento vibratório, e muitos dos mais adiantados cientistas estão−se movenào rapidamente para os ocultistas que sustentam que os fenômenos da Mente são modos semelhantes de vibração e movimento. Permiti−nos examinar o que disse a ciência sobre −a questão das vibrações na matéria e na energia.
Em último lugar, a ciência ensina que toda a matéria manifesta, em alguns graus, as vibrações procedentes da temperatura ou calor. Seja um objeto quente ou frio − ambos sendo simplesmente graus da mesma coisa − ele manifesta certas vibrações quentes, e neste sentido está em movimento e vibração. Logo todas as partículas da Matéria estão em movimento circular, desde os corpúsculos até os sóis. Os planetas giram ao redor dos sóis, e muitos deles giram sobre seus eixos. Os sóis movem−se ao redor dos grandes pontos centrais, e crê que estes se movem ao redor de maiores, e assim por diante, até o infinito. As moléculas de que as espécies particulares da Matéria são compostas se acham num estado de constante vibração e movimento umas ao redor das outras. As moléculas são compostas de Átomos, que, semelhantemente, se acham em estado de constante movimento e vibração. Os átomos são compostos de Corpúsculos, muitas vezes chamados elétrons, íons, etc. que também estão em estado de movimento rápido, girando um ao redor do outro, e que manifestam um estado e um modo verdadeiramente rápido de vibração. E vemos assim que todas as formas da Matéria manifestam a Vibração, de acordo com o Princípio hermético de Vibração.
E assim é com as diversas formas da Energia. A Ciência ensina que a Luz, o Calor, o Magnetismo e a Eletricidade são simplesmente formas de movimento vibratórío provavelmente emanadas do Éter. A Ciência até agora não procurou explicar a natureza dos fenômenos conhecidos como Coesão, que é o principio da Atração Molecular, nem a Afinidade Química, que é o princípio da Atração Atômica, nem a Gravitação (o maior mistério destes três), que é o princípio da atração pela qual uma partícula ou massa de Matéria é atraída por outra partícula. Estas três formas da Energia não são ainda compreendidas pela ciência, contudo, os escritores inclinarn−se para a opinião que estas três são manifestações da mesma forma da energia vibratória, fato que os hermetistas descobriram e disseram nos tempos passados.
O Éter Universal, que é postulado pela ciência sem que a sua natureza seja compreendida claramente, é considerado pelos hermetistas corno sendo uma manifestação elevada daquilo que é erroneamente chamado matéria, isto é, a Matéria a um grau elevado de vibração, é chamada por eles "A Substância Etérea". Os hermetistas ensinam que esta Substância Etérea é de extrema tenuidade e elasticidade, e penetra o espaço universal, servindo como meio de transmissão das ondas da energia vibratória, corno o calor, a luz, a eletricidade, o magnetismo, etc. Os Ensinamentos são que a Substância Etérea é um elo de união entre as formas da energia vibratória conhecida como . Matéria, de um lado, e a Energia ou Força, de outro lado; e também que ela manifesta um grau de vibração, em escala e modo inteiramente particular.
Os cientistas ofereceram o exemplo de uma roda, pião ou para mostrar os efeitos das cilindro movendo−se rapidamente escalas aumentativas da vibração. O exemplo supõe uma roda, pião ou cilindro, girando numa pequena escala de ligeireza. Suponhamos que o objeto se move lentamente. Ele pode ser visto facilmente, mas nenhum som do seu movimento penetra no ouvido. A ligeireza é aumentada gradualmente. Em poucos momentos o seu movimento toma−se tão rápido que um surdo ruído ou uma nota baixa pode ser ouvida. Então como a escala é aumentada a nota sobe mais na escala ’musical. O movimento sendo ainda mais aumentado, a última nota superior é melhor ouvida. Aí’, uma depois da outra, todas as notas da escala musical aparecem, subindo cada vez mais conforme é aumentado o movimento. Finalmente, quando o movimento passou uma certa escala, a nota final perceptível aos ouvidos humanos é alcançada, um som agudo soa morrendo ao longe, e segue−se o silêncio. Nenhum som do objeto girante é ouvido, o grau de movimento sendo tão elevado que o ouvido humano não pode registrar as vibrações.
Então começa a percepção dos graus ascendentes do calor e depois de algum tempo o olho percebe um vislumbre do objeto que se torna uma escuridão de cor avermelhada. Como o grau aumenta, o vermelho fica mais claro. Como a ligeireza ainda é aumentada, o vermelho passa ao alaranjado. O alaranjado passa ao amarelo. Depois seguem−se, sucessivamente as representações do verde, azul, anil, e finalmente violeta, conforme for aumentando a grau de ligeireza. Então a cor violeta desaparece, e todas as cores desaparecem, a vista humana não sendo capaz de registrá−las. Mas existem raios invisíveis que emanam do objeto girante, os raios usados na fotografia, e outros raios sutis da luz. Então começam a manifestar−se os raios peculiares conhecidos como os Raios X, etc., conforme se transforma a constituição do objeto. A Eletricidade e o Magnetismo são emitidos quando for atingido o grau apropriado de vibração.
Quando o objeto atinge um certo grau de vibração as suas moléculas se desintegram e giram por si mesmas nos elementos originais ou átomos. Os átomos por sua vez, seguindo o Princípio de Vibração, são separados nos pequenos corpúsculos de que são formados. E finalmente, mesmo os corpúsculos desaparecem e pode−se dizer que o objeto é composto da Substância Etérea. A Ciência não continua para diante o exemplo, mas os hermetístas ensinam que, se as vibrações fossem aumentando continuamente, o objeto subiria pelos estados sucessivos de manifestação e poderia manifestar os diversos graus mentais na direção do Espírito; então ele poderia reentrar finalmente no TODO, que é o Espírito Absoluto. O objeto, contudo, teria deixado de ser um objeto desde que tivesse subido ao degrau da Substância Etérea, mas apesar disso a ilustração é correta porque mostra o efeito do grau e modo de vibração aumentada constantemente. Deve ser lembrado na ilustração acima que nos graus em que o objeto expele vibrações de luz, calor, etc., ele não está atualmente resolvido nestas formas da energia (que são muito elevadas na escala), mas simplesmente alcança um grau de vibração em que estas formas de energia são livradas, em certo grau, das influências restritivas das suas moléculas, seus átomos e corpúsculos, como pode ser o caso. Estas formas de energia, apesar (e muito mais ele . vadas na escala do que a matéria, estão aprisionadas e limitadas nas combinações materiais, pela.razão que as energias manifestam e empregam as formas materiais, mas estão restringidas e limitadas nas suas criações destas formas, de modo que estas são, para um modo de entender, as mais verdadeiras de todas as criações, ficando a força criadora envolvida na sua criação. Mas os Ensinamentos herméticos vão muito além dos da ciência moderna. Eles ensinam que, toda a manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade, desejo, qualquer condíção ou estado, são acompanhados por vibrações, uma porção, das quais é expelida e tende a afetar a mente de outras pessoas por indução.
Este é o princípio que produz os fenômenos de telepatia, influência mental e outras formas da ação e do Poder do mente com que se está acostumando rapidamente, por causa da completa disseminação dos conhecimentos Ocultos pelas diversas escolas, cultos e instrutores na época atual. Todos os pensamentos, todas as emoções ou estados mentais têm o seu grau e modo de vibração. E por um esforço da vontade da pessoa, ou de outras pessoas, estes estados mentais podem ser reproduzidos, do mesmo modo que o tom musical pode ser reproduzido por meio da vibração de um instrumento em certo grau e assim como a cor pode ser reproduzida da mesma forma. Pelo conhecimento do Princípio de Vibração, aplicado aos Fenômenos Mentais, pode−se polarizar a sua mente no grau que quiser, adquirindo assim um perfeito domínio sobre os seus estados mentais, as disposições, etc. Do mesmo modo pode afetar as mentes dos outros, produzindo nelas os estados desejados. Por fim, ele pode produzir no Plano Mental o que a ciência produz no Plano Físico, principalmente, Vibrações à Vontade. Este poder pode ser adquirido somente pela instrução própria, pelos exercícios, práticas, etc., da ciência da Transmutação Mental, um dos ramos da Arte hermética.
Uma pequena reflexão sobre o que dissemos mostrará ao estudante que o Princípio de Vibração compreende os admiráveis fenômenos do poder manifestado pelos Mestres e Adeptos, que aparentemente são capazes de destruir as Leis da Natureza mas que em realidade simplesmente usam uma lei contra outra, um princípio contra outro; e que obtêm os seus resultados mudando as vibrações dos objetos materiais ou formas de energia, e então realizam o que é comumente chamado milagre. Diz um dos velhos escritores herméticos: "Aquele que compreende o Princípio de Vibração alcançou o cetro do Poder."


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domingo, 3 de outubro de 2021

Reflexão Casual CX



Existe algo que me entristeci profundamente e me decepciona muito com o ser humano, é quando ele se mostra indiferente com a dor do outro... Vi isso acontecer algumas vezes, só Deus sabe como isso é triste e machuca saber que muitos não vivem de verdade, são seres que existem por existir, vivendo na sua mediocridade egoisticamente sendo mortos-vivos, instintamente como vermes parasitas.

Paulinopax

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Upanishad Kena – A noite silenciosa 8


Os Upanishads
Upanishad Kena – A noite silenciosa


Mesmo que os deuses possam simbolizar a mente superior, ainda assim eles fazem parte da mente, com todas as suas possibilidades e limitações.

A estória diz que a parte superior da mente queria descobrir a natureza de Brahman, primeiro com Agni, que é o fogo que libera a energia latente em todos os seres. A energia latente é uma condição de inércia ou Tamas.

O fogo desperta a mente de sua inércia, da estupefaciente influencia de Tamas. A mente liberada de Tamas sai em busca da natureza de Brahman, mas retorna de crista baixa.

Em seguida Vayu parte em busca de Brahman, ele é conhecido como um viajante do espaço, pois no espaço se move sem qualquer atrito, e um movimento sem conflito. Um dos fatores que condicionam  a mente é rajas ou atividade.

O atributo de rajas denota o processo de vir-a-ser da mente, esse movimento é frustrante por causa das atrações e distrações. Este movimento motivado pelos desejos é cheio de obstáculos.

Vayu representa aquele movimento da mente que é livre de conflito e atrito. Isso mostra uma condição da mente liberada da influencia de rajas. Mas Vayu que representa uma condição livre de tamas e rajas (inércia e conflito), também falhou porque ela ainda é condicionada por sattva (harmonia).

Sattva é o mais elevado estado da mente, mas ainda é um atributo que condiciona a mente. É um condicionamento muito sutil, tão sutil que o homem não percebe sua influencia limitadora.


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Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/