quinta-feira, 24 de junho de 2021

Upanishad Kena – A noite silenciosa 5


Os Upanishads
Upanishad Kena – A noite silenciosa


Aquele pelo qual Brahman não é conhecido, O conhece, mas aquele pelo qual ele é conhecido, não O conhece. Ele não é conhecido por aqueles que O conhecem, Ele é conhecido por aqueles que não O conhecem.

A mente que sabe o que é explicado, mas não é ciente daquilo que permaneceu inexplicável, é uma mente ignorante. Em tal mente surge a vaidade do falso conhecimento. Aquele que diz que não conhece realmente conhece, pois ele percebe a falsidade do seu próprio conhecimento (quanto mais sei, mais sei que não sei).

Aquele que diz que não sabe, está no limiar do conhecimento. A sabedoria inicia onde a mente se torna consciente da falsidade do conhecimento que adquiriu. Essa mente pode responder a Voz do Silencio.

Brahman é conhecido no êxtase de um despertar que abre a porta da vida eterna. Com o Ser obtemos poder e com a sabedoria obtemos a eternidade.

Quando a consciência humana chega a esse intervalo entre o conhecimento e o não conhecimento, então se abre para ela a porta da vida interna. Ela deixa para trás o processo da continuidade do tempo, e está face a face com a descontinuidade do atemporal. A abertura se deu pelo êxtase do despertar.

Êxtase significa um estado de ser além de nós mesmos, onde o homem sai de si, é uma condição de real liberdade, liberdade do fardo das acumulações da mente.

O homem se torna simples e inocente. O homem recupera seu estado espiritual natural, e se instala como o soberano do reino. Somente aos simples a sabedoria da vida eterna é outorgada.


Continua...

Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/

domingo, 20 de junho de 2021

APÓCRIFO DE JOÃO IV


O Livro Secreto de João
A Revelação Secreta de João


Este é o grupo-de-cinco dos aeons do Pai, que é o Primeiro Homem, e que é a imagem do Espírito invisível; a presciência, que é Barbelo, e o pensamento, a previsão, a indestrutibilidade, a vida eterna, e a verdade. Este é o grupo-de-cinco andrógino dos aeons, o qual é o grupo-de-dez dos aeons, que é o Pai.

E ele olhou para Barbelo com a luz pura que envolve o Espírito invisível e com sua centelha. E ela concebeu dele. Ele gerou uma centelha de luz possuindo bem-aventurança. Mas que não o iguala em grandeza. Esta foi uma criança unigênita da Mãe-Pai que tinha vindo; é o fruto único, o unigênito do Pai. A Luz pura.

E o Espírito puro invisível se alegrou pela luz que veio, que surgiu pelo primeiro poder da presciência dele, que é Barbelo. E ele a ungiu com sua bondade até que se tornasse perfeita, não carecendo de qualquer valor, porque ele tinha ungido com a bondade do Espírito invisível. E ela (a luz) o auxiliou quando ele derramou sobre ela. E imediatamente, quando a luz tinha recebido do Espírito, ela glorificou o Espírito sagrado e a presciência perfeita, pela qual ela tinha vindo.

E ela pediu que lhe desse um ajudante, que é a mente, e ele consentiu alegremente. E quando o Espírito havia consentido, a mente veio, e auxiliou Cristo, glorificando ele e Barbelo. E todos estes surgiram no silêncio.

Continua...

domingo, 13 de junho de 2021

O CAIBALION 07


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO VII - O TODO EM TUDO

"Enquanto Tudo está n’O TODO, é também verdade que O TODO está em Tudo. Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento." 

Quantas vezes a maioria das pessoas ouviram repetir a declaração que a sua Divindade (chamada por muitos nomes) era "Todo em Tudo,,, e quão Pouco suspeitaram elas da verdade oculta, encoberta por estas palavras tão descuidadamente pronunciadas? A expressão comumente usada é uma sobrevivência da antiga máxima hermética acima citada. Como diz o Caibalion: "Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento." E, sendo assim, permiti−nos examinar esta verdade, cujo conhecimento tanto significa. Nesta exposição da verdade − esta máxima hermética − está encoberta uma das maiores verdades filosóficas, científicas e religiosas.
Nós vos explicamos o Preceito hermético a respeito da Natureza mental do Universo: a verdade que "o Universo é Mental; ele está dentro da Mente d’O TODO". Diz o Caibalion na passagem citada acima: "Tudo está n’O TODO." Mas note−se também a declaração correlativa, que: "É também verdade que O TODO está em TUDO." Esta declaração aparentemente contraditória é reconciliável pela Lei do Paradoxo. É, aliás, uma exata declaração hermética das relações que existem entre o TODO e o seu Universo mental. Vimos que "Tudo está n’O TODO", vejamos agora o outro aspecto do assunto. Os Ensinos herméticos são, com efeito, que o Todo está iminente (permanece, está inerente, habita) no seu Universo, e em cada partícula, unidade ou combinação, dentro do Universo. Esta expressão é geralmente ilustrada pelos Instrutores com uma referência ao Princípio de Correspondência. O Instrutor ensina o discípulo a formar uma Imagem mental de uma coisa, uma pessoa ou uma idéia, porque todas as coisas têm uma forma mental; dando como exemplo o ator dramático que forma uma idéia dos seus caracteres, ou um pintor ou escultor que forma uma imagem de um ideal que ele procura exprimir pela sua arte. Neste caso, o estudo ante deve compreender que, enquanto a imagem tem a sua existência e ser somente em sua própria mente, ao mesmo tempo ele, o estudante, autor, dramaturgo, pintor ou escultor, está em certo sentido imanente, e permanece, habita, na imagem mental. Em outras palavras, toda a virtude, vida, espírito e realidade da imagem mental é derivada da mente ímanente do pensador. Considerai isto por um momento e logo compreendereis a idéia.
Para tomarmos um exemplo moderno, diremos que Otelo, lago, Hamlet, Lear, Ricardo III, existiram somente na mente de Shakespeare, no tempo da sua concepção ou criação. E ainda, Shakespeare também existiu em cada um destes caracteres, dando−lhes a sua vitalidade, espírito e ação. Qual é o et espírito)> dos caracteres que conhecemos como Micawber, Oliver Twist, Uriah Heep; será Dickens, ou cada um destes caracteres terá um espírito pessoal, independente do seu criador? Têm a Vênus de Medici, a Madona Sixtina, o Apolo de Belvedere, espírito e realidade de si próprios, ou representam eles o poder espiritual e mental dos seus criadores? A Lei de Paradoxo demonstra que as duas proposições são verdadeiras, consideradas no seu próprio ponto de vista. Micawber é Micawber e é também Dickens. E, demais, enquanto que Micawber pode ser dito Dickens, o mesmo Dickens não é idêntico a Micawber. O homem, como Micawber, pode exclamar: "O Espírito do meu Criador está inerente em mim e, apesar disso, eu não sou ELE!" Quão diferente é esta da horrível mela−@,erdade tão estrondosamente anunciada por alguns dos falsos sábios, que enchem a atmosfera dos seus gritos: "Eu sou Deus!" Imaginai o pobre diabo de Micawber ou de Uriah Heep, gritando: "Eu sou DI’Ckens"; ou algum dos humildes bobos das peças de Shekespeare, anunciando com grandiloqüência: "Eu sou Sbakespeare!" O TODO está até na minhoca, contudo, a minhoca está longe de ser o TODO. E até, é de admirar que, conquanto a minhoca só exista como uma ooisa humilde, criada e tendo a sua existência na Mente do TODO, ele, O TODO, esteja imanente na minhoca e nas partículas que aormam. Haverá talvez um mistério maior que o de Tudo n’O TODO, e O TODO em Tudo?
O estudante perceberá no correr da obra que os exemplos dados acima são necessariamente imperfeitos e inadequados, porque representam a criação de imagens mentais na mente fínita, ao passo que o Universo é criação da Mente Infinita e a diferença entre os dois pólos as separa. E assim é simplesmente uma questão de grau, porque em ambas o mesmo Princípio está em operação: o Princípio de Correspondência manifesta−se nelas. "O que está em cima é como o que está embaixo; e o que está embaixo é como o que está em cima.," E, no grau em que o Homem realize a existência do Espírito que está imanente no seu ser, ele subirá na escada espiritual da vida. Eis o que significa desenvolvimento espiritual: o reconhecimento, a realização e manifestação do Espírito dentro de nós. Procurai não esquecer−vos desta última definição: a do desenvolvimento. Ela contém a Verdade da verdadeira Religião.
Existem muitos planos de Existência, muitos subplanos de Vida, muitos graus de existência no Universo. E tudo depende do avançamento dos entes na escada, cuja ponta mais inferior é a mais grosseira matéria, e a mais superior sendo separada somente pela mais pequena divisão do ESPÍRITO Do TODO. Nesta Escada da Vida, tudo se move em cima e embaixo. Todos estão no cam inho, Cujo fim é o TODO. Todo o progresso é uma volta à Morada própria. Tudo está em cima e embaixo, apesar de todas as aparências contraditórias. Tal é a mensagem do Iluminado. Os Preceitos herméticos referentes ao processo da Criação Mental do Universo são que, no começo do Ciclo de Criação, O TODO, em seu aspecto de Existência projeta a sua Vontade sobre o seu aspecto de Estado, e o processo de criação começa.
Dizem que o processo consiste no abaixamento da Vibração até que é alcançado um grau bem inferior de energia vibratória, no qual ponto é manifestada a forma mais grosseira possível da Matéria. Este processo é chamado o estado de Involução, em que o TODO está involuído, ou envolvido dentro da sua criação. Este processo é considerado pelos hermetistas como tendo correspondência com o processo mental de um artista, escritor ou inventor, que também, fica envolvido na sua criação mental como quase esquecendo a sua própria existência e que, por algum tempo, quase vive na sua criação. Se em vez de envolvido usarmos a palavra êxtase, talvez possamos dar uma pequena idéia do que queremos dizer.
Este estado Involutivo da Criação é muitas vezes chamado a Efusão da Energia Divina, como o estado Evolutivo é chamado Infusão. O pólo extremo do processo de Criação é considerado como sendo o mais afastado movido pelo TODO, enquanto que o princípio do estado Evolutivo é considerado como o princípio da volta do pêndulo do Ritmo; sendo expressa em todos os Ensinos herméticos uma idéia de volta à ’ casa.
Os Preceitos são que durante a Elusão, as vibrações tor, nam−se cada vez mais inferiores até que finalmente a restringência cessa, e as vibrações de volta começam. Mas há uma diferença: ao passo que na Elusão as forças criadoras manifestam−se compactamente e como um todo, no começo do estado Evolutivo ou de Infusão, é manifestada a Lei de Individualização, que é a tendência a separar em Unidas de Força, até que finalmente aquilo que se separou do TODO como energia não individualizada volte à sua fonte como Unidade de Vida altamente desenvolvida, tendo subido de mais a mais na escada por meio da Evolução Física, Mental e Espiritual.


Continua...

domingo, 6 de junho de 2021

Reflexão Casual CVI



Problema não é o sistema em si, mas o próprio ser humano, pois se não consegue mudar a si mesmo, como mudará o mundo inteiro?

Paulinopax