sexta-feira, 29 de março de 2019

O Livro Perdido de Dzyan II

A EVOLUÇÃO CÓSMICA 
NAS SETE ESTÂNCIAS DO LIVRO DE DZYAN
Helena Blavatsky


ESTÂNCIA II

1. ...Onde estavam os Construtores, os Filhos Resplandecentes da Aurora do Manvantara?...Nas Trevas Desconhecidas, em seu Ah-hi Paranishpanna. Os Produtores da Forma, tirada da Não-Forma, que é a Raiz do Mundo, Devamâtri e Svabhâvat, repousavam na felicidade do Não-Ser.

2. ...Onde estava o Silêncio? Onde os ouvidos para percebê-lo? Não; não havia Silêncio nem Som: nada, a não ser o Incessante Alento Eterno, para si mesmo ignoto.

3. A Hora ainda não havia soado; o Raio ainda não havia brilhado dentro do Germe; a Matripâdma ainda não entumecera.

4. Seu Coração ainda não se abrira para deixar penetrar o Raio Único e fazê-lo cair em seguida, como Três em Quatro, no Regaço de Mâyâ.

5. Os Sete não haviam ainda nascido do Tecido de Luz. O Pai-Mãe, Svabhâvat, era só Trevas; e Svabhâvat jazia nas Trevas.

6. Estes Dois são o Germe, e o Germe é Uno. O Universo ainda estava oculto no Pensamento Divino e no Divino Seio.


sábado, 23 de março de 2019

Resenha: Vida para Consumo


VIDA PARA CONSUMO:
 A TRANSFORMAÇÃO DAS PESSOAS EM MERCADORIA

Paulo da Costa Paiva


    Zygmunt Bauman é sociólogo, natural da Polônia nascido em 19 de novembro de 1925,é autor de vários livros relacionado sobre os diversos aspectos da sociedade e suas problemáticas como a liberdade, trabalho, ética, identidade, comunidade e outros assuntos que também se destacam por total complexidade, como o amor e o medo. Bauman nesta obra faz uma leitura critica de todo esse processo nas diversas dimensões da vida humana, tanto na sua esfera política e econômica, como também no cotidiano com toda a sua bagagem cultural diante de todas as problemáticas vivida. Diante desse contexto atual nos revela um novo conceito de realidade, de uma sociedade estável (liquida), onde toda essa estrutura social montada em torno da relativa fixidez moderna se dilui, transformando todas e quaisquer relações voláteis diante dos parâmetros sociais já estabelecidos, apresentando o dramático contexto que a sociedade hoje vive, numa realidade consumista, onde o individuo é transformado em uma mera mercadoria e que as relações que podem ser desfeitas com a mesma facilidade que é estabelecida, assim como um produto qualquer numa prateleira de supermercado sendo descartando posteriormente.

     O autor nos apresenta em sua obra, três tipos de analise fundamental dessa modernidade liquida, que seria o do consumidor, que aborda sobre a exposição do individuo em ambientes públicos se tornando uma sociedade confessional; A da sociedade de consumidores, que apresenta uma seletividade prioritária de clientes que e feita majoritariamente pelo sistema tecnológico; e por fim a da cultura consumista, nos revelando da mesma forma que são tratados os produtos são também o ser humano no momento que a seleção segue a regra do comercial na hora de escolher o perfil desejado do mercado com os melhores e mais capacitado. Essas idéias proposta na obra são na realidade possibilidades de construção de referencia de seus elementos principais e de sua representação com o objetivo de tornar mais compreensível essas evidencias das problemáticas sociais e existenciais, que não são uma simples descrição de uma realidade social, mas uma instrumentação de sua analise de forma critica e inteligível. 
      
     Bauman nos apresenta em sua obra, três tipos de analise fundamental dessa modernidade liquida, que seria o do consumidor, que aborda sobre a exposição do individuo em ambientes públicos se tornando uma sociedade confessional; A da sociedade de consumidores, que apresenta uma seletividade prioritária de clientes que e feita majoritariamente pelo sistema tecnológico; e por fim a da cultura consumista, nos revelando da mesma forma que são tratados os produtos são também o ser humano no momento que a seleção segue a regra do comercial na hora de escolher o perfil desejado do mercado com os melhores e mais capacitado. Essas idéias proposta na obra são na realidade possibilidades de construção de referencia de seus elementos principais e de sua representação com o objetivo de tornar mais compreensível essas evidencias das problemáticas sociais e existenciais, que não são uma simples descrição de uma realidade social, mas uma instrumentação de sua analise de forma critica e inteligível.

      No primeiro capitulo nos apresenta a problemática do “consumismo versus consumo” a partir da explosão da chamada revolução consumista, que aconteceu no momento que, o ato de consumir se tornou o sentido da existência para a maioria dos seres humanos, abraçando como propósito de vida sustentar seus desejos insaciados e cada vez mais compulsivos, conseqüentemente comprometendo o convívio humano e os tornando cada vez mais egoístas e interesseiros, vendo em tudo, uma forma de comercializar nas diversas dimensões humanas e sociais, do simples ato de comprar um pãozinho na padaria até o desumano ato de pagar para manusear e usufruir de um ser semelhante com único objeto de saciar seus gozos.  A obsessão de se adequar e de sintonizar com a nova liquidez (modinha) do momento proposto pelo sistema econômico tornar o ambiente moderno de futuro incerto, e de hostilidade ao planejamento em longo prazo, pois o próprio tempo para a sua maioria totalmente dominado pelo consumismo liquido-moderno se tornou uma maneira de renegociação pelo menos em seu significado, que deixou de ser cíclico e projetável, para se tornar um verdadeiro caos presente, onde o que vale é o “agora ou nunca” e que jamais se deve parar a música e a festa das ilusões, isso sem levar em conta suas conseqüências, onde o futuro se tornar algo temeroso e desinteressante para suas próprias vidas, pois o consumismo aposta na irracionalidade dos consumidores, estimulando emoções e não cultivando a racionalidade critica.

     No segundo capitulo, Bauman nos revela que o principal objetivo da sociedade de consumidores é de se aproveitar dos seus próprios membros, que alem de ser os consumidores em potencial se tornem também a mercadoria de consumo, para isso são condicionado, treinado, adaptável pela própria sociedade que lucra com os dois lados da mesma moeda. Sendo que ao consumir ao consumir um determinado produto se tornam rentáveis diretamente ao pagar e se tornam também rentáveis indiretamente ao consumir, pois foi condicionado a comprar algo que provavelmente não tinha necessidade de absolver. Muitas das vezes na sociedade atual, comprar não significaria necessariamente algo de interesse próprio, mas de satisfação diante a sociedade numa ilusão de pseudo bem sucedidos, onde tudo e lindo perfeito e maravilhoso, numa ostentação de ilusões muito perigosa para o “consumidor-produto” por isso se tornam muito valioso para sociedade de consumo porque muitos, ou melhor, dizendo a grande maioria da sociedade conseguiram seguir a risca a cartilha dos poderosos (Rico e Estado) que se beneficiam com toda essa dinâmica lucrativa para uma minoria, onde antes a relação econômica se dava verticalmente passa ser agora horizontalmente tirando a responsabilidade econômica-social do estado e jogando nas costas da própria sociedade que pouco ou nada percebe no coletivo que totalmente alienada e escrava compulsiva do consumo, de uma sociedade liquida - moderna acredita cegamente que está contribuindo com a sua liberdade de escolha para o progresso da sociedade.

      No terceiro capitulo é apresentado à cultura consumista, onde a insatisfação do ego, que se torna cada vez mais exigente no ato compulsivo de se consumir cada vez mais e mais, e o maior causador e promotor dessa situação e próprio mercado de consumo que se concentra periodicamente na supervalorização dos produtos ofertados e posteriormente tendo o lucro desejado se trabalha no processo de desvalorização imediata das suas antigas ofertas, oferecendo novos produtos muito mais atrativos comparada ao anterior.  Tudo é engendrado calculadamente, primeiramente para a insatisfação onde se tornar rotineiro na atualidade a angustia de cada um ser da sociedade que tende a se desenvolver a partir de um excesso de possibilidade e não das inúmeras proibições, pois não há mais limites, ou melhor, dizendo o céu (infinito) se torna o limite, pois quanto mais se tem, mas se deseja ter mais e mais, seguindo a cartilha do mercado de consumo que tudo se consome e nada se realiza individualmente se tornando vazio e infeliz a cada dia que passa num grande circulo vicioso que devora a todos no mesmo sistema, numa eterna insatisfação. Mesmo a sociedade de consumo esteja infeliz e insatisfeita, o mercado de consumo sempre joga para seus consumidores mais efeito anestésico e inebriante para poderem dá continuidade ao lucro, para isso se utiliza de vários mecanismos de sedução e dominação de consumo, entre esses meios está à mídia e a rede de internet por exemplo. Por mas que esses meios de comunicações tragam grandes benefícios e informação a maioria das pessoas, pode se tornar também uma ferramenta poderosa de dominação pela persuasão, principalmente dos menos politizados e sem senso critico, Pois quem domina e gerencia as comunicações em geral é o mercado de consumo que formam os gostos e as opiniões em geral, segundo os seus próprios interesses tendo como fim o lucro desejado em cima da própria sociedade consumista que ao mesmo tempo em que consome és também consumida sumariamente.     

      No quarto e último capitulo, o autor fala das baixas colaterais do consumismo, que é motivado por uma diminuição de contingente de consumidores, conseqüentemente leva ao prejuízo para o mercado, pois são pessoas que não se encaixam na forma proposta pelo mercado de consumo, são sempre falhos e obsoletos, por isso são considerados “subclasses”. A própria sociedade consumista em sua maioria os vê com grande desprezo, como verdadeiros derrotados, pois os avaliam e julgam por pessoas infelizes e decadentes por não conseguirem seguir os ritmos e níveis de vida de consumo proposta pelo mercado, porque o consumo excessivo e sinal de ostentação e de vangloria para seu próprio ego, e essa subclasse ficam a margem da sociedade por serem pobre e conseqüentemente consumidores falhos. Mostra um retrato de uma sociedade cada vez mais egoísta e indiferente com o seu semelhante, menos hospitaleira e atenciosa com que está ao seu lado, ou melhor, dizendo nas calçadas, praças e esquinas de nossas cidades, onde muitos os ignoram como seres invisíveis e sub-humanos.
           
     Outro ponto importante abordado e a dinâmica da economia, de sempre evitar que seus consumidores caiam no ambiente entediante do próprio sistema, que continua alienando através de suas estruturas parasitas com fachadas cada vez mais coloridas e iluminadas o suficiente para ofuscar suas vistas e principalmente suas mentes seguindo seus passos sem nada reclamar com o sorriso no rosto e o pirulito na boca. Para isso se trabalha a promoção da novidade e o rebaixamento da rotina, numa renovação constante num circulo vicioso e compulsivo por versões melhoradas de consumos, seguindo sumariamente a cartilha do mercado no tempo determinado e o lucro sendo cada vez mais robustecido, pois à medida que se consome insaciavelmente, mas ela se reveste da aura de sucesso diante da sociedade como um o prêmio merecido a ser ostentado. Por fim, a obra de Zygmunt Bauman nos apresenta uma leitura muito interessante, que motiva e levam as pessoas á um profundo questionamento existencial de dentro para fora, do interior (essência) para o exterior (sociedade) onde se possa haver uma transmutação da realidade, a partir primeiramente da revolução interior ecoando na sociedade para quem sabe um dia possamos ter um futuro mais humano e menos material.   







REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zigmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2008.



Paz e bem!!

sábado, 9 de março de 2019

Corpus Hermeticum III

CORPUS HERMETICUM
De Hermes Trismegisto


III - DISCURSO SAGRADO DE HERMES

Glória das coisas é Deus e o divino, e a natureza divina. Princípio dos seres é Deus - e o intelecto, e a natureza, e a matéria, porque ele é a sabedoria para a revelação das coisas. Princípio é o divino e ele é natureza, energia, necessidade, fim, renovação.
Ora, existe uma obscuridade sem fim no abismo e água e um sopro inteligente e sutil, tudo isto existente no caos pela potência divina. Então surge uma luz santa, e se destacando da substância úmida, os elementos se condensam e os deuses separam os seres da natureza germinal.
2 Com efeito, quando as coisas estavam indefinidas e não formadas, os elementos leves separaram-se dos outros dirigindo-se para o alto e os elementos pesados repousaram sobre a  areia úmida; todo o universo foi dividido em partes pela ação do fogo e mantido suspenso de forma a ser veiculado pelo sopro. E viu-se o céu em sete círculos e os deuses apareceram sob forma de astros com todas suas constelações; a natureza do alto foi ajustada segundo suas articulações com os deuses que continha em si. E o círculo envolvente movimenta-se circularmente no ar, veiculado no seu curso circular pelo sopro divino.
3 E cada deus, pelo seu próprio poder, produziu o que lhe foi designado; assim nasceram os animais quadrúpedes e os que se arrastam, os que vivem na água e aqueles que voam, toda semente germinal e a erva; o tenro oscilar de toda flor possui em si a semente da reprodução. E os deuses produziram as sementes que gerariam os humanos, para conhecer as obras divinas e prestar um testemunho ativo à natureza; para aumentar o número de humanos, para dominar o que existe sob o céu e reconhecer as coisas boas, para crescer e multiplicar-se, e toda alma na carne, pelo curso dos deuses cíclicos semeados, para contemplação do céu e do curso dos deuses celestes e das obras divinas e da atividade da natureza, para o conhecimento da potência divina, para conhecer as entranhas das coisas boas e más e descobrir toda a arte de fabricar coisas boas.
4 Desde então começou para eles a condução da vida humana e o adquirir da sabedoria segundo a sorte que lhe determina o curso dos deuses cíclicos e de se dissolver naquilo que restará deles, depois de ter deixado na terra grandes monumentos de suas indústrias. Todo nascimento de carne animada ou da semente dos frutos e de toda obra da indústria, tudo que tiver sido diminuído será renovado, pela necessidade e pela renovação dos próprios deuses, pelo curso do círculo da natureza que regula o número.
Pois o divino é a inteira combinação cósmica renovada pela natureza, pois é no divino que a natureza tem seu lugar.

Continua...

sábado, 2 de março de 2019