quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 10


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 10


O pensamento surge da experiência acumulada da mente. A existência da mente depende de manter essa experiência intacta, pois o seu rompimento significa o fim do próprio pensamento.

A intervenção do pensamento em qualquer ação é para manter sua continuidade. O pensamento restringe a ação e a mantém dentro dos confins da continuidade.

A morte é um fenômeno da descontinuidade. A vitória sobre a morte requer uma ação livre das influencias restritivas da continuidade, e essa ação só é possível quando não há intervenção do pensamento.

Onde a ação procede ao pensamento, somente aí a experiência da morte ocorre, e nessa experiência a compreensão da imortalidade ocorre.

A ação de conquistar a morte e o conhecimento da imortalidade são simultâneos, não ocorrem um após o outro.

Imanência e transcendência
Aquele que conhece conjuntamente esse par,
Com a imanência ele vence a morte
Com a transcendência alcança o imortal.

A continuidade é representada pela Imanência ou o Manifesto. A morte é a cessação do manifesto. Onde o manifesto é totalmente negado, aí chega a experiência da morte, através da negação do manifesto o homem vence a morte.

O momento em que o manifesto é negado é também o momento em que a Transcendência é experimentada. É com a abertura de uma janela e a entrada do sol, não há um intervalo entre as duas coisas.

Aqui não estamos fazendo uma referencia a uma crença na imortalidade, crença é um conceito, e um conceito funciona dentro dos confins da continuidade, e, portanto um conceito de imortalidade indica um estado de incessante continuidade. A imortalidade não é uma interminável continuidade.

Uma continuidade é um processo do tempo, mesmo que seja interminável. O tempo tem um começo, e, portanto, um fim.

A imortalidade quando é um produto do pensamento está sujeita ao processo do tempo. Uma imortalidade que tem um fim não é imortalidade alguma. A imortalidade não pode ser conhecida através do pensamento conceitual.

A conquista da morte se encontra no imanente, pois ela chega somente quando o manifesto é negado, mas o conhecimento da imortalidade está na Transcendência, pois ele vem quando o homem sai do tempo e entra na região do atemporal.

Que haja uma completa negação do manifesto, que sejam retirados os véus da imanência, pois quando os véus do manifesto são rasgados, então aparece diante do homem o Espírito em toda a sua glória.

A experiência espiritual é um processo de descoberta, a Realidade ou Verdade foi encoberta. Brahman ou a Realidade está na nossa frente, mas não podemos vê-La porque uma tela a está encobrindo.

A realidade está coberta por um véu dourado, que tanto nos fascina e atrai que não estamos dispostos a removê-lo.

Quem colocou este véu? O véu foi lançado pelo pensamento, que usou o melhor material disponível, com ouro e prata e joias. Mas este material foi feito com material do reino da continuidade. Quando este véu é retirado, então aparece o Espírito supremo.

Quando a luz da realidade brilha, o homem grita com grande júbilo e diz para si mesmo:

Desfrute o que é dado a você, não cobice a riqueza do outro.



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