quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 9


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 9


Aquele que conhece o conhecimento e a ação, com a ação vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade.

Não há contradição entre ação e conhecimento desde que sejam simultâneos. Na maioria de nós, o pensamento procede à ação. Criamos um pensamento padrão e depois lentamente buscamos criar um comportamento padrão.

Esse processo pode ser revertido? Se pudesse então haveria ação primeiro e o pensamento seria usado apenas como meio de descrever a ação. Quando uma pessoa descobre algo deste tipo de experiência (primeiro agir), surge uma expressão que é natural e simultânea com a ação.

Não há uma brecha entre a experiência e a expressão, embora sempre haja uma brecha entre a crença e o comportamento. Uma ponte jamais poderá ser construída entre o pensamento e a ação, mas entre a ação e o pensamento não há necessidade de ponte alguma.

Se a ação pudesse preceder o pensamento, então todo o problema da frustrante luta entre o preceito e a prática seria eliminado. “Com a ação ele vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade”.

O Upanishad diz: “reverta o problema de modo que a ação venha antes e o pensamento siga depois”. “Primeiro morra e, a seguir nessa experiência da morte, chegará o conhecimento da imortalidade”. O conhecimento da imortalidade nasce natural e espontaneamente, ele vem com o próprio despertar da experiência da morte.

Lembramos que a precedência da ação sobre o pensamento não é uma defesa para a ação impensada. Uma ação impensada é uma ação impulsiva, nascida do hábito ou do instinto, é nascida da inércia.

Mas a precedência da ação sobre o pensamento é um estado no qual a ação ocorre quando o pensamento ainda nem mesmo nasceu.

A morte demanda uma ação total, pois não deixa nada para trás. Esta ação só é possível quando a ação procede ao pensamento, onde o pensamento intervém a ação está fadada a ser incompleta (quem morreria se pensasse primeiro e agisse depois?).

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domingo, 20 de dezembro de 2020

Jesus Cristo segundo São João Capítulo 19

JOÃO 19


Jesus é flagelado, coroado de espinhos e condenado (Mt 27,27-31; Mc 15,16-20) - 1Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-lo. 2Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura; 3e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.

4Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.» 5Então, saiu Jesus com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»

6Assim que viram Jesus, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.» 7Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque disse ser Filho de Deus.»

8Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou. 9Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus: «Donde és Tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta. 10Pilatos disse-lhe, então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?» 11Respondeu-lhe Jesus: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado.»

12A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.»

13Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico. 14Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!» 15E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então, hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César.» 16Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.


Crucifixão de Jesus (Mt 27,32-44; Mc 15,21-32; Lc 23,33-43) - 17Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, 18onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. 19Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.»

20Este letreiro foi lido por muitos judeus, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego. 21Então, os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas ‘Rei dos Judeus’, mas sim: ‘Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.’» 22Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»

23Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. 24Então, os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura, que diz:

Repartiram entre eles as minhas vestes
e sobre a minha túnica lançaram sortes.
E foi isto o que fizeram os soldados.

25Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» 27Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.


Morte de Jesus (Mt 27,45-56; Mc 15,33-41; Lc 23,44-49) - 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»

29Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca. 30Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.


O peito aberto pela lança - 31Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz, porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente. 33Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. 35Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também.

36É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. 37E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.


Jesus é sepultado (Mt 27,57-61; Mc 15,42-47; Lc 23,50-56) - 38Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho.

Veio, pois, e retirou o corpo. 39Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. 40Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus. 41No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.



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domingo, 13 de dezembro de 2020

O CAIBALION 02


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia



CAPÍTULO ll OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS
"Os Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente, possui a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente."

Os Sete Princípios em que se baseia toda a Filosofia hermética são os seguintes:

 I. O Princípio de Mentalismo. 
II. O Princípio de Correspondência. 
III. O Princípio de Vibração. 
IV. O Princípio de Polaridade. 
V. O Princípio de Ritmo. 
VI. O Princípio de Causa e Eleito. 
VII . O Princípio de Gênero.

Estes Sete Princípios podem ser explicados e explanados, como vamos fazer nesta lição. Uma pequena explanação de cada um deles pode ser feita agora, e é o que vamos fazer.

I. O Principio de Mentalismo

"O TODO é MENTE; o Universo é Mental."

Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica que O TODO (que,é a Realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais) é ESPÍRITO, é INCOGNOSCíVEL e INDÈFINFVEL em si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina também que todo o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do TODO, sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência. Este Princípio, estabelecendo a Natureza Mental do Universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos que ocupam grande parte da atenção pública, e que, sem tal explicação, seriam ininteligíveis e desafiariam o exame científico. A compreensão deste Princípio hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar prontamente as leis do Universo Mental e a aplicar o mesmo Princípio para a sua felicidade e adiantamento. O estudante hermetista ainda não sabe aplicar inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá−la de maneira casual.
Com a Chave−Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Este Princípio explica a verdadeira natureza da Força, da Energia e da Matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao Domínio da Mente. Um velho Mestre hermético escreveu, há muito tempo: "Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do Universo está bem avançado no Caminho do Domínio." E estas palavras são tão verdadeiras hoje, como no tempo em que foram escritas. Sem esta Chave−Mestra, o Domínio é impossível, e o estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo.

II. O Principio de Correspondência

"O que está em cima é como o que está embaixo,
 e o que está embaixo é como o que está em cima."

Este Princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho axioma hermético diz estas palavras: "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.’ A compreensão deste Princípio dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio de Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível compreender. Este Princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: é uma Lei Universal. Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais importantes instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos obstáculos que encobrem à vista o Desconhecido. O seu uso constante rasgava aos poucos o véu de Isis e um vislumbre da face da deusa podia ser percebido. Justamente do mesmo modo que o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem, enquanto estiver no seu observatório, a medir sóis longínquos, assim também o conhecimento do Princípio de Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente,do Conhecido ao Desconhecido. Estudando a mônada, ele chega a compreender o arcanjo.

III. O Princípio de Vibração

"Nada está parado; tudo se move;tudo vibra."

Este Princípio encerra a verdade que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito. Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo está em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que também variam em graus de vibração); nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações), e também nos planos espirituais. O conhecimento deste Princípio,’ com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. "Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder", diz um escritor antigo.

IV. O Principio de Polaridade

"Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados."

Este Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu oposto, que formava um velho axioma hermético. Ele explica os velhos paradoxos, que deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese e a Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo; todas as verdades são meias−verdades; toda verdade é meio−falsa; há dois lados em tudo, etc., etc. Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença em variação de graus. Por exemplo: o Calor e o Frio, ainda que sejam; opostos, são a mesma coisa, e a diferença que há entre eles consiste simplesmente na variação de graus dessa mesma coisa. Olhai para o vosso termômetro e vede se podereis descobrir onde termina o calar e começa o frio! Não há coisa de calor absoluto ou de frio absoluto; os dois termos calor e frio indicam somente a variação de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que se manifesta como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade e ordem de Vibração. Assim o calor e o frio são unicamente os dois pólos daquilo que chamamos Calor; e os fenômenos que daí decorrem são manifestações do Princípio de Polaridade. O mesmo Princípio se manifesta no caso da Luz e da Obscuridade, que são a mesma coisa, consistindo a diferença simplesmente nas variações de graus entre os dois pólos do fenômeno Onde cessa a obscuridade e começa a luz? Qual é a diferença entre o grande e o pequeno? Entre o forte e o fraco? Entre o branco e o preto? Entre o perspicaz e o néscio? Entre o alto e o baixo? Entre o positivo e o negativo. O Princípio de Polaridade explica estes paradoxos e nenhum outro Princípio pode excedê−lo. O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permítiu−nos tomar um exemplo extremo: o do Amor e o ódio, dois estados mentais em aparência totalmente diferentes. E, apesar disso, existem graus de ódio e graus de Amor, e um ponto médio em que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de modo tão gradual que às vezes temos dificuldades em conhecer o que nos é igual, desigual ou nem um nem outro. E todos são simplesmente graus da mesma coisa, como compreendereis se meditardes um momento. E mais do que isto (coisa que os Hermetistas consideram de máxima importância), é possível mudar as vibrações de ódio em vibrações de Amor, na própria mente de cada um de nós e nas mentes dos outros. Muitos de vós, que ledes estas linhas, tiveram experiências pessoais da transformação do Amor em ódio ou do inverso, quer isso se desse com eles mesmos, quer com outros. Podeis pois tornar possível a sua realização, exercitando o uso da vossa Vontade por meio das fórmulas herméticas. Deus e o Diabo, são, pois, os pólos da mesma coisa, e o Hermetista entende a arte de transmutar o Diabo em Deus, por meio da aplicação do Princípio de Polaridade. Em resumo, a Arte de Polaridade fica sendo uma fase da Alquimia Mental, conhecida e praticada pelos antigos e modernos Mestres hermetistas. O conhecimento do Princípio habilitará o discípulo a mudar a sua própria Polaridade, assim como a dos outros, se ele consagrar o tempo e o estudo necessário para obter o domínio da arte.

V. O Principio de Ritmo

"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo ,em suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação."

Este Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração e repulsão, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré vazante, uma maré −alta e uma maré baixa, entre os dois pólos, que existem, conforme o Princípio de Polaridade de que tratamos há pouco. Existe sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos sóis, nos mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria. Esta lei é manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do I−Iomem (e é com estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensão do Princípio mais importante). Os Hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua aplicação universal, e descobriram também certos meios de dominar os seus efeitos no próprio ente com o emprego de fórmulas e métodos apropriados. Eles aplicam a Lei mental de Neutralização. Eles não podem anular o Princípio ou impedir as suas operações, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos na própria pessoa, até um certo grau que depende do Domínio deste Princípio. Aprenderam como empregá−lo, em vez de serem empregados por ele. Neste e noutros métodos consiste a Arte dos Hermetistas. O Mestre dos Hermetistas polarizasse até o ponto em que desejar, e então neutraliza a Oscilação Rítmica pendular que tenderia a arrastá−lo ao outro pólo. Todos os indivíduos que atingiram qualquer grau de Domínio próprio executam isto até um certo grau, mais ou menos inconscientemente, mas o Mestre o faz conscientemente e com o uso da sua Vontade, atingindo um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível de ser acreditado pelas massas populares que vão para diante e para trás como um pêndulo. Este Princípio e o da Polaridade foram estudados secretamente pelos Hermetistas, e os métodos de impedi−los, neutralizá−los e empregá−los formam uma parte importante da Alquimia Mental do Hermetismo.

VI. O Principio de Causa e Efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei."

Este princípio contém a verdade que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito para toda a Causa. Explica que: Tudo acontece de acordo com a Lei, nada acontece sem razão, não há coisa que seja casual; que, no entanto, existem vários planos de Causa e Efeito, os planos superiores dominando os planos inferiores, nada podendo escapar completamente da Lei. Os Hermetistas conhecem a arte e os métodos de elevar−se do plano ordinário de Causa e Efeito, a um certo grau, e por meio da elevação mental a um plano superior tomam−se Causadores em vez de Efeitos. As massas do povo são levadas para a frente; os desejos e as vontades dos outros são mais fortes que as vontades delas; a hereditariedade, a sugestão e outras causas exteriores movem−nas como se fossem peões no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os Mestres, elevando−se ao plano superior, dominam o seu gênio. cara ’ter, suas qualidades, poderes, tão bem como os que o cercam e tornam−se Motores em vez de peões. Eles ajudam a jogar a criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem partida da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades e influências. Empregam o Princípio em lugar de serem seus instrumentos. Os Mestres obedecem à Causalidade do plano superior, mas ajudam a governar o nosso plano. Neste preceito está condensado um tesouro do Conhecimento hermético: aprenda−o quem quiser.

VII. O Principio de Gênero

"O Genero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos." 

Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo; que o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual. No Plano físico este Princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores toma formas superiores, mas é sempre o mesmo Princípio. Nenhuma criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sern este Princípio, A compreensão das suas leis poderá esclarecer muitos assuntos que deixaram perplexas as mentes dos homens. O Princípio de Gênero opera sempre na direção da geração, regeneração e criação’.Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si os dois Elementos deste grande Princípio. Todas as coisas machos têm também o Elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm o Elemento masculino. Se compreenderdes a filosofia da Criação, Geração e Regeneração mentais, podereis estudar e compreender este Princípio hermético. Ele contém a solução de muitos mistérios da Vida. Nós vos advertimos que este Princípio não tem relação alguma com as teorias e práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes, que têm títulos empolgantes e fantásticos, e que nada mais são do que a prostituição do grande princípio natural de Gênero. Tais teorias, baseadas nas antigas formas infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente, o corpo e a alma; e a Filosofia hermética sempre publicou notas severas contra estes preceitos que tendem à luxúria, depravação e perversão dos princípios do Natureza. Se desejais tais ensinamentos podeis procurá−los noutra parte: o Hermetismo nada contém nestas linhas que sirva para vás. Para aquele que é puro, todas as coisas são puras; para os vis, todas as coisas são vis e baixas.

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domingo, 6 de dezembro de 2020

Reflexão Casual C



"Antes de se preocupar se vai ou não para inferno, se preocupe primeiro com os que já vivem aqui num verdadeiro inferno, e deixa de hipocrisia!"

Paulinopax

domingo, 29 de novembro de 2020

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 8


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 8


O Espírito é também Manishi, um pensador com extraordinário brilho e clareza, percebe o jogo dos opostos, e no jogo pode ver o cancelamento dos opostos e chegar a uma perfeita negatividade de consciência, mas essa negatividade não é passividade.

A negatividade nasce da coexistência de uma intensidade de emoção e uma clareza de pensamento. Kavi e Manishi é que tornam a consciência humana viva e contudo vazia onde é possível a comunhão com Brahman.

Perceber Brahman é olhar para o mundo da imanência com os olhos do Espírito quando então compreendemos a adequação de todas as coisas.

O ponto crucial é ter clareza no meio da Intensidade. Podemos ter clareza de pensamento, mas às vezes é não inspirada. Podemos também intensidade de emoção, porém associada a uma visão nebulosa e pensamento confuso.

Ter clareza e intensidade ao mesmo tempo, esse é o estado onde a consciência humana está viva e, contudo vazia. Devemos ser Kavi e Manishi ao mesmo tempo.

Em profunda escuridão caem aqueles que seguem a ação. Em profunda escuridão caem aqueles que seguem o conhecimento.

Normalmente ação e conhecimento ocorrem um após o outro, não simultaneamente, há sempre uma brecha entre os dois, e esta brecha que traz escuridão e desolação para a vida do indivíduo.

Ação não inspirada pelo conhecimento é mera atividade, uma Upasana, uma prática sem sentido. Analogamente, Conhecimento destituído de ação é um conhecimento sem inspiração. A mera ideação conduz a uma escuridão ainda maior.

Na chamada vida espiritual há sempre um esforço para cobrir o abismo entre a Crença e o Comportamento. É a tentativa de construir uma ponte entre um ponto fixo e o outro em constante movimento (a crença é o ponto fixo e o comportamento está sempre em movimento).

Uma crença representa conhecimento ideacional e o comportamento tende a ser repetitivo. Nenhum dos dois leva a iluminação. Por isso o Upanishad se refere a à ação que conduz à profunda escuridão e o conhecimento que conduz a uma escuridão ainda maior.

Continua...


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 EXORCISMO OU DELÍRIOS ?


O exorcismo é uma atividade muito interessante, mas desconfio muito da entidade apresentada como "Diabo" na cultura cristã. Caso realmente deseja o caos para humanidade, não  vai perder  seu tempo abusando de pobres devotos alienados e profundamente doentes no seu psique e na sua afetividade. Ele o dito " Diabo " poderia possuir um ateu por exemplo (rsrsrs) ou quem sabe um grande líder de uma nação para guerrear contra outras, causando muitas mortes e um verdadeiro caos(inferno) na terra .

Os ditos " Diabos " cristãos desconfio que na verdade são criações mentais, derivados de traumas e vícios.  Quando alimentado, se fortalece gradativamente ao ponto de dominar plenamente o doente, que se torna escravo compulsivo das idéias tóxica , dominando plenamente o corpo e os pensamentos... Já ouviu falar das supostas entidades conhecidas como " formas-pensamentos" ? Pois é, acreditos que os supostos "diabinhos" meia boca, que inferniza a maioria das pessoas são  esses pensamentos tóxicos.

Caso o mal realmente exista na forma de personificação(um Ser Diabo), não vai perder tempo com essa brincadeirinha de sair entrar nas pessoas, o máximo que pode ocorrer é ele ta assistindo toda cena gargalhando da zoação dos envolvidos.  O mal em si não perder tempo com bobagem teatral, ele age no submundo da alma jogando joio tanto no coração dos mais santo dos homens como no mais cruel dos assassinos, se vai crescer ou morrer na alma humana, vai depender exclusivamente do próprio homem. Por isso nunca culpe ninguém e nem o próprio "capeta" por suas trágicas decisões , sendo você livre, pode escolher que caminho quer iniciar agora para toda eternidade.

Paulo da Costa Paiva
-Paulinopax

domingo, 15 de novembro de 2020

Jesus Cristo segundo São João Capítulo 18

7. PAIXÃO E RESSURREIÇÃO
(18,1-20,29; ver Mt 26,1-28,20; Mc 14,1-16,20; Lc 22,1-24,53)


Prisão de Jesus (Mt 26,47-56; Mc 14,43-49; Lc 22,47-53) - 1Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, e ali entrou com os seus discípulos. 2Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio, porque Jesus se reunia ali frequentemente com os discípulos. 3Judas, então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.

4Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?» 5Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles. 6Logo que Jesus lhes disse: ‘Sou Eu!’, recuaram e caíram por terra. 7E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!» 8Jesus replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora.»

9Assim se cumpria o que dissera antes: ‘Dos que me deste, não perdi nenhum.’ 10Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. 11Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»


Jesus levado a Anás (Mt 26,57-58; Mc 14,53-54; Lc 22,66-71) - 12Então, o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus e manietaram-no. 13E levaram-no primeiro a Anás, porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: ‘Convém que morra um só homem pelo povo’.


Primeira negação de Pedro (Mt 26,69-70; Mc 14,54.66-68; Lc 22,55-57) - 15Entretanto, Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus. 16Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro. 17Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»

18Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido, porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.


Jesus interrogado por Anás (Mt 26, 59-68; Mc 14,55-65; Lc 22,66-71) - 19Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20Jesus respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. 21Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»

22Quando Jesus disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?» 23Jesus replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, porque me bates?» 24Então, Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.


Segunda e terceira negações de Pedro (Mt 26,71-75; Mc 14,69-72; Lc 22,58-62) - 25Entretanto, Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe, então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.» 26Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?» 27Pedro negou Jesus de novo; e nesse instante cantou um galo.


Jesus diante de Pilatos (Mt 27,1-2.11-26; Mc 15,1-15; Lc 23,1-7.13-25) - 28De Caifás, levaram Jesus à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.

29Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?» 30Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.» 31Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus, 32em cumprimento do que Jesus tinha dito, quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.

33Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?» 34Respondeu-lhe Jesus: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?» 35Pilatos replicou: «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?» 36Jesus respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.» 37Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.» 38Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?»

Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime. 39Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?» 40Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.



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domingo, 8 de novembro de 2020

O CAIBALION 01


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO l - OS TRÊS INICIADOS /A FILOSOFIA HERMÉTICA
"Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento." –
O CAIBALION –

Do velho Egito saíram os preceitos fundamentais esotéricos e ocultos que tão fortemente têm influenciado as filosofias de todas as raças, nações e povos, por vários milhares de anos. O Egito, a terra das Pirâmides e da Esfinge, foi a pátria da Sabedoria secreta e dos Ensinamentos místicos. Todas as nações receberam dele a Doutrina secreta. A índia, a Pérsia, a,Caldéia, a Média, a China, o Japão, a Assíria, a antiga Grécia e Roma e outros países antigos aproveitaram lautamente dos fatos do conhecimento, que os hierofantes e Mestres da Terra de Isis tão francamente ministravam aos que estavam preparados para participar da grande abundância de preceitos místicos e ocultos, que as mentes superiores deste antigo país tinham continuamente condensado. No antigo Egito viveram os grandes Adeptos e Mestres que nunca mais foram avantajados, e raras vezes foram igualados, nos séculos que se passaram desde o tempo do grande Hermes. No Egito estava estabelecida a maior das Lojas dos Místicos. Pelas portas dos seus Templos entraram os Neófitos que mais tarde, como Híerofantes, Adeptos e Mestres, se espalharam por todas as partes da terra, levando consigo o precioso conhecimento que possuíam, ansiosos e desejosos de ensiná−lo àqueles que estivessem preparados para recebê−lo. Todos os estudantes do Oculto conhecem a dívida que têm para com os veneráveis Mestres deste antigo país.
Mas entre estes Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes da sua vida se perderam devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egito, na sua última encarnação neste planeta, não é conhecida agora mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades consideram−no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do próprio Hermes.
Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de existência (a tradição afirma que viveu trezentos anos) os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia também o deificaram com o nome de "Hermes, o Deus da Sabedoria". Os egípcios reverenciaram por muitos séculos a sua memória, denominando−o o mensageiro dos Deuses, e ajuntando−lhe como distintivo o seu antigo título "Trismegisto", que significa o três vezes grande, o grande entre os grandes. Em todos os países antigos, o nome de Hermes Trismegisto foi reverenciado, sendo esse nome considerado como sinônimo de "Fonte de Sabedoria". Ainda em nossos dias empregamos o termo hermético no sentido de secreto, fechado de tal maneira que nada escapa, etc., pela razão que os discípulos de Hermes sempre observaram o princípio do segredo nos seus preceitos. Eles ignoravam aquele não lançar as pérolas aos porcos, mas conservavam o preceito de dar leite às crianças, e carne aos homens feitos, máximas que são familiares a todos os leitores das Escrituras Cristãs, mas que já eram usadas pelos egípcios, muitos séculos antes da era cristã. Os Preceitos herméticos estão espalhados em tocos os países e em todas as religiões, mas não pertencem a nenhuma seita religiosa particular. Isto acontece por causa das advertências feitas pelos antigos instrutores com o fim de evitar que a Doutrina Secreta fosse cristalizada em um credo. A sabedoria desta precaução é clara para todos os estudantes de história. O antigo ocultismo da índia e da Pérsia degenerou−se e perdeu−se completamente, porque os seus instrutores tornaram−se padres, e misturaram a teologia com a filosofia, vindo a ser, por conseqüência, o ocultismo da índia e da Pérsia, gradualmente perdido no meio das massas de religiões, superstições, cultos, credos e deuses. O mesmo aconteceu com a antiga Grécia e Roma e também com os Preceitos herméticos dos Gnósticos e Cristãos primitivos, que se perderam no tempo de Constantino, e que sufocaram a filosofia com o manto da teologia, fazendo assim a Igreja perder aquilo que era a sua verdadeira essência e espírito, e andar às cegas durante vários séculos, antes de tomar o seu verdadeiro caminho; porque todos os bons observadores deste vigésimo século dizem que a Igreja está lutando para voltar aos seus antigos ensinamentos místicos.
Apesar de tudo isso sempre existiram algumas almas fiéis que mantiveram viva a Chama, alimentando−a cuidadosamente e não deixando a sua luz se extinguir. E graças a estes firmes corações e intrépidas mentes, temos ainda conosco a verdade. Mas a maior parte desta não se acha nos livros. Tem sido transmitida de Mestre a Discípulo, de Iniciado a Hierofante, dos lábios aos ouvidos. Ainda que esteja escrita em toda parte, foi propositalmente velada com termos de alquimia e astrologia, de modo que só os que possuem a chave podem−na ler bem. Isto era necessário para evitar as perseguições dos teólogos da Idade Média que combatiam a Doutrina Secreta a ferro, fogo, pelourinho, forca e cruz. Ainda atualmente só encontramos alguns valiosos livros de Filosofia hermética, apesar das numerosas referências feitas a ela nos vários livros escritos sobre diversas fases do Ocultismo. Contudo, a Filosofia hermética é a única Chave−Mestra que pode abrir todas as portas dos Ensinamentos Ocultos! Nos primeiros tempos existiu uma compilação de certas Doutrinas básicas do Hermetismo, transmitida de mestre a discípulo, a qual era conhecida sob o nome de "Caibalion", cuja significação exata se perdeu durante vários séculos. Este ensinamento é, contudo, conhecido por vários homens a quem foi transmitido dos lábios aos ouvidos, desde muitos séculos.
Estes preceitos nunca foram escritos ou impressos até chegarem ao nosso conhecimento. Eram simplesmente uma coleção de máximas, preceitos e axiomas, não inteligíveis aos profanos, mas que eram prontamente entendidos pelos estudantes; e além disso, eram depois explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas aos seus Neófitos. Estes preceitos constituíam realmente os princípios básicos da Arte da Alquimia Hermética que, contrariamente ao que geralmente se crê, baseia−se no domínio das Forças Mentais, em vez de no domínio dos Elementos materiais; na Transmutação das Vibrações mentais em outras, em vez de na mudança de uma espécie de metal em outra. As lendas da Pedra Filosofal, que transformava qualquer metal em ouro, eram alegorias da Filosofia hermética perfeitamente entendidas por todos os estudantes do verdadeiro Hermetismo. Neste livro, cuja primeira lição é esta, convidamos os estudantes a examinar os Preceitos herméticos tal como são expostos no Caibalion e explicados por nós, humildes estudantes desses Preceitos’ que, apesar de termos o título de Iniciados, somos simples estudantes aos pés de Hermes, o Mestre. Nós lhes oferecemos muitos axiomas, máximas e preceitos do Caibalion, acompanhados de explicações e comentários, que cremos servir para tornar os seus preceitos mais compreensíveis ao estudante moderno, principalmente porque o texto original é velado de propósito com termos obscuros. As máximas, os axiomas e preceitos originais do Caíbalíon são impressos em tipo diferente do tipo geral da nossa obra. Esperamos que os estudantes a quem oferecemos esta obra, como possam tirar muito proveito do estudo das suas páginas como tiraram outros que passaram antes pelo Caminho do Adeptado, nos séculos decorridos desde o tempo de Hermes Trismegisto, o Mestre dos Mestres, o Três Vezes Grande. Diz o Caibalion: "Em qualquer lugar que estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos daquele que estiver preparado para receber o seu Ensinamento se abrirão completamente". "Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para os encher com Sabedoria." De modo que, de acordo com o indicado, só dará atenção a este livro aquele que tiver uma preparação especial para receber os Preceitos que ele transmite. E, reciprocamente, quando o estudante estiver preparado para receber a verdade, também este livro lhe aparecerá. Esta é a Lei. O Princípio hermético de Causa e Efeito, no seu aspecto de Lei de Atração, levará os ouvidos para junto dos lábios e o livro para junto do discípulo. Assim são os átomos!


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domingo, 1 de novembro de 2020

Reflexão Casual XCIX



"Precisamos de Santos e Santas, com disposição de ajudar o próximo, que experimente Cristo de forma concreta naqueles que sofrem e clamam por justiça e dignidade.Devemos sair além dos muros da Igreja, dos grupinhos e movimentos, ir aqueles que ainda estão nas trevas e precisam de luz, Luz daqueles reais testemunhos de verdadeiros cristãos(novos cristos) que não se acomoda e nem vive uma fé de modinha, numa verdadeira alienação, totalmente alheios e distante aos que sofrem, choram e se desesperam... É fácil ser cristão(santinho) dentro da Igreja ou nos grupinhos quero ver lá fora junto com os lobos."

Paulinopax

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 7


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 7


O que é que tudo permeia – obviamente a imensidão do espaço. Só no imenso vazio é que o Único pode nascer. Somente na consciência que tem o espaço infinito é que pode nascer Brahman, ele não pode ser experenciado por uma consciência que não tem espaço.

Mas o que é criar espaço na consciência? É o estado de Amor, e a criação só é possível no estado de Amor, é uma condição de virgindade, de total vazio. Uma consciência que está sujeita a modificações não tem espaço em si. As modificações surgem por causa do jogo dos opostos.

Como pode haver Amor onde existe oposto ou dualidade? O Espírito é uma condição onde os opostos foram suprimidos, e há espaço claro e aberto, não interrompido por objetos, sem qualquer objeto.

Como chegar a esta experiência de imensidão do espaço? O solo virgem não é morto e, entretanto nada possui. O solo deve ter sido transformado em algo vivo, senão seria estéril.

Portanto a consciência antes de chegar a imensidão do Espaço deve ter sido transformada em uma realidade viva e ainda assim vazia. É a única forma de conhecer Brahman.

O Vazio do espaço não pode ser criado. O espaço que é criado é sempre um espaço com Objeto. O espaço sem um objeto vem à existência, ele não pode ser trazido à existência.

Como ele vem à existência? O solo que é vivo está sempre vazio, pronto para uma nova criação. Este é o solo da consciência humana, ele deve ser mantido vivo e essa qualidade viva irá criar a imensidão do espaço, na qual Brahman pode nascer.

Como a consciência humana pode ser mantida viva? Ao comungar com o Único, o homem chega à comunhão com Brahman, e tal comunhão só é possível quando há imensidão de espaço na consciência humana.

A consciência que está viva contem os fatores Kavi e Manishi. Kavi é um vidente com sensibilidade da percepção, vê todo o seu Ser, há uma paixão em sua percepção, ele vê muitas coisas que a maioria não percebe, a consciência de Kavi é sobrecarregada de emoção.

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domingo, 18 de outubro de 2020

Jesus Cristo segundo São João Capítulo 17

JOÃO 17


Oração Sacerdotal de Jesus - 1Assim falou Jesus. Depois, levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória, 2segundo o poder que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. 3Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste. 4Eu manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a obra que me deste a realizar. 5E agora Tu, ó Pai, manifesta a minha glória junto de ti, aquela glória que Eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir.

6Dei-te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, me deste. Eles eram teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra. 7Agora ficaram a saber que tudo quanto me deste vem de ti, 8pois as palavras que me transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles receberam-nas e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste. 9É por eles que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu e o que é teu é meu; e neles se manifesta a minha glória.

11Doravante já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda-os em ti, para serem um só, como Nós somos! 12Enquanto estava com eles, Eu guardava-os em ti, em ti que a mim te deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o homem da perdição, cumprindo-se desse modo a Escritura. 13Mas agora vou para ti e, ainda no mundo, digo isto para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria. 14Entreguei-lhes a tua palavra, e o mundo odiou-os, porque eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. 15Não te peço que os retires do mundo, mas que os livres do Maligno. 16De facto, eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo.

17Faz que eles sejam teus inteiramente, por meio da Verdade; a Verdade é a tua palavra. 18Assim como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo, 19e por eles totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus inteiramente, por meio da Verdade.

20Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, 21para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. 22Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. 23Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim.

24Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo.

25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. 26Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»



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domingo, 11 de outubro de 2020

O CAIBALION


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


INTRODUÇÃO.

Temos grande prazer em apresentar aos estudantes e investigadores da Doutrina Secreta esta pequena obra baseada nos Preceitos herméticos do mundo antigo. Existem poucos escritos sobre este assunto apesar das inúmeras referências feitas pelos ocultistas aos Preceitos que expomos, de modo que por isso esperamos que os investigadores dos Arcanos da Verdade saberão dar bom acolhimento ao livro que agora aparece. O fim desta obra não é a enunciação de uma filosofia ou doutrina especial, mas sim fornecer aos estudantes uma exposição da Verdade que servirá para reconciliar os fragmentos do conhecimento oculto que adquiriram, mas que são aparentemente opostos uns aos outros e que só servem para desanimar é desgostar o principiante neste estudo. O nosso intento não é construir um novo Templo de Conhecimento, mas sim colocar nas mãos do estudante uma Chave−Mestra com que possa abrir todas as portas internas que conduzem ao Templo do Mistério cujos portais já entrou. Nenhum fragmento dos conhecimentos ocultos possuídos pelo mundo foi tão zelosamente guardado como os fragmentos dos Preceitos herméticos que chegaram − até nós através dos séculos passados desde o tempo do seu grande estabelecedor, Hermes Trismegisto, o mensageiro dos deuses, que viveu no antigo Egito quando a atual raça humana estava em sua infância. Contemporâneo de Abraão e se for verdadeira a lenda, instrutor deste venerável sábio, Hermes foi e é o Grande Sol Central do Ocultismo, cujos raios têm iluminado todos os ensinamentos que foram publicados desde o seu tempo. Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinos esotéricos de cada raça foram formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos preceitos da índia tiveram indubítavelmente a sua fonte nos Preceitos herméticos originais.
Da terra do Ganges muitos mestres avançados se dirigiram para o país do Egito para se prostrarem aos pés do Mestre. Dele obtiveram a Chave−Mestra que explicava e reconciliava os seus diferentes pontos de vista, e assim a Doutrina Secreta ficou firmemente estabelecida. De outros países também vieram muitos sábios, que consideravam Hermes como o Mestre dos Mestres; e a sua influência foi tão grande que, apesar dos numerosos desvios de caminho de centenas de instrutores desses diferentes países, ainda se pode facilmente encontrar uma certa semelhança e correspondência nas muitas e divergentes teorias admitidas e combatidas pelos ocultistas de diferentes países atuais. Os estudantes de Religiões comparadas compreenderão facilmente a influência dos Preceitos herméticos em qualquer religião merecedora deste nome, quer seja uma religião apenas conhecida atualmente, quer seja uma religião morta, ou uma religião cheia de vida no nosso próprio tempo. Existe sempre uma correspondência entre elas, apesar das aparências contraditórias, e os Preceitos herméticos são como que o seu grande Conciliador.
A obra de Hermes parece ter sido feita com o fim de plantar a grande Verdade−Semente que se desenvolveu e germinou em tantas formas estranhas, mais depressa do que se teria estabelecido uma escola de filosofia que dominasse o pensamento do mundo. Todavia as verdades originais ensinadas por ele foram conservadas intatas na sua pureza original, por um pequeno número de homens, que, recusando grande parte de estudantes e discípulos pouco desenvolvidos, seguiram o costume hermético e reservaram as suas verdades para os poucos que estavam preparados para compreendê−las e dirigi−Ias. Dos lábios aos Ouvidos a verdade tem sido transmitida entre esses poucos. Sempre existiram, em cada geração e em vários países da terra, alguns Iniciados que conservaram viva a sagrada chama dos Preceitos herméticos, e sempre empregaram as suas lâmpadas para reacender as lâmpadas menores do mundo profano, quando a luz da verdade começava a escurecer e a apagar−se por causa da sua negligência, e os seus pavios ficavam embaraçados com substâncias estranhas. Existiu sempre um punhado de homens Para cuidar do altar da Verdade, em que mantiveram sempre acesa a Lâmpada Perpétua da Sabedoria. Estes homens dedicaram a sua vida a esse trabalho de amor que o poeta muito bem descreveu nestas linhas: "Oh! não deixeis apagar a chama! Mantida De século em século Nesta escura caverna,Neste templo sagrado!Sustentada por puros ministros do amor! Não deixeis apagar esta divina chama!"
Estes homens nunca procuraram a aprovação popular, nem grande número de prosélitos. São indiferentes a estas coisas, porque sabem quão poucos de cada geração estão preparados para a verdade, ou podem reconhecê−la se ela Ihes for apresentada. Reservam a carne para os homens feitos, enquanto outros dão o leite às crianças. Reservam suas pérolas de sabedoria para os poucos que conhecem o seu valor e sabem trazê−las nas suas coroas, em vez de as lançar ao porco vulgar, que enterrá−las−ia na lama e as Misturaria com o seu desagradável alimento mental. Mas esses poucos não esqueceram nem desprezaram os preceitos originais de Hermes, que tratam da transmissão das palavras da verdade aos que estão preparados para recebê−la, a respeito dos quais diz o Caibalion:"Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu Ensinamento se abrirão, completamente. " E ainda: "Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para enchê−los com sabedoria. " Mas a sua atitude habitual sempre esteve estritamente de acordo com outro aforismo hermético também do Caibalion: "Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento."
Os que não podem compreender são os que criticaram esta atitude dos Hermetistas e clamaram que eles não manifestavam o verdadeiro espírito dos seus ensinamentos nas astuciosas reservas e reticências que faziam. Porém um rápido olhar retrospectivo nas páginas da história mostrará a sabedoria dos Mestres, que conheciam que era uma loucura pretender ensinar ao mundo o que ele não desejava saber, nem estava preparado para isso. Os Hermetistas nunca quiseram ser mártires; antes pelo contrário, ficaram silenciosamente retirados com um sorriso de piedade nos seus fechados lábios enquanto os bárbaros se enfureciam contra eles nos seus costumeiros divertimentos de levar à morte e à tortura os honestos mas desencaminhados entusiastas, que julgavam ser possível obrigar uma raça de bárbaros a admitir a verdade, que só pode ser compreendida pelo eleito já bastante avançado no Caminho. E o espírito de perseguição ainda não desapareceu da terra. Há certos preceitos herméticos que, se fossem divulgados, atrairiam contra os divulgadores uma gritaria de desprezo e de ódio por parte da multidão, que tornaria a gritar: "Crucificai−os! Crucificai−os!
Nesta obra nós nos esforçamos por vos oferecer uma idéia dos preceitos fundamentais do Caibalion, procurando dar os Princípios acionantes e vos deixando o trabalho de os estudar, em vez de tratarmos detalhadamente dos seus ensinamentos. Se fordes verdadeiros estudantes podereis compreender e aplicar estes Princípios; se o não fordes deveis vos desenvolver, porque de outra maneira os Preceitos herméticos serão para vós somente palavras, palavras, palavras!!! ...


Continua...