Cânon das Sagradas
Escrituras
Paulo da Costa
O
cânon cristão foi concluído no final do século IV (Concílio de Hipona - 393),
que tinha o objetivo de discutir e deliberar a lista oficial dos livros que
deveriam ser considerado inspiração divina, entre eles os livros
deuterocanônico. Este cânon foi confirmado em concílios posteriores (Cartago –
397/ Florença – 1441) e finalmente em 1546 por intermédio do decreto de
“Canonicis Scripturis” no concílio de Tentro. Percebe-se forte influencia
patrística em todo seu processo como também a participação em sua
sistematização e conclusão. Os primeiros cristãos muitos vindos do judaísmo se
utilizaram da tradução grega da septuaginta, cânon longo (Alexandria), e em
suas missões de anunciar Cristo principalmente aos povos pagãos, mas
precisamente ao império Greco-romano.
Para os Padres da Igreja a Escritura
hebraica era de suma importância, pelas suas profundas riquezas de ensinamento
sobre a economia da salvação, mostrando todo o processo histórico de um povo
que teve uma convivência direito com seu Deus (por intermédio dos profetas),
que é ao mesmo tempo Senhor de Israel e Pai de Jesus, onde o próprio Cristo nos
confirma que o tempo prometido chegou por seu intermédio, sendo isso
profetizado por épocas anteriores. Surge então no século III uma grande duvida
entre os cristãos que causa grandes discussões com os judeus, pois alguns
Padres da Igreja evitavam os livros deutero-canônicos, e se utilizando somente
dos proto-canônicos. A discussão sobre a extensão material do Antigo testamento
emergiu especificamente sobre os questionamentos de que certos
livros(deutero-canônicos) não fazem partem do cânon judaico.
Outras
problemáticas foram relacionadas ao surgimento dos Escritos Sagrados do novo
Testamento, pois antes do surgimento dos primeiros livros, nos primórdio do
cristianismo os apóstolos e também seus sucessores evangelizavam numa tradição
oral, baseado nos testemunhos vividos junto ao Mestre (Jesus). Diante das
situações e dificuldades de cada comunidade, os Pastores escreviam cartas
pastorais, dando orientações, exortações ou motivações de fé diante das
tribulações e perseguições, já no final do primeiro século existia os escrito
dos Atos dos Apóstolos (Evangelista Lucas) e também o apocalipse da comunidade
Joanina.
No período do final do século I para o inicio do II surgiram
variedades tipos de texto nas diversas comunidades, Juntos com esses textos,
surgiram outros de origens duvidosas e tendenciosas (Apócrifos), surgiram então
às heresias que permaneceram por longos séculos. A partir do meado do século II
e posteriores, surgiram correntes heréticas (Gnosticismo; Marcionismo;
Motanismo; Arianismo...), que entraram em conflito com as fidelíssimas
tradições cristãs, e por necessidade se viu a emergência da determinação do
cânon, que então a partir do ano de 393(Concílio de Hipona) se desenvolveu toda
uma sistematização junto de grandes autoridades eclesiásticas (Padres da
Igreja) que deram uma imensa contribuição para formação do cânon cristão sendo
confirmado posteriormente em concílios futuros. Entre os padres da Igreja que
tiveram uma participação fundamental nesse período foram Santo Agostinho e
santo Atanásio.
Pax!
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ResponderExcluirAbraços
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