Os Upanishads
Upanishad Ishavasya –
O Véu Dourado 5
É
na Aceitação do que é dado que descobrimos o Espírito ou qualidade das coisas.
O 4º e 5o verso deste Upanishad dá uma
descrição do que é o espírito, cuja negligencia leva os homens às regiões da
escuridão total:
O
Espírito sem se mover, é mais rápido do que a mente;
Os
sentidos não O podem alcançar, Ele está sempre além deles.
Estando
imóvel, Ele ultrapassa aqueles que correm.
Ele
se move. Ele não se move,
Ele
está distante e Ele está próximo,
Ele
está dentro de tudo,
E
Ele está fora de tudo.
Acima
vemos mais um grande paradoxo dos Upanishads. Como pode o Espírito ser movente
e imóvel? Distante e próximo? Se somarmos todos os tributos do Espírito o
resultado seria Nada, com os opostos cancelando um ao outro. Portanto a
qualidade é realmente Nada. A qualidade é indivisível.
O
Nada permanece Nada sob quaisquer circunstancias, porém sem a presença do Nada
toda a manifestação deve parecer morta, seria um mal monstruoso. Os Upanishads
se ocupam com o mistério da Nada.
Este
Upanishad diz que o Espírito é incorpóreo, invulnerável, incorruptível, não nascido
e imanifesto. Ele contém todas as formas, nenhuma forma O contém, Ele permanece
sem forma em sua verdadeira natureza.
Ele
é invulnerável, pois para atacar algo é preciso agarrar e prender esta coisa,
ou seja, quando existe no tempo e no espaço. Ele é intangível, fora do alcance
da mente e dos sentidos.
Sua
força advém do fato de que Ele jamais pode ser possuído, e isso o torna
incorruptível. O que corrompe é a posse, tanto o possuidor como o possuído.
O
possuidor é corrompido porque se torna insensível pelo ato da posse, enquanto o
possuído se torna corrupto porque a posse é possível somente quando isolamos
algo de seu contexto vivo, portanto está morto e se decompõe.
Continua...
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