sábado, 29 de agosto de 2020

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 5


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 5


É na Aceitação do que é dado que descobrimos o Espírito ou qualidade das coisas.

O  4º e 5o verso deste Upanishad dá uma descrição do que é o espírito, cuja negligencia leva os homens às regiões da escuridão total:

O Espírito sem se mover, é mais rápido do que a mente;
Os sentidos não O podem alcançar, Ele está sempre além deles.
Estando imóvel, Ele ultrapassa aqueles que correm.
Ele se move. Ele não se move,
Ele está distante e Ele está próximo,
Ele está dentro de tudo,
E Ele está fora de tudo.

Acima vemos mais um grande paradoxo dos Upanishads. Como pode o Espírito ser movente e imóvel? Distante e próximo? Se somarmos todos os tributos do Espírito o resultado seria Nada, com os opostos cancelando um ao outro. Portanto a qualidade é realmente Nada. A qualidade é indivisível.

O Nada permanece Nada sob quaisquer circunstancias, porém sem a presença do Nada toda a manifestação deve parecer morta, seria um mal monstruoso. Os Upanishads se ocupam  com o mistério da Nada.

Este Upanishad diz que o Espírito é incorpóreo, invulnerável, incorruptível, não nascido e imanifesto. Ele contém todas as formas, nenhuma forma O contém, Ele permanece sem forma em sua verdadeira natureza.

Ele é invulnerável, pois para atacar algo é preciso agarrar e prender esta coisa, ou seja, quando existe no tempo e no espaço. Ele é intangível, fora do alcance da mente e dos sentidos.

Sua força advém do fato de que Ele jamais pode ser possuído, e isso o torna incorruptível. O que corrompe é a posse, tanto o possuidor como o possuído.

O possuidor é corrompido porque se torna insensível pelo ato da posse, enquanto o possuído se torna corrupto porque a posse é possível somente quando isolamos algo de seu contexto vivo, portanto está morto e se decompõe.

Continua...


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