Ação do Povo de Deus
Paulo da Costa
Celebrar significa tornar algo célebre, importante,
uma ação solene, festivo ou luto. Os
seres humanos por natureza é celebrativo, povos de todos as épocas e de diversas
culturas possuem seus ritos para celebrar importante momentos da vida como:
Aniversários, batismo, casamento, aprovação no vestibular, formatura e muito
mais. Muitas dessas celebrações são
ritos religiosos, ligado aos momentos importante da vida, desde o nascimento
até a morte do ser humano. A Sagrada Escritura nos revela que Deus cria o ser
humano a sua imagem e semelhança, e não cessou
de vir ao encontro do homem, apesar do pecado original, formando então
para si um povo (Israel) de onde surgiria posteriormente a redenção da
humanidade, mas nesse processo, Deus estabeleceu uma Aliança por intermédio de
Moisés, propondo ao povo de Israel certos deveres (Decálogo), prometendo a partir da fidelidade do seu povo, iria
caminhar com eles, socorrendo-os nas tribulações da libertação a terra
prometida. O povo, por sua vez respondia esse amor, celebrando e observando
zelosamente seus mandamentos.
O
povo de Israel para celebrar a sua Aliança com Deus, manifestava-se de diversas
formas através das festas especificas de cada período (Páscoa; Pentecoste e
Tabernáculos). Eles também iam para o
Templo para ouvir ensinamentos e
instruções das lideranças religiosas, prestavam culto a Deus, e quando distante
do Templo se reuniam nas Sinagogas locais onde se lia e meditava sobre a Torah,
cantando salmos, louvando e orando ao seu Deus fiel. Na celebração litúrgica existe o movimento de
cima para baixo e de baixo para cima: Deus se entrega como o Dom ao povo e o
povo acolhe o Dom de Deus, que é a própria misericórdia de Deus para com seu
povo, por isso o povo fica feliz cantando e louvando as maravilhas do Senhor, e
nesse movimento se manifesta um dialogo entre Deus e seu povo, e Cristo que
está presente entre nós, revelou-nos plenamente quem é o Pai (Deus) e ensinou
como nos relacionar em espirito e verdade com Deus. Cristo é o intercessor
entre nós e o Pai, o caminho, a verdade e a vida que nos conduz a Deus Pai,
Sendo Ele o Sacerdote por excelência transborda de infinitas graças e apresenta ao Pai as nossas
preces e suplicas que retribuímos e agradecemos com cânticos e louvores.
Na
liturgia, celebramos o mistério central da vida de Cristo, que é a sua paixão ,
morte e ressurreição. Esse mistério dar-se o nome de mistério Pascal, e a
liturgia celebra a páscoa do Senhor que se tornou a páscoa do seu povo.
Experimentamos um memorial de toda a sua via crucis até a sua ressurreição que
se inicia no sábado de Aleluia e se manifesta plenamente no domingo da Páscoa,
que se tornar também a nossa vitória em Cristo Jesus, na qual celebramos a vida
nova com alegria e esperança, em vista de uma realização pessoal como também de
uma nova sociedade, fundada na justiça e na fraternidade. A obra sacerdotal de Cristo se torna a obra
da Igreja, Jesus Cristo age como mediador que une Deus aos homens e os homens
ao Deus. Tudo isso foi possível mediante a entrega de sua vida pela redenção da
humanidade. Por intermédio da Igreja, se dá continuidade no mundo o que Cristo realizou em sua vida
terrena, por isso afirmamos que a liturgia é ação divina e ação da Igreja,
sendo que esta ação se faz em memorial do mistério pascal por todos os seculos
até a consumação dos tempos.
Para
celebrar a vida, a pessoa se une a outras pessoas se formando um grupo
(família), uma assembléia com um só objetivo, que leva ao bem comum, mediante a sinais sensíveis que nos direciona
a uma comunhão com o Pai, pelo Filho Jesus no seu Santo Espirito. Esse sinais
sensíveis se manifesta por um simbolismo místico, pois tudo na liturgia é
significativo (os objetos, movimentos, gestos, palavras...), que nos leva a
transcender a uma realidade invisível e divina, a realidade de Deus onde o céu
se faz presente no meio de nós. Não basta juntar esse elementos para se
realizar a celebração litúrgica, é necessário ter fé. A fé nos abre a uma
dimensão mística, que nos leva a comunhão com Cristo que se plenifica na
eucaristia, nos tornando um com Cristo que nos transfigura a sermos um novo
Cristo (Cristão), dando continuidade a missão de Jesus em anunciar a boa nova,
principalmente pelo testemunho de uma nova criatura que se torna filho de Deus.
A fé nos abre a compreensão dos projetos de Deus e nos dispõe através do Santo
Espírito de acolhermos a graça que Ele infundi abundantemente em nós.
Pax!
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