CRITÉRIOS BÍBLICOS PARA A REFLEXÃO MORAL
Paulo da Costa
No mundo atual na tentativa de oferecer caminhos produtivos numa expectativa moral baseada nas Escrituras, foi
necessário distinguir dois critérios básicos que são o Decálogos e as
Bem-Aventuranças. A Escritura Sagrada nos apresenta de forma original na
mediação do discernimento dos paradigmas interculturais a partir do processo
histórico na perspectiva da salvação,
tendo uma posicionamento baseado nos princípios da criação e da Aliança,
convidados a uma comunhão intimam com Deus considerando sempre a dignidade
humana que és a imagem e semelhança de Deus. Essa comunhão só é possível se
realmente se comprometer de corpo e alma com o projeto salvífico de Deus, seguindo Cristo como modelo ideal de vida,
que perpassa a uma exigência moral baseada nas Bem-Aventuranças na pratica de
virtudes que resultem da imitação do agir de Jesus e de um relacionamento de
amor com Deus, que são fundamentais para
todos que buscam herdar o reino dos céus.
Baseando-se nos
textos sagrados, mas precisamente o Decálogo e as Bem-Aventuranças, aplicam-se
seis critérios específicos buscando sistematizar uma metodologia na abordagem
das problemáticas morais. Inicialmente o primeiro critério é a convergência,
onde as questões morais permaneçam desde as tradições de diversos povos que se
fez presente na história com a sabedoria natural e substancialmente universal,
convergindo coma moral bíblica, em diversos tema em comum desde a criação,
normas, virtude humanas e etc.. O segundo critério é a contraposição, onde o
posicionamento das praticas e do agir
moral fundamentada das Escrituras conduzida na fé em um Deus único e verdadeiro
que direciona a seguir seus preceitos
revelados na bíblia, devem rejeitar os contra valores como a idolatria, cultos
indevidos, violações, depravações, anti-reino e etc.; Buscando uma vivência
madura e responsável de sua liberdade a partir de suas próprias escolhas. Os
cristãos são convidados a confrontar as problemáticas que questionam sua
concepção de fé e princípios moral e cristão, filtrando no crivo da luz do
evangelho todas as ideologias que tende a induzir ao individualismo ou
totalitarismo.
A revelação moral
nas Escritura sagrada aconteceu progressivamente(3º critério - Progressão) numa
história crescente desde a criação, passando pelos profetas até chegar a o
ponto culminante com a vinda de Cristo, que o caminho (modelo) a ser seguido
para adesão natural da revelação, Confirmando a dinâmica da justiça em sua progressão
na busca da vontade de Deus. No Antigo Testamento os sacrifícios era
justificado (quase sempre), como necessidade do povo em expressar o louvor e de sua lealdade a Deus e sua aliança com
seu povo. No Nova e Eterna Aliança, no sacrifício de Cristo é determinado novo culto (real, autêntico e
existencial), estabelecendo a verdadeira e plena comunhão com Deus. Diante das
problemáticas da atualidade sendo confrontado ao sacrifício de Cristo, se
exorta aos cristão a uma nova prática moral de forma progressiva em seu viver
como oferta de sacrifício vivo em
resposta de gratidão ao amor gratuito de Deus.
O ser humano é
cooparticipante de uma comunidade de Aliança que segundo relata a as Sagradas
Escrituras, na qual se encontra envolvido e comprometido com seu agir moral de
tal modo a resguardar e favorecer o bem comum (4º Critério - Dimensão
comunitária). No Antigo Testamento apresenta o caminhar do povo de Deus na
história e seu dinamismo, respondendo ao chamado de Deus através das condutas
morais e rituais (As Leis da Aliança) se tornado uno com Deus Único e
Verdadeiro. O povo da Nova Aliança sua concepção de comunidade se dá através da
personificação em Cristo, em uma só fé e um só coração numa convivência
fraterna de compromisso moral fundamentada no modelo dado por Jesus, no agir
cristão e vivenciada a luz do Santo Espírito. É importante afirmar que na
formação desse comunidade, onde o próximo está além dos afins (iguais), mas
transcende ao marginalizado (O pobre, a viúva, o órfão e estrangeiro), abrangendo a todos os seres humanos como parte da
criação e imagem de Deus. Um dos maiores
paradigmas para o homem é a morte, pois tendo consciência de ser temporal e
mortal fica sem resposta diante do seu futuro relacional com Deus, que no
Antigo Testamento relata todo o processo gradativo de esperança na vida pós
morte através da Aliança, e como sinal de recompensa a fidelidade a Deus teria
inicialmente apenas uma vida longa como benção de Deus e que foi posteriormente
evoluindo em seus conceitos a uma promessa
de imortalidade da alma, premiado aos justo e temente a Deus. No Novo
Testamento todos são convidados a uma unidade plena e permanente com Cristo,
que com a sua morte e ressurreição nos aponta uma perspectiva comunhão escatológica de vida com
Deus. As limitações e efemeridade do presente que se vive incitam a esperança
de comunhão com o futuro a partir da promessa eterna de Deus, motivando a adesão às normas e a ações para um ideal de
vida que inspira perfeição moral a partir do hoje pela fé no Cristo ressuscitado
que aponta o amanha como perfeita união na sua vinda gloriosa (5º critério -
Finalidade).
Para finalizar esse
critérios é fundamental o discernimento (6º critério), pois as regras morais
apresentam na Sagrada escritura, devem ser profundamente analisada, com
bastante zelo, preservando todos os seus fundamentos universais e discernindo
progressivamente a consciência moral. Ser bastante criterioso nas analise
inter-testamentária ao atentar-se ao seu
contexto histórico, literário, cultural e transcultural como também a sua
fundamentação bíblico-teológicos e sua dimensão canônica. A sagrada
escritura nos apresenta a urgência de se
pauta as atitudes morais á luz do santo Espírito, com bastante prudência tanto
de forma coletiva como de forma pessoal. Concluindo é
importante ressaltar algumas considerações, fundamentando-se em dois ponto
determinante que nos revela Deus como resposta e a Sagrada Escritura como
fundamento, que aproxima a Teologia
(revelação divina) da antropologia (historicidade humana) mostrando que a
sagrada Escritura segue critério metodológica de grande seriedade com ressalva
a contemporaneidade com todas as suas problemáticas e diversidades
culturais-ideológica onde a consciência moral sofre fortes influências. Lembrar
também a importância da unidade entre o Antigo e o Novo Testamento, pois é a
partir da experiência libertadora do povo de Israel com a Primeira Aliança que
vem confirmar a promessa revelada por intermédio de Cristo da Nova e Eterna
Aliança para todos os povos se apresentando como caminho, verdade e vida até a
consumação dos séculos.
Paz e Bem!
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