Despertai, ó tu que dormes!
Paulo da Costa Paiva
Ao vê-la, o
Senhor ficou com muita pena e lhe disse: “Não chores”. E, aproximando-se, tocou
o caixão; os que o carregavam, pararam; e Jesus disse: “Moço, eu te ordeno,
levanta-te” (Lc 7, 13-15)
Jesus vinha caminhando
junto com os seus discípulos a caminho de Naim, aonde também vinha uma multidão
os acompanhando, todavia muitos dos que vinham, eram somente na busca de
milagres e poucos eram os que compreendiam as suas palavras, mas o seguiam com
um fervor no coração cheio de esperança e vida, pois seguiam aquele que dá a
vida plena em abundância. Já na direção contraria vinha a viúva, chorando
dolorosamente a morte prematura de seu único filho, junto dela uma multidão
cabisbaixa e reflexiva com o fato lamentável da viúva, e muitos se
identificavam com as suas dores no dia a dia na labuta sem nenhuma expectativa
de vida e sem esperanças de melhorias, presenciando o que iriam também
finalizar seus próprios destinos de dor e morte.
Quando essa duas
multidões se encontram na porta da cidade, há um choque de emoções alguns
vinham felizes e agraciados, enquanto outros vinham tristes e reflexivos;
Trazendo para a nossa realidade nos mostra o cotidiano de cada ser humano desde
sua natalidade até a sua morte, em uma peleja que o acompanha como sua própria
sombra. Jamais encontraremos a felicidade plena e permanente na terra, até
chegar o grande dia prometido por Cristo na sua vinda gloriosa, então essa vida
que experimentamos no suor de cada dia, é o nosso vale de lágrimas que gemendo
e chorando buscamos a paz e a felicidade plena, ou melhor, dizendo os céus, o
nosso ponto de partida que é Deus, pois de lá viemos e devemos por graça divina
retornar para toda eternidade.
Cristo se compadeceu
das dores da pobre viúva, que perde na flor de sua juventude o seu único e
amado filho, e busca consolá-la. Quantas mães sofrem dores profundas que
superam infinitamente as de parto no seu dia a dia, com seus filhos vitimados
pela violência, filhos esses que procuram principalmente as drogas, outros são
vitimas dos próprios jovens que entram na criminalidade, como toda sociedade em
geral vitimada pela violência, intolerância e indiferença. Quando não são as
guerras declaradas entre nações ou etnias, são as guerras camufladas pelos os
governantes incompetentes e corruptos que tentam maquiar a desigualdade social
levando a uma violência generalizada causada pelo poder paralelo do crime
organizado. O mesmo Cristo se compadece de todos nós, mas é preciso ouvi-lo e
deixar-se tocar por ele.
Jesus ao se aproximar
do corpo e ao tocar o jovem o ordena que
se levante, com uma autoridade única que vem dos céus, pois sendo Deus
encarnado entre nós, sua palavra se tornar viva, como correntes que caem por
terra, doentes que se curam e mortos que ressuscitam de seus túmulos, mas é a
partir da experiência verdadeiramente de corpo e alma com Cristo Jesus, que se
torna possível um renascimento, uma vida nova em Jesus. Ao despertar, o jovem
conversa (anuncia) com todos ao redor sobre a vida nova experimentada
(testemunhada) a partir de Cristo. O testemunho é fundamental para motivar e
contagiar a todos desesperançados e mostrar-lhes que a vida continua e morte
nenhuma nos separa do amor por excelência, o sumo bem que é fiel e amável para
com todos.
A palavra que se fez
carne e habitou entre nós é Cristo, e Ele se faz presente em cada um de nós,
por intermédio de seu Santo Espírito que se manifesta em plenitude,
transbordando do interior para o exterior... Deixai Cristo despertar dentro de
vós, pois é ouvindo sua voz no deserto interior de seu coração, que irás sair
da sepultura da morte (ignorância), da escura caverna da vida tosca, de
supérfluas ilusões que só te faz sofrer, pois ilusões não pode nada te oferecer
de concreto, a sensibilidade limitada da carne te envolve no gozo temporário e
te acorrenta para essência cósmica e eterna do Sumo Bem, que é o Pai criador que te fez a sua imagem e
semelhança, que só irá realmente se assemelhar, quando em comunhão com Cristo
se tornar um novo cristo em palavras e atitudes.
Paz e Bem!
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