sábado, 22 de julho de 2017

A Espiritualidade da Idade Média IV

O Evangelho no mundo

Paulo da Costa Paiva


            No século XIII foi um período onde a espiritualidade centrava exclusivamente no evangelho, e essa foi a missão da Igreja e principalmente das ordens mendicantes, apesar de seu reconhecimento da vivência do evangelho como salvação e perfeição de vida por parte da Igreja tenha acontecido século depois. A resistência ocorria principalmente pelo enraizamento com as antigas estruturas dos claustros e do isolamento eremitério como forma de perfeição evangélica e o temor de heresias das novas espiritualidades que surgiam. Duas ordens se destacaram significativamente nesse período, uma foi a ordem franciscana fundada por Francisco Bernadone um jovem filho burguês que tudo deixou para viver exclusivamente dos ideais evangélicos, na pobreza como penitente num zeloso ascetismo e na total obediência a Cristo Jesus pelo intermédio da Igreja, na qual com tempo surgindo companheiros nessa novidade de radicalidade cristã numa convivência fraterna na mais profunda e zelosa pobreza evangélica, vivendo da providência divina (Trabalho e esmola) como errantes de cidade em cidades. A outra ordem surgida nesse período foi dos dominicanos, fundada por São Domingos, um cônego regular, que diante das heresias decidiu que era necessário se consagrar totalmente a uma vida apostólica junto com uma pequena comunidade de pregadores no combate aos grupos heréticos principalmente aos Cártaros que estavam bastante disseminados principalmente no sul da França. 

            Nesse período já no final do século XII, os leigos que desejavam uma vida de perfeição evangélica, buscavam nos mosteiros ou se juntavam de alguma forma as comunidades religiosas da época no objetivo de poder beber da espiritualidade dos servidores de Deus. Com o decorrer dos tempos ordens militares foram perdendo espaço e apoio da igreja com o fim das cruzadas, mas nunca de forma definitiva, pois expressavam em cada cristã as virtudes e as qualidades religiosa que eram preciso adquirir a qualquer preço para se tornar digno de Cristo. A confraria foi o que aconteceu de mais inovador nessa época onde leigo assim como também os penitentes e os flagelantes, se reuniam como família, muitos se comprometiam com a sociedade com objetivos caritativos como também de conversão e paz  aos povos, em comunhão e com total apoio da igreja, mas com receio de heresias o papado com o decorrer dos ano viu a necessidade do acompanhamento da jurisdição clerical ou religiosa. Apesar da abertura  que se dava aos leigos dentro da Igreja que era gradativamente  muito lenta, mas foi um grande salto comparados a séculos anteriores, que na espiritualidade monástica onde se havia o total desprezo do mundo havia também uma total indiferença com o leigo sendo muitas das vezes servido apenas para os serviços subalternos pois os monges e clérigo se ocuparia com a liturgia com também os serviços estudos e as orações.

            A partir do Século XIII surge uma novidade umas espiritualidades originalmente femininas, que antes eram totalmente desprezadas e subestimadas, inicialmente se viviam no claustro severo e subordinadas aos clérigos e religiosos, mas ao decorrer dos séculos as mulheres gradativamente conseguiam sua autonomia e espaço dentro da Igreja. Através da figuras das santas mulheres arrependidas que se converteram a uma vida de grande santidade assim como Maria Madalena que se tornar uma grande referencia de santidade, mas nem tudo eram flores, pois muitas mulheres não tinham condições financeiras para dar o dote necessário para ter acesso a convivência fraterna num convento e nem todas se identificava com essa espiritualidade contemplativa, e muitos aderiram a vida semi-religiosa de forma individual ou em fraternidades celibatária ou viúvas, numa vida de preces e serviços caritativos. 

Continua...


Pax!

Nenhum comentário:

Postar um comentário