quinta-feira, 30 de julho de 2020

Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 4


Os Upanishads
Upanishad Ishavasya – O Véu Dourado 4


Na aceitação descobrimos o Repouso infinito, e encontramos a qualidade de nosso próprio Ser, Atman, cuja qualidade é igual à de Brahman.

Aceitar aquilo que nos é designado não é procrastinação. A maioria das pessoas adota a atitude de aceitar seu destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes novidades. Isso não é aceitação é submissão.

Aceitar o que é dado, é comprometer-se com a correta percepção. Muitas vezes o homem recusa o que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente, vemos na coisa dada a qualidade da verdade, beleza, a qualidade do próprio Brahman. A experiência da felicidade vem com a própria percepção.

O Upanishad diz “Desfrute o que lhe é designado”, ele não diz “suporte o que lhe é dado”. Aceitar o que é dado é perceber a qualidade de nosso próprio Ser. Com essa correta percepção, o processo do “vir a ser” é livre de tristeza e frustração.

Trabalhando assim, um homem pode desejar uma vida de cem anos, dessa maneira e não de outra maneira suas ações não o aprisionarão.

São as frustrações da mente que fazem o homem parecer mais velho do que é, é a preocupação que esgota suas energias, levando-o à morte prematura ou à velhice.

Aceitando o que nos é dado, ficamos livres de todos os fatores que causam frustrações, e descobrimos nossa vocação (Svadharma).

Cobiçar a riqueza do outro é esquecer nossa própria vocação, e nos envolver na profissão do outro, isso é Paradharma. Não é a ação, mas a reação que aprisiona o homem, pois as reações são fenômenos em cadeia. As reações surgem da pratica da cobiça, o desejo de ter o que o outro tem.

Aquele que faz da aceitação a base da ação é livre de toda servidão aqui e agora. Tal homem pode viver tanto tempo quanto queira, pois adquiriu o controle do movimento do próprio tempo, não é a mente, mas o Espírito que se move nele.

O Upanishad diz “Todo aquele que negligencia o Espírito vai para as regiões da escuridão total”. O Espírito é negligenciado quando no processo do “vir a ser” perde-se o toque vital e vívido do Ser.


Continua...



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