Os Upanishads
Upanishad Ishavasya –
O Véu Dourado 4
Na
aceitação descobrimos o Repouso infinito, e encontramos a qualidade de nosso
próprio Ser, Atman, cuja qualidade é igual à de Brahman.
Aceitar
aquilo que nos é designado não é procrastinação. A maioria das pessoas adota a
atitude de aceitar seu destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes
novidades. Isso não é aceitação é submissão.
Aceitar
o que é dado, é comprometer-se com a correta percepção. Muitas vezes o homem
recusa o que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente,
vemos na coisa dada a qualidade da verdade, beleza, a qualidade do próprio
Brahman. A experiência da felicidade vem com a própria percepção.
O
Upanishad diz “Desfrute o que lhe é designado”, ele não diz “suporte o que lhe
é dado”. Aceitar o que é dado é perceber a qualidade de nosso próprio Ser. Com
essa correta percepção, o processo do “vir a ser” é livre de tristeza e
frustração.
Trabalhando
assim, um homem pode desejar uma vida de cem anos, dessa maneira e não de outra
maneira suas ações não o aprisionarão.
São
as frustrações da mente que fazem o homem parecer mais velho do que é, é a
preocupação que esgota suas energias, levando-o à morte prematura ou à velhice.
Aceitando
o que nos é dado, ficamos livres de todos os fatores que causam frustrações, e
descobrimos nossa vocação (Svadharma).
Cobiçar
a riqueza do outro é esquecer nossa própria vocação, e nos envolver na
profissão do outro, isso é Paradharma. Não é a ação, mas a reação que aprisiona
o homem, pois as reações são fenômenos em cadeia. As reações surgem da pratica
da cobiça, o desejo de ter o que o outro tem.
Aquele
que faz da aceitação a base da ação é livre de toda servidão aqui e agora. Tal
homem pode viver tanto tempo quanto queira, pois adquiriu o controle do
movimento do próprio tempo, não é a mente, mas o Espírito que se move nele.
O
Upanishad diz “Todo aquele que negligencia o Espírito vai para as regiões da
escuridão total”. O Espírito é negligenciado quando no processo do “vir a ser”
perde-se o toque vital e vívido do Ser.
Continua...
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