Os Upanishads
Upanishad Ishavasya –
O Véu Dourado 2
Aquilo
que nasce no tempo também morre no tempo, apenas o atemporal perdura, já que
não é afetado pelo processo do tempo. A Realidade é atemporal, só assim ela
pode estar presente em cada movimento do tempo. Apenas o atemporal pode ser
onipresente.
O
tempo implica em sucessão na qual as coisas existem, não todas ao mesmo tempo,
mas uma após a outra. Onipresença e sucessão são contraditórias.
No
Imanifesto, todas as coisas existem juntas, a Onipresença só é possível quando
as coisas existem simultaneamente, e não uma após a outra. O tempo é um meio
refratário que dispersa a luz branca da Realidade no espectro de cores
variadas.
Quando
tentamos entender a existência simultânea do atemporal através do processo de
sucessão do tempo, o resultado é um paradoxo. Um paradoxo é a colocação de dois
opostos em justaposição, não há solução para um paradoxo.
Um
paradoxo pode ser dissolvido, e isso ocorre apenas quando os dois opostos são
vistos coexistindo simultaneamente e no mesmo local, não um após o outro. A
mente humana é incapaz de conceber isso.
A
mente acha que duas coisas opostas existindo juntas cancelariam uma a outra, o
resultado seria o Nada. Os Upanishads falam a linguagem dos paradoxos.
Como
a mente não consegue solucionar os paradoxos, fica frustrada, porque percebe
que ao aproximar os opostos, eles cancelam um ao outro.
Assim,
o caminho negativo dos Upanishads é o mais positivo, pois o positivo pode
surgir apenas em um campo completamente negativo. O vazio em si é de fato o
pleno.
Os
Upanishads dizem que Brahman é móvel e imóvel, permanece imóvel mesmo no
movimento, o que é mais um paradoxo. Brahman é verdadeiramente o “centro
imutável de mobilidade interminável”.
Ver
o Repouso infinito e o movimento infinito simultaneamente é de fato compreender
a natureza da Realidade. O Repouso e o movimento não se dão um após o outro,
mas ao mesmo tempo. O Repouso é uma condição de plenitude, uma coisa está em
plenitude em um estado de Repouso.
Continua...
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