Os Upanishads
Upanishad Kena – A
noite silenciosa
Se você
pensa “Eu conheço bem Brahman”, então, certamente você conhece tão somente um
pouco de sua natureza, você conhece apenas Sua natureza condicionada pelo homem
ou pelos deuses. Portanto, Brahman, mesmo agora é digno de sua investigação.
Quem
afirma conhecer bem Brahman é vitima das ilusões de sua mente, ele trata
somente com as expressões de Brahman, e não com Brahman em si. Não se chega ao
Todo baseado no conhecimento das partes, o Todo é maior que a soma das partes.
Conhecer
e ainda assim não conhecer, só nesse estado é que Brahman pode ser conhecido.
Podemos conhecer o estado manifestado de Brahman, e manifestação consiste de
uma totalidade feita de partes. Tal conhecimento deixa mais coisas não
explicadas que explicadas.
O
Manifesto não pode explicar a si mesmo, salvo a luz do Imanifesto. É o
Imanifesto que possui a chave do mistério da Manifesto.
Conhecer
o que o conhecimento explica, e conhecer também o que o conhecimento não
explica, esse é o estado mais elevado de conhecimento até onde a mente pode ir.
A
abertura da mente consiste na existência simultânea do conhecer e do
desconhecer, quando surge espontaneamente um intervalo entre o conhecedor e o
conhecido. Usualmente este intervalo é coberto pela mente com suas projeções.
É nesse
intervalo entre o conhecedor e o conhecido, em que cessou o processo do
conhecimento que ocorre aquele milagre. Até aqui o processo do conhecimento
emanou do conhecedor, mas agora, nesse intervalo, é o conhecido que comunica o
que ele é para o conhecedor.
Isso só
pode ocorrer quando cessar o processo do conhecimento que emana do conhecedor,
para que este intervalo não seja coberto por qualquer projeção do conhecedor. O
conhecedor tem que se tornar totalmente negativo, e contudo ciente de que o
conhecido transmite.
Continua...
Fonte:https://osmirclemente.wordpress.com/upanishad-kena-a-noite-silenciosa/
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