domingo, 8 de agosto de 2021

O CAIBALION 08


O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia


CAPÍTULO VIII - OS PLANOS DE CORRESPONDÊNCIA

"O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima." O Segundo Grande Princípio hermético explica a verdade que há uma harmonia, uma correlação e correspondência entre os diferentes planos de Manifestação, Vida e Existência. Esta afirmação é uma verdade porque tudo o que está incluído no Universo emana da mesma fonte, e as mesmas leis, princípios e característicos se aplicam a cada unidade, ou combinação de unidades de atividade, assim como cada uma manifesta seus fenômenos no seu próprio plano. Para um fim de conveniência do pensamento e do estudo, a Filosofia hermética considera que o Universo pode ser dividido em três grandes classes de fenômenos, conhecidas como os Três Grandes Planos denominados: I. O Grande Plano Físico. II. O Grande Plano Mental. III. O Grande Plano Espiritual.
Estas divisões são mais ou menos artificiais e arbitrárias, porque a verdade é que todas as três divisões não são senão graus ascendentes da grande escada da Vida, o ponto mais baixo da qual é a Matéria não diferenciada, e o ponto mais elevado o Espírito. E, aliás, os diversos Planos penetram uns nos outros, assim esta não sólida e exata divisão pode ser colocada entre os mais elevados fenômenos do Plano Físico e o mais inferior do Plano Mental; ou entre os mais elevados do mental e os mais baixos do Físico. Enfim, os Três Grandes Planos podem ser considerados como três grandes grupos de graus de Manifestação vital. Apesar do fim deste pequeno livro não nos permitir entrarmos em extensa discussão ou explicação do objeto destes diferentes planos, contudo, pensamos ser bom dar aqui uma descrição geral dos mesmos.
A princípio devemos considerar bem a pergunta tantas vezes feita pelo neófito, que deseja ser informado a respeito do significado da palavra "Plano", termo que tem sido muito usado e pouco explicado em muitas obras de ocultismo. A pergunta é geralmente expressa assim: "É um Plano um lugar tendo dimensões, ou é simplesmente uma condição ou estado?" Respondemos: "Não; não é um lugar, nem uma dimensão ordinária do espaço; é ainda mais que um estado ou uma condição e, apesar disso, o estado ou a condição é um grau de dimensão, em escala sujeita à medida." Um tanto paradoxal, não é verdade? Porém examinemos a matéria. Uma "dimensão", vós o sabeis, é "uma Medição em linha reta, em relação à medida", etc. As dimensões ordinárias do espaço são comprimento, largura e altura, ou talvez comprimento, largura, altura, espessura ou circunferência. Há uma outra dimensão das coisas criadas, ou medida em linha reta, conhecida pelos ocultistas, como também por cientistas, apesar destes últimos não a chamarem com o termo "dimensão"; e esta nova dimensão, que futuramente será a mais investigada como Quarta Dimensão, é a marca usada na determinação dos graus ou Planos. Esta Quarta Dimensão pode ser chamada a Dimensão da Vibração. Este é um fato bem conhecido para a moderna ciência, como para os hermetistas, que estabeleceram a verdade no seu Terceiro Princípio hermético, que "tudo se move, tudo vibra, nada está parado". Desde as manifestações mais elevadas até às mais baixas, todas as coisas vibram. Não somente elas vibram em diferentes coeficientes de movimento, mas também em díversas direções e de diferentes maneiras. Os graus de coeficiente das vibrações constituem os graus de medição na Escala de Vibrações, ou em outras palavras, os graus da Quarta Dimensão. E estes graus,formam o que os ocultístas chamam "Planos". O mais elevado grau de vibração constitui o plano mais elevado e a mais elevada manifestação da Vida que ocupa este plano. Assim, apesar de um plano não ser um lugar, nem ainda um estado ou uma condição, ele possui as qualidades de ambos. Desejaríamos dizer mais sobre o assunto da escala das Vibrações nas nossas próximas lições, em que consideraremos o Princípio hermético de Vibração.
Deveis lembrar−vos agora que os Três Grandes Planos não são as divisões atuais dos fenômenos do Universo, mas simplesmente termos arbitrários empregados pelos hermetistas para facilitar o pensamento e o estudo dos vários graus e formas da atividade e da vida universal. O átomo de matéria, a unidade de força, a mente do homem e a existência do arcanjo são graus de uma escala, e fundamentalmente a mesma coisa, a diferença sendo simplesmente uma questão de grau e coeficiente de vibração; todas são criações do TODO, e só têm sua existência na Infinita Mente do TODO. Os hermetistas subdividem cada um destes Três Grandes Planos em Sete Planos menores, e cada um destes são também subdivididos em sete sub planos, todas as divisões sendo mais ou menos arbitrárias, penetrando umas nas outras, e adotadas somente para conveniência do estudo científico e para a idéia. O Grande Plano Físico, com seus Sete Planos menores, é a divisão dos fenômenos do Universo que inclui todos os que são relativos às coisas, forças e manifestações físicas ou mentais. Inclui todas as formas do que chamamos Matéria e todas as formas do que chamamos Energia ou Força. Deveis saber, porém, que a Filosofia hermética não reconhece a Matéria como uma "coisa em si", ou como tendo uma existência separada constante na mente do ToDo.
Os Ensinamentos são que a Matéria é antes uma forma da Energia; ela é a Energia num coeficiente inferior de vibrações de certa espécie. E de acordo com isto os hermetistas classificam a Matéria como a extremidade inferior da Energia, e dão−lhe três dos Sete Planos Menores do Grande Plano Físico. Estes Sete Menores Planos Físicos são os seguintes: I . O Plano da Matéria (A) II. O Plano da Matéria (B) III. O Plano da Matéria (C) IV. O Plano da Substância Etérea V. O Plano da Energia (A) ’VI. O Plano da Energia (B) VII. O Plano da Energia (C)
O Plano da Matéria (A) compreende as formas da Matéria em suas formas de sólidos, líquidos e gasosos como geralmente reconhecem os livros dos físicos. O Plano da Matéria (B) compreende certas formas mais elevadas e mais sutis da Matéria, cuja existência a ciência moderna está reconhecendo agora, os fenômenos da Matéria Radiante, nas suas fases de radium, etc., que contém a subdivisão inferior deste Plano Menor. O Plano da Matéria (C) compreende as formas da matéria mais sutil e tênue, cuja existência não é suspeitada pelos cientistas ordinários. O Plano da Substância Etérea compreende o que a ciência chama "O Éter", uma substância de extrema tenuidade e elasticidade, que penetra todo o Espaço do Universo, e age como mediador para a transmissão de ondas de energia, como a luz, o calor, a eletricidade, etc. Esta substância Etérea forma um elo de relação entre a Matéria (assim chamada) e a Energia e participa da natureza de ambas. os Preceitos herméticos, contudo, ensinam que este plano tem sete subdivisões (como têm todos os Planos Menores.), e que com efeito existem sete éteres, em vez de um só. Imediatamente acima do Plano da Substância Etérea está o Plano da Energia (A), que compreende as formas ordinárias da Energia conhecida pela ciência, sendo, respectivamente, estes sete sub planos, o Calor, a Luz, o Magnetismo, a Eletricidade e a Atração incluindo a Gravitação, a Coesão, a Afinidade Química, etc. e várias outras formas de energia indicada pelas experiências científicas mas ainda não classificadas.
O Plano da Energia (B) compreende sete sub planos de formas elevadas da energia ainda não descoberta pela ciência, mas que têm sido apelidadas "As Forças Mais Sutis da Natureza" e que são consideradas em ação nas manifestações de certas formas de fenômenos Mentais e pelas quais tais fenômenos são possíveis. O Plano da Energia (C) compreende sete sub planos de energia tão elevadamente organizados, que eles contêm muitos característicos da vida, mas que não é reconhecido pela mente dos homens no Plano ordinário de desenvolvimento, sendo útil só ao uso dos entes do Plano Espiritual; tal energia nem é sonhada pelo homem ordinário, e pode ser considerada quase como a força divina. Os entes que a empregam são como deuses comparados com os mais elevados tipos humanos conhecidos por nós, O Grande Plano Mental compreende as formas de pensamentos viventes conhecidas por nós na vida ordinária, bem como certas outras formas só bem conhecidas dos ocultistas. A classificação dos Sete Menores Planos Mentais é mais ou menos satisfatória e arbitrária (se não for acompanhada por esmeradas explicações que estão fora do fim desta obra particular; contudo vamos mencioná−los. Eles são os seguintes: l . O Plano da Mente Mineral li. O Plano da Mente Elemental (A) iii.O Plano da Mente Vegetal IV.O Plano da Mente Elemental (B) V. O Plano da Mente Animal Vi. O Plano da Mente Elemental (C) Vil. O Plano da Mente Hominal.
O Plano da Mente Mineral compreende os estados ou as condições das unidades, entidades, ou grupos e combinações das mesmas, que animam as formas conhecidas por nós como minerais, químicas, etc. Estas entidades não podem ser confundidas com as moléculas, os átomos e os corpúsculos, que são simplesmente os corpos ou as formas materiais destas entidades, assim como o corpo de um homem é a sua forma material e não ele mesmo. Estas entidades podem ser chamadas espíritos em certo sentido, e seres viventes de um grau inferior de desenvolvimento, vida e mente, exatamente um Pouco maior que as unidades da energia vivente que compreendem as mais elevadas subdivisões do mais elevado Plano Físico. A mente média não quer geralmente atribuir a possessão da mente, espírito ou vida ao reino Mineral, mas todos os ocultistas reconhecem a existência dela e a ciência moderna move−se rapidamente para o ponto de vista do Hermetismo, a respeito deste assunto. As moléculas, os átomos C OS corpúsculos têm seus amores e ódios, suas semelhanças e dessemelhanças, atrações e repulsões, afinidades e desafinidades, etc., e muitas das mais intrépidas mentes de ciência moderna expressaram a opinião que o desejo e a vontade, as eitoções e sentimentos, dos átomos simplesmente diferem em grau dos que os homens têm.
Não temos espaço para argumentar sobre este assunto. Todos os ocultistas conhecem isto, e outros se referiram às diversas obras científicas mais recentes para corroboração exterior. Estas são as sete subdivisões usuais deste plano. O Plano da Mente Elemental (A) compreende o estado ou a condição, e grau de desenvolvimento mental e vital de uma classe de entidade desconhecidas ao homem médio, mas reconhecidas pelos ocultistas. Elas são invisíveis aos sentidos ordinários do homem, mas não obstante existem e têm a sua parte do Drama do Universo. O seu grau de inteligência está entre o das entidades minerais e químicas, de um lado, e das entidades do reino vegetal do outro. Também neste plano há sete subdivisões. O Plano da Mente Vegetal, em suas sete subdivisões, compreende os estados ou as condições das entidades contidas nos reinos do Mundo Vegetal, os fenômenos vitais e mentais que as pessoas de inteligência média justamente bem compreendem, tendo sido publícadas na última década muitas obras novas e interessantes sobre a "Mente e a Vida nas Plantas". As Plantas têm vida, mente e espírito, tão bem como os animais, o homem e o super−homem. O Plano da Mente Elemental (B), nas suas sete subdivisões, compreende os estados e as condições de uma forma mais elevada das entidades elementais ou invisíveis, tendo a sua parte na obra geral do Universo, cuja mente e vida forma uma parte da e.−,cada entre o Plano da Mente Vegetal e o Plano da Mente Animal, as entidades participando da natureza de ambos. O Plano da Mente Animal, nas suas sete subdivisões, compreende os estados e as condições de entidades, entes ou espíritos que animam as formas animais da vida, familiares a nós todos. Não é necessário entrar em detalhes a respeito deste reino ou plano de vida, porque o mundo animal nos é tão familiar como o nosso próprio.


Continua...

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